A inevitável redução de volume em meio ao feriado de Martin Luther King nos EUA cria um foco nos eventos locais e com a agenda macroeconômica reduzida, os eventos ligados ao descasamento do resultado das Americanas ganham corpo.
Começou a semana ontem, com dados importantes na Ásia como o PPI, inflação ao atacado no Japão superando as expectativas de 0,3%, registrando 0,5%, levando a taxa em 12 meses para 10,2%, os perigosos dois dígitos, saindo de 9,7%, anteriores revisados para cima.
Na margem, os dois maiores pesos para a economia japonesa foram petróleo, serviços de utilidade pública e agricultura, ou seja, semelhante ao restante do mundo, alimentos e transporte com peso renovado e tais resultados são de suma importância, na semana em que o BoJ define a sua política monetária.
O Banco Central japonês já agitou o mercado nas semanas anteriores, ao criar a possibilidade de ampliação da margem de negociação dos papeis ligados ao tesouro do Japão, incrementando o valor do Yen e com tal inflação, as atenções devem focar neste ponto.
Na Alemanha, a inflação ao atacado foi na direção diametralmente oposta e registrou deflação de -1,6%, reduzindo o índice anual de 14,9% para 12,8%, ainda em território recorde da história recente do país.
O Japão falha em capturar a descompressão de preços de energia, como ocorreu na Alemanha, porém, a pressão de alimentos em ambos os países continua em níveis recordes e podem continuar a assolar o mundo por mais tempo.
No âmbito corporativo, o tom subiu na discussão de possível recuperação judicial da Americana, onde o grupo 3G Capital, dos fundadores da Ambev (BVMF:ABEV3) - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira - se propôs a fazer um aporte de R$ 6 bi como “sócios de referência”, porém foram rechaçados por bancos, demandando até R$ 15 bi para viabilizar o negócio.
A situação engrossa, com a tentativa de retirar dos bancos R$ 800 mi e do BTG (BVMF:BPAC11) vir a público chamando a situação de fraude, afinal, em RJs, o desconto negocial de dívidas das empresas pode chegar a 70%, o que faz os bancos chamarem o processo de má-fé, obviamente.
No restante, a agenda chama a atenção no Brasil para o CAGED, PNAD, IGP-10 e coleta de impostos de dezembro de 2022, além de Haddad em Davos hoje.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, com o feriado de MLK nos EUA e após um PPI mais fraco na Alemanha.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, liderados por Shenzhen, com exceção do Nikkei em território negativo, devido à inflação ao atacado mais forte no Japão.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries não operam devido ao feriado.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e paládio.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, após um período intenso de altas com a abertura chinesa.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 6,27%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1023 / 0,03 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / -0,065%
Dólar / Yen : ¥ 128,43 / 0,352%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / -0,180%
Dólar Fut. (1 m) : 5112,19 / 0,23 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,44 % aa (-0,06%)
DI - Janeiro 25: 12,41 % aa (0,10%)
DI - Janeiro 26: 12,23 % aa (0,50%)
DI - Janeiro 27: 12,20 % aa (0,68%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,8352% / 110.916 pontos
Dow Jones: 0,3295% / 34.303 pontos
Nasdaq: 0,7096% / 11.079 pontos
Nikkei: -1,14% / 25.822 pontos
Hang Seng: 0,04% / 21.747 pontos
ASX 200: 0,82% / 7.388 pontos
ABERTURA
DAX: 0,109% / 15102,98 pontos
CAC 40: 0,044% / 7026,60 pontos
FTSE: 0,089% / 7851,03 pontos
Ibov. Fut.: -0,83% / 112086,00 pontos
S&P Fut.: -0,39% / 4002,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,704% / 11531,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,57% / 111,58 ptos
Petróleo WTI: -0,35% / $79,59
Petróleo Brent: -0,46% / $84,89
Ouro: -0,15% / $1.916,70
Minério de Ferro: -4,82% / $119,45
Soja: 0,61% / $1.527,75
Milho: 0,60% / $675,00
Café: 1,54% / $151,70
Açúcar: 0,71% / $19,73