🍎 🍕 Menos maçãs, mais pizza 🤔 Já viu recentemente a carteira de Warren Buffett?Veja mais

ETFs – Análise do Sobe-e-Desce do Mercado

Publicado 29.05.2020, 09:01
US500
-
USD/BRL
-
IBOV
-
SMLL
-
IFNC
-
ICO2
-
BBAS3
-
BBDC4
-
B3SA3
-
ITUB4
-
FIND11
-
BOVA11
-
DIVO11
-
ECOO11
-
PIBB11
-
SMAL11
-
SPXI11
-
IVVB11
-
BBSD11
-
BOVB11
-
SMAC11
-
0P0001EKJF
-
IMAB11
-
IB5M11_old
-
0P0001IL1P
-
0P0001IX78
-
0P0001IX79
-

Nesta semana, vamos analisar o mercado brasileiro de ETFs – Exchange-Traded Funds. Como o termo em inglês indica, ETFs são fundos negociados na B3 (SA:B3SA3) que procuram seguir um índice de referência. Em geral, representam estratégias passivas e claras, acompanhadas de taxas de administração extremamente baixas (PIBB11, por exemplo, cobra apenas 0,059% ao ano). Além disso, ETFs abrem caminho para pequenos investidores terem carteiras diversificadas com uma única e simples operação (e, novamente, a baixíssimo custo se comparado, por exemplo, com fundos de ações ou mesmo de renda fixa).

Ao todo são 23 ETFs na B3, dos quais 17 são de renda variável e 6 de renda fixa. O mercado é altamente concentrado, com 12 ETFs do Itaú (SA:ITUB4), 5 da gigante Blackrock e 3 do Bradesco (SA:BBDC4). Banco do Brasil (SA:BBAS3), Caixa e a “bem-vinda intrusa” Mirae Asset completam a lista. O Ibovespa é o índice mais seguido, por 4 ETFs: sua popularidade parece ter se sobressaído à sua performance ineficiente (o Ibovespa é um índice pouco diversificado e altamente concentrado, mas isso é papo para outra coluna). Veja a lista completa abaixo com diversas informações que coletei para facilitar. Chama a atenção o intervalo em que as taxas de administração se encontram: de 0,059% a 0,60% ao ano.

.

Segundo dados mais recentes disponibilizados pela B3, o volume médio diário de ETFs negociados já atinge R$ 2 bilhões, com aproximadamente 200 mil investidores. O ETF mais líquido, bastante a frente dos outros, é o BOVA11, da Blackrock. Ele segue o Ibovespa e cobra apenas 0,3% ao ano de taxa de administração. Cabe lembrar que o BOVB11 (Bradesco) segue o mesmo índice, com taxa menor (0,2%), mas ainda com bem menos liquidez no mercado (até porque foi lançado em 2019). A tabela abaixo mostra retornos e volatilidades de todos os 23 ETFs em 2020, calculados com base no fechamento do mercado do último dia 26. Perceba que, de forma natural, os ETFs de renda fixa apresentam volatilidades em patamares nitidamente abaixo dos ETFs de renda variável.

.

Os cinco ETFs que mais se desvalorizaram em 2020 são: SMAC11 (-34,6%), FIND11 (-33,1%), SMAL11(-32.6%), ECOO11 (-32.4%) e BBSD11 (-26,5%). Note que dois deles seguem o índice small cap da B3 (SMLL), o que mostra que empresas menores foram mais afetadas pela crise: via de regra, grandes empresas demonstram maior robustez e maior capacidade de geração de caixa neste momento de isolamento social.

Além disso, SMAC11 e SMALL11 foram os mais voláteis (4,2% e 4,5% ao dia) dentre todos os ETFs. Com segunda pior rentabilidade, o FIND11 segue o índice financeiro (IFNC), que representa os setores de intermediários financeiros, serviços financeiros, previdência e seguros: este setor tem boa parte de suas receitas originadas de vendas face-to-face e com maior dificuldade relativa para transferir vendas para o online.

A seguir, o ECOO11 segue o índice Carbono Eficiente (ICO2), que representa um grupo de empresas que se destacam pela transparência e boas práticas ambientais. Com a quinta pior rentabilidade em 2020, o BBSD11 segue o índice S&P Dividendos Brasil (SA:BBSD11), que abrange as ações mais pagadoras de dividendos no mercado brasileiro: tais empresas, conhecidas como cash cows por pagarem dividendos constantemente, mantêm saldos de caixa relativamente menores e são, em consequência, mais impactadas em momentos de altíssima iliquidez no mercado (o outro ETF baseado em empresas pagadoras de dividendos,DIVO11, caiu de maneira similar: -25,9%).

Na outra ponta, temos sete ETFs com rentabilidade positiva em 2020: SPXI11 (24,6%), IVVB11 (24,1%), IB5M11 (9,2%), IMBB11 (8,3%), FIXA11 (5,7%), IRFM11 (2,8%) e B5MB11 (0,3%). Ressalto que cinco deles são ETFs de renda fixa, segmento que tem apenas um ETF ainda em terreno de desvalorização em 2020: IMAB11. Aliás, é bastante curioso notar a diferença de rentabilidades e volatilidades em 2020 entre o IMAB11 (-3,4% com 1,47% a.d.) e o IMBB (8,3% com 0,79% a.d.), em que pese ambos terem como base o mesmo índice (IMA-B).

Também deve-se enfatizar que, de forma bastante díspar, os dois ETFs de melhores rentabilidades em 2020 são do segmento de renda variável e seguem o mesmo índice: S&P 500. Como tal índice está em moeda americana, os dois ETFs se beneficiaram da fortíssima alta do dólar em relação à moeda brasileira, o que explica seus retornos destacados. Outro ponto interessante é que suas volatilidades (2,85% e 2,83% a.d.) são menores do que dos outros ETFs de renda variável. Isso se explica por duas razões: a primeira é que o S&P 500 é historicamente menos volátil que a nossa bolsa brasileira; a segunda é que existe um hedge natural desse ETF pela correlação histórica negativa entre a bolsa americana e a taxa de câmbio US$/R$ (quando as bolsas mundiais caem muito, o dólar sobe, amortecendo a queda do ETF, que é cotado em reais).

Por fim, gostaria de pontuar que esses dois ETFs se apresentam como ótimos instrumentos para aqueles que desejarem investir na bolsa americana. Esses ETFs são investimentos baratos (0,21% e 0,24% de taxa de administração) e bastante acessíveis para investidores que desejam acompanhar o dólar com exposição a uma carteira de 500 ações listadas nos EUA: diversificar nunca foi tão fácil e barato.

Forte abraço a todos!

* Carlos Heitor Campani é PhD em Finanças, professor do Coppead/UFRJ e especialista em investimentos, previdência privada e pública e finanças pessoais e públicas. Ele pode ser encontrado em seu site pessoal e nas redes sociais @carlosheitorcampani

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.