A semana que passou foi de recuperação para o nosso índice, com a maioria dos indicadores econômicos vindo dentro das projeções de mercado, tanto aqui (exceto pelas vendas no varejo), como lá fora, além da assinatura da primeira fase do acordo comercial entre EUA e China.
Conforme gráficos do IBOV futuro abaixo, podemos fazer as seguintes observações:
1. Pelo gráfico semanal, o canal de alta mais antigo (do início de 2016) foi rompido para cima (linhas azuis), seguindo a direção de um outro canal mais íngrime (linhas verdes - iniciado em meados de 2018). De acordo com a metodologia de price action, acredita-se que cerca de 80% dos rompimentos falham (e que boa parte deles voltam para fazer ao menos um pullback). Porém como já estamos há cinco semanas acima da linha superior do canal em azul mencionado, não seria nenhum absurdo considerá-lo como de fato rompido.

2. Porém pelo gráfico diário, embora a semana tenha sido de recuperação, é possível identificar que o IBOV futuro se encontra dentro de uma clara consolidação (retângulo em vermelho) de curtíssimo prazo, tendo como resistência próxima o seu atual topo histórico. Mais uma vez pela metodologia de price action, uma aglomeração tem 50% de chances de ser rompida tanto para cima quanto para baixo... e se para baixo for, veríamos o índice 'voltar para dentro' do canal mais antigo delineado em azul. Ou seja, um cenário com uma leitura gráfica bastante dúbia.

Nesta semana, os dados relativos à criação de empregos formais, a serem divulgados nesta 2af, podem ajudar a moldar o humor do mercado doméstico para os dias que estão por vir.
Os contratos de dólar vêm trabalhando dentro da lateralidade observada nos últimos 7 meses, e a tese mais provável para os próximos dias / semanas é que os mesmos voltem a testar o seu suporte mais imediato na região dos USD/BRL 4,00.

É fundamental ressaltar que nas últimas semanas a moeda americana vem perdendo valor frente aos seus principais pares, impulsionada pela atual conjuntura um pouco mais tranquila.

Olhando para fora, os mercados internacionais estão 'vivendo totalmente num mundo cor de rosa'. O S&P500 encontra-se nesse momento no seu topo histórico (dentro de um canal estreito de alta), e portanto, não há resistências concretas pela frente. E o DAX, índice alemão, está muitíssimo perto de voltar a atingir o seu topo histórico, alcançado pela primeira e única vez no início de 2018.

Na semana passada e nas próximas, teremos divulgações de resultados de diversas empresas americanas, o que certamente vai pesar (para o bem ou para o mal) na direção dos índices do mundo inteiro.
E por mais uma vez, queremos ressaltar, (como temos feito ao longo das análises semanais) que toda a atenção se faz necessária, pois a situação da economia global ainda é deveras frágil. Seguem alguns gráficos interessantes relacionados à economia americana:
(a) A linha em azul corresponde ao lucro das empresas nos EUA antes do imposto de renda, e a em vermelho, depois. Bem, temos o S&P500 subindo 'a pleno vapor', e os lucros das empresas se comportando de maneira 'relativamente estável', quando não caindo. Ou seja, aparentemente existe uma divergência entre preço das ações e lucro no mercado americano.

(b) O gráfico abaixo demonstra a evolução dos pedidos de auxílio desemprego por lá, que voltaram a crescer no nível máximo dos últimos dois anos.

(c) E por último, o gráfico abaixo demonstra a relação da dívida americana com o PIB, que já ultrapassa a casa dos 100% (vale ressaltar que o governo americano vai aumentar ainda mais a sua dívida, via emissão de títulos do tesouro, para financiar o seu déficit).

Bem, saindo do papel de 'mensageiro do apocalipse', com relação às commodities, o preço do barril WTI depois da mais recente tensão geopolítica entre EUA e Irã, vem voltando aos poucos para o seu intervalo de 'briga' que fica entre 57-52 USD/bbl, ressaltado pelo retângulo em vermelho no gráfico abaixo.

Segundo a EIA (U.S. Energy Information Administration), o preço do barril WTI deve ficar neste ano um pouco acima da média de 2019, já que a demanda por petróleo deve subir um pouco acima da sua produção.

O preço do minério de ferro vem operando mais recentemente dentro de um canal de alta, e já se aproxima dos preços praticados pós catástrofe de Brumadinho.

O ouro, depois de uma valorização bastante acentuada nos últimos meses, rompeu a sua mais recentemente lateralização, e parece estar em direção à uma nova pernada de alta. O principal hedge fund do mundo (Bridgewater) enxerga um potencial para que o mesmo alcance um patamar de USD 2k. Se projetarmos a perna de alta que se iniciou na faixa de USD1,2k até 1,5k acima da consolidação abaixo, teríamos como alvo um valor similar ao sugerido acima (apenas uma coincidência).

Para finalizar, o calendário econômico dessa semana trará divulgações que podem gerar bastante volatilidade nos mercados, como a divulgação de criação de empregos, inflação e confiança do consumidor no Brasil, além de uma agenda bem intensa na zona do Euro.


Forte abraço, e....
Bora pra cima !!!