Boa semana, apesar de notícias não tão boas. Mas a semana está apenas começando. Então, vamos dar um giro pelos principais acontecimentos mundo a fora e ver o impacto na taxa de câmbio para a moeda brasileira.
O grande vilão das economias mundiais se chama inflação. Ocorre que o agravamento da guerra entre Rússia e Ucrânia aumentou a pressão sobre os preços de commodities e energia, e as condições financeiras globais estão apertando mais do que o esperado. Ao mesmo tempo, interrupções relacionadas à pandemia e novos gargalos na cadeia de suprimentos continuaram a pesar sobre a atividade econômica. Pode ser que a recessão nos EUA não seja tão forte, ou tão duradoura, mas vamos acompanhar a divulgação de índices e a decisão de política monetária por lá.
Já por aqui, a recém-promulgada Emenda Constitucional dos Benefícios, que amplia e cria novos auxílios sociais apenas alguns meses antes das eleições presidenciais, com previsão de despesas fora do teto de gastos, é negativa para o crédito do Brasil. Preocupações dos participantes do mercado sobre o compromisso das autoridades com a consolidação fiscal antes das eleições de outubro podem levar a um aumento do prêmio de risco geral do país. Ou seja, pior para o real.
O dólar fechou a semana cotado a R$ 5,4049. Aqui, a moeda americana chegou a se aproximar dos R$ 5,50, com as commodities em baixa. Dirigentes do Fed disseram na sexta feira que o ritmo de elevação dos Fed Funds em 75 pontos-base é apropriado e reforçam a tese de "pouso suave" da economia americana. Vamos ver, mas deve ser isso mesmo.
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O real também sofre com as dúvidas sobre o fôlego da economia chinesa e, por tabela, dos preços das commodities, diante do vaivém de medidas restritivas para combater a covid-19. Vamos acompanhar também na China a questão dos reguladores chineses que pediram neste domingo que os bancos estendam empréstimos a projetos imobiliários qualificados e atendam às necessidades de financiamento de incorporadoras quando razoáveis, em seu mais recente esforço para aliviar as preocupações desencadeadas por um crescente boicote ao pagamento de hipotecas em casas inacabadas.
Eu particularmente acredito que, mesmo já em patamares elevados, o dólar ainda pode tomar fôlego caso dados de índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) a serem divulgados nesta semana venham a reforçar temores de recessão pelo mundo. E na guerra Ucrânia-Rússia parece que a coisa está pior a cada dia, ao invés de caminhar para um fim.
Para hoje, por aqui, boletim focus e IGP-10 julho.
Com tanta “bagunça” mundo a fora, o normal é a correr para a segurança, ou seja, o dólar. Portanto, ainda que tenhamos períodos de realização, o cenário para o câmbio continua sendo de alta para o dólar.
Força turma e bons negócios a todos!