Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com. Publicado originalmente em inglês em 23/06/2021
- Tendência de baixa desde 14 de abril
- Em modo de consolidação ou uma faca em queda?
- BITQ: novo ETF no mercado
- BITQ segue cotação do bitcoin
- Ainda aguardando um ETF robusto que invista na criptomoeda líder
As commodities já foram consideradas como a mais volátil classe de ativos. No entanto, a emergência e a popularidade das criptomoedas ofuscaram a variação de preços das matérias-primas.
A valorização dos preços e a alta volatilidade atuam como “ímãs” para traders e investidores. A possibilidade de transformar um pequeno investimento em uma fortuna é um poderoso fator motivacional. Em mais de quatro décadas de negociações e investimentos nos mercados, nenhum ativo foi capaz de entregar os retornos vistos no bitcoin, líder entre as criptomoedas.
Em 2010, o BTC era negociado a cinco centavos por token. Em 14 de abril de 2021, o preço do token digital atingiu seu pico mais recente a mais de US$ 65.500. É difícil imaginar que um investimento de US$10 no bitcoin em 2010 valeria US$13,1 milhões em meados de abril passado. O bitcoin pode ter perdido metade do seu valor desde 14 de abril, mas continua sendo um mercado atraente, com muito potencial de volatilidade.
Tendência de baixa desde 14 de abril
O contrato futuro de bitcoin para junho na CME atingiu a máxima de US$66.450 por token em 14 de abril. A máxima foi tocada no dia em que a Coinbase Global (NASDAQ:COIN) abril seu capital na Nasdaq. O bitcoin registrou o mesmo comportamento quando seu mercado futuro foi lançado no fim de 2017 na CME, impulsionando o preço para mais de US$20.000 por token pela primeira vez.
Desde a listagem da COIN e a máxima mais recente, o bitcoin caiu forte por causa de preocupações com sua pegada de carbono e uma nova proibição na China, enquanto o país tenta implementar seu iuane digital.
Fonte: CQG
Como mostra o gráfico, o bitcoin futuro afundou até a mínima de US$30.275 em 19 de maio. Desde então, o contrato futuro de junho registrou mínimas ascendentes, com o preço atingindo US$30.915 em 8 de junho e US$31.715 em 21 de junho. Ao redor do nível de US$32.500 em 21 de junho, o bitcoin continuava perto das mínimas recentes, em uma tendência de baixa.
Em modo de consolidação ou uma faca em queda?
O tempo dirá se o bitcoin continuará consolidado entre US$30.000 e US$42.500, faixa de preços na qual a cripto está contida desde o fim de maio. Isso se aplica tanto ao bitcoin quanto às outras mais de 10.500 moedas que flutuam no ciberespaço.
Como o preço ainda continua muito perto da mínima de 19 de maio, a possibilidade de mínimas ainda mais baixas é muito alta. As criptomoedas evocam muitas emoções atualmente.
Os defensores do bitcoin esperam que a moeda digital atinja US$100.000 ou até mais que isso. Quem se opõe espera que ele perca totalmente seu valor. Entre os opositores está Charlie Munger, sócio de Warren Buffett, que recentemente disse que o bitcoin e as outras criptos eram “repugnantes e contrárias aos interesses da civilização”. No passado, o próprio Buffett disse que o bitcoin era “provavelmente um veneno de rato ao quadrado”.
Talvez um ponto de concordância entre defensores e detratores seja que a variação de preços continuará elevada nas próximas semanas e meses.
BITQ: novo ETF no mercado
O fundo (ETF) Crypto Industry Innovators (NYSE:BITQ) rastreia o índice Bitwise Crypto Innovators 30, que mede o desempenho de empresas que lideram a “rápida expansão da criptoeconomia”.
O fundo possui 31 participações em empresas do segmento, com destaque para MicroStrategy (NASDAQ:MSTR), Coinbase e Marathon Digital Holdings (NASDAQ:MARA). O BITQ possui US$51,264 milhões em ativos sob gestão, negocia em média 115.851 cotas por dia e cobra uma taxa de administração de 0,85%.
O ETF é novo e começou a ser negociado em 12 de maio, quase um mês depois que o bitcoin atingiu sua máxima e as ações da Coinbase entraram em cena com sua listagem na Nasdaq.
BITQ segue cotação do bitcoin
Embora o BITQ não reflita diretamente os preços do bitcoin, o ETF sobe e desce conforme a criptomoeda líder se comporta. Em 12 de maio, o bitcoin futuro para junho era negociado na máxima de US$58.340 e atingiu a mínima de US$30.275 em 19 de maio, um declínio de 48,1%.
Fonte: Barchart
No mesmo período, o BITQ caiu de US$25,13 para US$19,56 por cota, ou seja, 22,2%. Com o bitcoin a US$32.500 em 21 de junho, 7,3% acima da mínima, o BITQ estava em torno de US$22 ou 12,5% acima do fundo de 19 de maio.
O BITQ pode não rastrear exatamente o preço do BITQ, mas tem correlação com a cripto líder de mercado e pode ser uma alternativa adequada para quem quer usar um produto do mercado acionário para replicar a performance de preços do bitcoin.
Ainda aguardando um ETF robusto que invista na criptomoeda líder
Apesar do lançamento do BITQ, ainda não há um ETF que rastreie os preços do bitcoin, resolva a questão da custódia e forneça aos investidores e traders um instrumento de liquidez capaz de elevar o perfil da classe de ativos. Contudo, a SEC tem andado a passos lentos no sentido de aprovar produtos desse tipo por uma variedade de razões.
O presidente da autarquia, Gary Gensler, é um especialista em fintech, por ter lecionado sobre o tópico no MIT após sair da CFTC, onde ocupou o cargo de presidente durante o governo Obama.
Apesar dos usos nefastos das criptomoedas citados por alguns opositores, a possibilidade de manipulação de preços é outro problema enfrentado pelos órgãos reguladores que avaliam a aprovação de produtos de ETF. Além disso, as crescentes preocupações governamentais provavelmente se devem ao seu controle da oferta monetária.
Quanto mais o bitcoin e outras criptomoedas substituem as moedas fiduciais tradicionais como meio de troca no sistema financeiro global, mais ameaçam o poder estatal, que vem da sua capacidade de controlar a economia.
Até que surja um ETF de bitcoin, o BITQ parece fornecer uma correção razoável com os preços da criptomoeda.