Investidor, se a questão é para onde o dólar vai, vai caindo. Agora a qual velocidade isso ocorrerá, depende do ânimo do mercado em seguir o exterior e se aqui nossa política vai ajudar.
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Como o Brasil é um país que sofre impacto na taxa de câmbio por qualquer situação política que possa surgir, a surpresa desagradável de ontem foram os dados de produção industrial de abril, que atingiu 34,7% na comparação anual, contra expectativas de 37%, e -1,3% na base mensal, ante o consenso de que seria 0,1% positivo.
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No ambiente político, a confirmação da realização da Copa América no Brasil deve continuar a repercutir negativamente para a imagem do Brasil no exterior. Enquanto países que tem comprometimento com medidas de contenção do coronavírus não autorizaram esse evento, aqui abrimos as portas para uma possível terceira onda.
De positivo, o senado aprovou um projeto de readequação e recomposição de quase R$ 20 bilhões ao orçamento, dos quais boa parte vai para o pagamento de benefícios sociais, e o estudo do governo para elevar até R$ 2.500,00 a faixa de isenção de imposto de renda, essa medida visa acelerar a aprovação da reforma tributária no Congresso.
Já no exterior, os preços ao produtor da zona do euro subiram mais do que o esperado em abril, impulsionados pela alta nos preços de energia, a alta mensal dos preços ao produtor foi exatamente à esperada pelos economistas - de 0,9%. Na comparação com o mesmo período de abril, a alta foi de 3,5%.
Mercando abiu otimista ontem e andou rondando e tentando romper os R$ 5,10 para seguir abaixo disso, e assim foi após o leilão de swap de 15 mil contratos lá pelas 11h30, qunado começou a cair mais forte e assim se comportou a tarde chegando a bater R$ 5,0683. Mas, realizou um pouco e fechou em R$ 5,084, menor valor em cinco meses, acompanhado pela 6ª alta consecutiva do Ibovespa, que ultrapassou 129 mil pontos.
Correto mesmo seria ter um dólar agora a R$ 5,00 ou abaixo disso, que é possível que ocorra na próxima reunião do Copom, com uma nova alta da taxa Selic. A questão que fico na dúvida é se o mercado financeiro já está precificando essa alta na taxa de juros com a queda atual no câmbio ou se cairá mais no fato.
A alta das expectativas de inflação para 2022 também tem motivado apostas em uma taxa Selic mais alta e esse componente ganhou reforço adicional nos últimos dias com o encarecimento da energia elétrica a partir de uma crise hidrológica decorrente do baixo patamar dos reservatórios no Centro-Sul.
Brasil com uma demanda reprimida pós-vacinação e a uma inflação mais puxada deve dar um tom mais alto do que a expectativa anterior para a taxa de juros e, daí, dólar mais baixo.