O S&P 500 se recuperou 0,25% ontem, encerrando a série de três dias de quedas que pressionou o índice abaixo do nível crítico de 4000 pela primeira vez desde março de 2021.
No mês passado, o benchmark sofreu seu pior desempenho de abril desde 1970, apagando 8,8% do seu valor, após projeções decepcionantes de algumas megaempresas de tecnologia que alertaram que o futuro é menos promissor em meio à disparada da inflação.
A grande questão é se, após uma desvalorização de 16% no acumulado do ano e de uma queda de quase 18% desde a máxima histórica desde 4 de janeiro, o índice S&P 500 tocou o fundo?
Não acreditamos nisso.
O índice completou um OCO de topo com inclinação descendente no pregão de segunda-feira, quando o índice fechou abaixo da linha de tendência conectando as mínimas. No pregão de quarta-feira, os compradores aproveitaram as correções para tentar tirar vantagem da normalização dos valuations. Mesmo assim, a mesma linha de tendência, a linha de pescoço do topo, confirmou sua resistência, com o preço fechando abaixo dela, após registrar pico acima dela nas negociações intradiárias.
Antes, o mercado fez uma pausa na tendência com a equalização entre a oferta e demanda. No entanto, o rompimento para baixo demonstra que os vendedores estavam no comando e dispostos a vender em preços cada vez mais baixos. No ponto de escape da flâmula, não havia compradores, apenas vendedores, formando um gap de fuga.
Por fim, o preço vem oscilando dentro de um canal descendente, marcando as linhas de compradores e vendedores e mostrando que ambos os lados concordam que o preço deve continuar caindo. No entanto, como o preço repicou no fundo do canal, pode subir pelo menos até a flâmula, senão até o topo do canal. Portanto, tenha cuidado com a volatilidade antes da continuidade da tendência de baixa.
O alvo implícito do OCO descendente, medido pela altura entre o topo e o ombro esquerdo, é de cerca de 3500 se o atual rompimento se estender.
A MMD 50 cruzou para baixo a MMD 200 em março, desencadeando a temida Cruz da Morte. A MMD 100 ficou abaixo da MMD 200 no mês passado, completando a formação baixista em que as médias mais curtas ficam abaixo das mais longas, o que demonstra como o atual preço está se enfraquecendo.
Agora, vamos dar um passo atrás e observar o cenário mais amplo.
O S&P cruzou para baixo a MMS 200 após ficar abaixo da MMS 100. A MM curta do MACD acaba de retestar e confirmar a resistência da MM longa, reiterando o sinal baixista. A taxa de variação, que mede momentum, também confirmou a oposição em suas linhas 0, abaixo das quais caiu neste ano, pela primeira vez desde que o fez temporariamente em outubro de 2020.
Além disso, a recente queda se estendeu para baixo da mínima anterior. Finalmente, o IFR, outro indicador de momentum, também rompeu o último suporte, caindo até seu nível mais baixo desde a emblemática mínima de março de 2020. Por outro lado, à medida que o IFR se aproxima da condição sobrevendida, aumenta as chances de um movimento corretivo, correspondente ao que dissemos sobre o preço alcançar o fundo do canal de baixa.
Estratégias de negociação
Traders conservadores devem aguardar o preço retestar o topo do canal ou enfrentar resistência abaixo da flâmula.
Traders moderados podem arriscar uma venda após um repique até a flâmula.
Traders agressivos podem entrar contra a tendência, abrindo compra, contando com um repique no fundo do canal em direção à flâmula, tirando vantagem da proximidade do suporte. Em seguida, pode se juntar ao resto do mercado abrindo venda. A gestão financeira é fundamental. Apresentamos a seguir um exemplo:
Exemplo de operação – Compra agressiva (USD)
- Entrada: 4000
- Stop-Loss: 3950
- Risco: 50 pontos
- Alvo: 4150
- Retorno: 150 pontos
- Relação risco-retorno: 1:3
Exemplo de operação – venda agressiva posterior (USD):
- Entrada: 4200
- Stop-Loss: 4300
- Risco: 100 pontos
- Alvo: 3900
- Retorno: 300 pontos
- Relação risco-retorno: 1:3