- Todas as atenções estão voltadas ao Federal Reserve, antes de importante decisão de juros;
- A expectativa dos mercados é que haja uma pausa nos aumentos de juros pelo banco central dos EUA;
- Diante da incerteza sobre o que esperar em novembro, investidores traçam cenários para o tão aguardado “ponto de inflexão”.
Na semana passada, falei sobre uma divergência notável nos dados de inflação, em que o índice de preços ao consumidor (IPC) nos EUA estava em alta, enquanto o núcleo do IPC estava em baixa. Essa divergência aconteceu ao mesmo tempo em que o Banco Central Europeu (BCE) elevou a taxa básica em 25 pontos-base.
No entanto, o foco desta semana será, sem dúvida, o Federal Reserve, que vai tomar uma decisão importante sobre a taxa de juros.
As expectativas do mercado indicam claramente uma pausa nos aumentos das taxas, com o nosso Monitor de Juros do Fed sinalizando uma probabilidade de quase 100% (um aumento em relação aos 92% da semana anterior).
Fonte: Investing.com
A perspectiva para a decisão de novembro, no entanto, parece mais complicada, com o mercado estimando uma probabilidade de 32% de um último aumento da taxa até lá.
Fonte: Investing.com
Com a crescente incerteza no futuro, muitos investidores agora se perguntam se devem ajustar suas estratégias para o resto do ano. O que a história mostra de forma consistente, entretanto, é que fazer previsões baseadas em eventos diários e investir com base nelas pode ser um grande erro.
Teoricamente, o esperado “ponto de inflexão” deveria ter ocorrido entre fevereiro e março, mas ainda estamos aqui, enfrentando um cenário de grande incerteza.
Então, quando ele finalmente virá?
Fonte: Bloomberg
Historicamente, o intervalo entre o fim de um ciclo de aumento de taxa e o início de um ciclo de redução de taxa durou, em média, cerca de 5 meses.
Isso sugere que, se a inflação começar a mostrar sinais de desaceleração e o Fed não se sentir mais obrigado a elevar as taxas, poderemos ver algum alívio no primeiro trimestre de 2024, embora isso dependa de certas condições.
Enquanto isso, a economia dos Estados Unidos, especialmente o mercado de trabalho, continua resiliente e robusta, dando ao Fed mais flexibilidade do que aos seus colegas europeus, que já começam a ver sinais de dificuldades econômicas em seus dados.
Fonte: Nautilus
A história sugere que setembro é um mês bastante complicado para o S&P 500, talvez o mais desafiador em termos de sazonalidade, com mais períodos de desempenho negativo do que positivo (67 a 56).
No entanto, se há algo que aprendemos neste ano e meio é que o Fed parece não dar muita importância aos movimentos dos mercados, e não acredito que vá nos informar quando realmente pretende interromper os aumentos das taxas.
(Tradução de Julio Alves)
Aviso: Este artigo foi escrito apenas com fins informativos e não constitui qualquer solicitação, oferta, conselho ou recomendação de investimento, não tendo por objetivo incentivar a compra de ativos de nenhuma forma. Cabe lembrar que qualquer tipo de ativo é avaliado a partir de diversos pontos de vista e possui riscos; por isso, a decisão de investir e o risco associado são de sua inteira responsabilidade. O autor não investe nas ações mencionadas nesta análise.