A antecipação de recebíveis pode ser a solução para um fluxo de caixa ideal nesta época do ano em que as companhias estão retomando as atividades. Desta forma, as pequenas e médias empresas (PMEs) podem sentir dificuldades na gestão financeira, especialmente com a retomada dos negócios após o pagamento do 13º salário, fechamento de vendas, planejamento para 2022, entre outros pontos. Então, o desafio é lidar com todas essas despesas e, ainda assim, manter o fluxo de caixa positivo.
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Diante deste cenário, o Supply Chain Finance (SCF), ou em português “cadeia de suprimentos”, pode auxiliar nas operações da companhia, uma vez que, por meio de um conjunto de soluções, visa promover o gerenciamento de recursos financeiros, envolvendo a relação entre um comprador e sua cadeia. O objetivo, no entanto, é dedicar atenção a ela e ter a certeza de que todas as movimentações estão seguindo o fluxo ideal – desde a compra de materiais, transporte, sistema de armazenamento, ciclo produtivo e a gestão do estoque.
Existem algumas soluções no mercado que remetem ao Supply Chain Finance, tais como acordos de limite de crédito sacado com instituições bancárias e plataformas de leilão de taxas. No entanto, a aplicação total do conceito, em que o capital de financiamento é originado de empresas que fazem parte da cadeia, só é possível com a criação de braços financeiros dedicados às operações. Isso porque, por meio deles, os compradores trabalham baseados no relacionamento com fornecedores, negociando prazos maiores para o pagamento de produtos e/ou serviços e oferecendo o adiantamento desses recebíveis com taxas mais baixas.
Com isso, o fornecedor obtém capital de giro sem a necessidade de recorrer aos bancos tradicionais, processo que automatiza as transações, deixando-as mais eficientes e baratas. Diante deste cenário é possível gerar competitividade e aumentar a rentabilidade da sua empresa, facilitando, assim, a expansão dos negócios – além de, claro, outras vantagens, como trabalhar com o fluxo de caixa positivo, analisar seu mercado de suprimentos e flexibilizar essa cadeia.
É imprescindível ressaltar que SCF pode ocorrer de duas maneiras: utilizando recursos próprios da empresa e/ou empresário ou negociando com instituições financeiras para obtenção de crédito mais barato por meio de risco sacado. Acredito que essa burocracia prejudica o acesso aos serviços de crédito, prolonga o prazo de espera do recebimento e até descredibiliza a sua empresa diante dos fornecedores.
Benefícios de contar com um braço financeiro
Otimização do fluxo de caixa: Para alcançar máxima eficiência e lucratividade, uma empresa precisa trabalhar com fluxo de caixa equilibrado. Isso significa expandir o prazo de pagamento da compra de insumos para uma data posterior ao recebimento pela venda do produto final.
Padronização das contas a pagar: Empresas sadias trabalham com dias pré-definidos para o pagamento de seus parceiros e fornecedores, para que elas ganhem em previsibilidade de rotina, eficiência do seu time operacional e melhor planejamento financeiro.
Liquidez ao fornecedor: Mesmo com o alongamento do prazo no pagamento das contas da sua empresa, o seu fornecedor não perde a liquidez de caixa, bastando poucos minutos para receber à vista o direito creditório antecipado, garantindo a sustentabilidade do seu negócio.
Saúde Financeira: Manter um fluxo de caixa saudável atrelado à previsibilidade financeira reflete diretamente no fortalecimento da empresa, que naturalmente deixa de recorrer aos empréstimos e passa a contar com um bom perfil e score no mercado.
Relacionamento de confiança: Ter um braço financeiro próprio, suportando seu fornecedor, promove um sentimento de confiança e segurança do acesso ao crédito mesmo em meio às crises, cenário em que grandes instituições costumeiramente retiram sua oferta do mercado.
*Thiago Eik é CEO da Bankme, fintech que cria e opera minibancos.