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Facebook Terá Grandes Desafios pela Frente, Apesar do Rali de 50% em suas Ações

Publicado 04.12.2019, 11:43
Atualizado 02.09.2020, 03:05
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As ações do Facebook (NASDAQ:FB) dispararam neste ano, sinalizando que os investidores estão confiantes de que a gigante das redes sociais conseguiu vencer os grandes desafios que vinha enfrentando e agora está com tudo para crescer ainda mais.

De fato, os papéis da companhia se valorizaram mais de 50% até agora em 2019 e estão sendo negociados perto da máxima histórica de US$ 211,50, desafiando as investigações regulatórias, as multas e a desconfiança geral do público em relação à sua plataforma. As ações encerraram o pregão de ontem cotadas a US$ 198.82, após um recuo de 0,4%.

A grande surpresa no desempenho do Facebook em 2019 não é apenas o fato de a companhia ter recuperado terreno, mas também sua excelente performance, que superou em muito a da sua rival Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (NASDAQ:GOOGL), empresa controladora do Google, cujas ações se valorizaram 25% durante o mesmo período.

Facebook Semanal

Esse forte repique vem depois de um 2018 tumultuado, quando a confiança dos investidores na companhia foi abalada por uma variedade de reveses que ganharam notoriedade, como violações de dados, preocupações com a privacidade dos usuários e a manipulação política da sua plataforma.

Embora os problemas do Facebook estejam longe de acabar – o CEO Mark Zuckerberg já alertou que a empresa terá um “duro ano” pela frente –, a empresa continua mostrando resiliência em seus resultados. No terceiro trimestre encerrado em 30 de setembro, o Facebook registrou um grande fluxo de novos usuários em seus aplicativos, com 2,8 bilhões de pessoas agora usando pelo menos um dos seus serviços mensalmente.

Nesse trimestre, o Facebook adicionou três milhões de usuários nos EUA e Canadá, maior número de adições sequenciais desde o período anterior ao escândalo com a Cambridge Analytica, no ano passado. Essa disparada no engajamento dos consumidores impulsionou tanto as vendas quanto as margens operacionais, superando as estimativas dos analistas para vendas totais e lucro, que foram de US$ 17,7 bilhões e US$ 6,1 respectivamente.

Custos gerados por normas mais rígidas

Então, o que podemos esperar em 2020, ano de eleição presidencial nos EUA, já que está aumentando a pressão para que se reduza a influência das redes sociais nos eleitores e os anúncios direcionados a grupos específicos estão proibidos?

Essa pressão e o aumento do escrutínio por causa das eleições norte-americanas são alguns dos riscos que os analistas estão destacando para as ações do Facebook, à medida que nos aproximamos do ano-novo. O Facebook está enfrentando “um furacão de problemas regulatórios, de privacidade e segurança” e os “custos gerados pela regulamentação mais rígida estão começando a aparecer”, de acordo com uma nota da Societe Generale (PA:SOGN) sobre uma pesquisa recente. A nota também afirma que as projeções de despesas de capital do Facebook refletem a maior exposição da companhia a preocupações com privacidade e segurança.

A Societe Generale (PA:SOGN) é uma das duas únicas empresas em Wall Street a recomendar venda nas ações do Facebook, com alvo de 12 meses em US$ 120 por ação. Quarenta e sete casas recomendam compra na ação, enquanto cinco analistas adotam uma classificação equivalente a neutra.

Em nossa visão, o Facebook já mostrou que pode vencer nessa batalha entre a desaceleração do crescimento e a necessidade de gastar mais para satisfazer os órgãos reguladores. Mesmo diante de notícias negativas praticamente constantes, a gigante das redes sociais conseguiu aumentar a receita trimestral com publicidade em mais de 25% na comparação anual.

Para o futuro, não há qualquer garantia de que os desafios darão trégua para a maior plataforma de mídia social do mundo. Na última teleconferência com analistas, realizada em outubro, o diretor geral financeiro da companhia alertou que a desaceleração no crescimento das receitas do Facebook poderia se estender além deste ano, pois havia limitações cada vez maiores para que o Facebook coletasse e usasse dados pessoais para fornecer anúncios, o que dificultará a geração de receitas provenientes da venda de publicidade.

Não há dúvidas de que a supervisão regulatória e as investigações antitrustes continuarão criando grandes desafios para o crescimento futuro das empresas de redes sociais, uma vez que políticos e órgãos reguladores tentam colocar em vigor um conjunto de regras para controlar e deter o uso indevido. Mas, no que se refere ao Facebook, os investidores estão mais confiantes na capacidade do CEO Mark Zuckerberg de gerar resultados acima das expectativas de mercado e de minimizar o tom conservador da companhia.

O que tem mantido o entusiasmo dos investidores com o futuro do Facebook é sua capacidade de continuar gerando receita com anúncios, graças a seus 2,8 bilhões de usuários em diferentes plataformas. Uma área de crescimento estratégico para o Facebook é o recurso Stories, que são fotos e vídeos em tela cheia que os usuários podem publicar no Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger.

A entrada do Facebook no comércio eletrônico através dos seus aplicativos Instagram e WhatsApp pode gerar bilhões de dólares de receita em poucos anos. O Instagram, aplicativo de compartilhamento de fotos que possui anúncios em seu feed de fotos e recentemente adicionou ferramentas de comércio eletrônico, está se tornando a parte mais significativa do negócio.

Resumo

Após um poderoso rali neste ano, as ações do Facebook estão bem posicionadas para superar qualquer revés em 2020. A capacidade constante do Facebook de impulsionar o engajamento e a monetização das suas atuais propriedades tornam seus papéis em uma sólida aposta de longo prazo, apesar do ano desafiador que terá pela frente. Recomendamos compra na ação, caso haja qualquer correção em 2020.

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