Por Chaim Siegel da Elazar Advisors, LLC
Ao trabalhar nos números da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), matriz do Google, encontramos as seguintes estimativas de resultados de Wall Street para este ano. Não desencorajamos investidores de manter as ações a longo prazo, mas as margens estão se estreitando neste ano graças aos custos mais altos e aos preços mais baixos trazidos, em parte, pela revolta dos anunciantes.
Primeiramente, empresa impressionante, porém precificada para a perfeição
Nossa única questão agora com o Google é o momento e a valorização. Ao se trabalhar em nossos números, chegamos a cerca de US$ 33,50 em lucro por ação, o que fica cerca de US$ 1,00 abaixo de Wall Street. Utilizando o histórico dos múltiplos 30x de preços e lucros, temos um preço alvo de cerca de US$ 1.000. Isso é bom, porém dados os riscos de resultados você provavelmente quer mais ganhos do que aproximadamente 7% a partir daqui.
Entretanto, essas são apenas questões de curto prazo. No médio a longo prazo, o Google obviamente é ótimo. As receitas crescem em um ritmo consistente de mais de 20%. A margem operacional de 25% e a rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 15% são fantásticos, especialmente para uma empresa tão grande como o Google.
A rentabilidade sobre o patrimônio está caindo a cada ano uma vez que eles estão investindo em novas atividades que ainda trouxeram retorno como os carros autônomos Waymo e Realidade Virtual. Eles disseram que as duas atividades levarão algum tempo antes de se tornarem ofertas no mercado de massa. Isso significa que o investimento e as perdas nestes esforços continuarão no curto prazo.
A nuvem também está em estágio inicial no Google, mas não parece mover o ponteiro dos resultados ainda. A maior parte das receitas da empresa ainda estão vindo da publicidade. Claro que a nuvem é uma oportunidade enorme para o Google e eles já conversam para se tornarem líderes em atividades empresariais.
Nossa preocupação: veja a queda na margem
O que provavelmente faz nossos números de resultados menores para o resto do ano do que os de Wall Street é a linha de margem bruta.
Você pode ver acima que as margens brutas estão caindo. Após terem subido em 2015, elas têm caído durante 2016 e acelerando para baixo nos dois últimos trimestres.
Isso significa que esse problema está piorando e provavelmente teremos mais alguns trimestres antes de alcançarmos a comparação com os resultados ruins do 3.º e no 4.º tri de 2016.
O que está causando essa queda na margem?
Acreditamos que há dois principais motivos.
- Aumento da concorrência
- Anunciantes em espera porque o Google mostrava anúncios em páginas problemáticas
Primeiro, muitos outros sites incluindo o Facebook (NASDAQ:FB) e o Twitter (NYSE:TWTR) indo atrás do YouTube do Google. A concorrência inclui oferecer aos anunciantes melhores oportunidades para exibir seus anúncios em suas plataformas. Anúncios em vídeo também são vistos com preços altamente competitivos.
O YouTube do Google também se enroscou na revolta dos anunciantes. Anunciantes de marcas estavam incomodados em encontrar seu trabalho de construção de marca sendo associado a conteúdos perigosos ou discutíveis. Em vez de seus anúncios ajudarem a imagem da marca, anunciantes estavam preocupados de que a inserção de anúncios em certos locais poderia manchar a imagem da marca. Isso fez com que os anunciantes recuassem.
Como o Google reagiu? A empresa teve que reduzir os preços.
Você pode ver acima que o custo por clique tem caído em uma taxa estável, porém caiu mais significativamente no último trimestre (-19%).
O Google fez a diferença no crescimento do clique pago, mas ao ler esses números o Google foi forçado a reduzir os preços para conduzir as receitas. Funcionou, mas não é uma boa posição para se permanecer.
Ser forçado a diminuir o preço é algo normalmente associado a menor qualidade das receitas. A tendência de queda se deve, provavelmente, à empresa ter sido encurralada para manter a atividade.
O Google domina o setor de publicidade na internet, mas foi forçado a oferecer anúncios a preços muito mais baixos para apaziguar as angústias dos anunciantes.
Possivelmente teremos mais alguns trimestres até essa questão ficar para trás.
Nossos resultados ficam abaixo dos de Wall Street
Até a tendência mudar, somos forçados a incluir no modelo a recente redução necessária dos preços do Google e seu impacto nas margens.
As receitas têm crescido consistentemente em 20% a cada trimestre; logo, não precisamos alterar isso. Mas ao passar pelas margens menores, nossos números de resultados acabam sendo quase US$ 1,00 abaixo dos de Wall Street para os três trimestres restantes deste ano.
Isso nos mantém à margem mesmo ao se tratar de uma ação "FANG" (sigla para Facebook, Amazon (NASDAQ:AMZN), Netflix (NASDAQ:NFLX), Google).
Como nós nos preparamos para a ação
Por conta de perdas esperadas nos resultados, precisamos de 30% de upside para nos prepararmos para a ação. Assim, comparando com nossa meta de cerca de US$ 1.000, gostaríamos do preço de entrada em torno de US$ 700.
Isso pode acontecer? Claro que pode. Os mercados apresentam alguma volatilidade.
Mais uma vez, para investidores de longo prazo, o Google é um ótimo investimento. Para alguém que pode ficar com uma perda na ação agora e ter mais paciência para uma melhor entrada, esperaríamos.
Conclusão
O Google pode, claro, subir no mercado. Por ser uma das ações FANG, ela é uma líder. A recente desaceleração nas margens por conta de fatores fundamentais nos tornou cautelosos com os resultados. Pode levar ainda alguns trimestres para que anunciantes de marcas tenham algum nível de conforto. Por esse motivo, preferimos esperar por um recuo.
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