Então, aconteceu mesmo os 0,75 ponto percentual de aumento nos juros americanos conforme o mercado já estava precificando. O importante foi o comunicado pós-aumento, em que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou que mais aumentos de juros podem ser necessários para controlar a pressão inflacionária, buscando recompor a credibilidade do mercado em uma postura contracionista diante da continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia e outros desafios para os preços no cenário doméstico e global. Powell disse que as próximas decisões vão depender dos novos dados apresentados e que o Federal Reserve está comprometido em fazer com que a inflação retorne à meta de 2%.
Ontem, a moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,39%, a R$ 5,1739 para venda, bem distante da máxima do pregão, quando saltou 0,80%, a R$ 5,1950. Ao longo dos próximos dias, agentes financeiros continuarão digerindo o comunicado de política monetária do Fed, o que pode manter o mercado de câmbio local sobre alguma pressão e volátil.
O fato é que os EUA com juros mais altos atraem mais capital do mundo todo e sobra menos dinheiro para emergentes como o Brasil. Isso costuma levar a depreciação no câmbio, mas aqui temos outros fatores que impactam muito. São eles: preços das commodities, fluxo de desmonte de posições de grandes fundos, eleições, China, guerra na Ucrânia e o diferencial de juros.
Por falar em juros, os nosso aqui, que saíram após fechamento do mercado ontem, foram mantidos em 13,75%, o que acarreta em menor atratividade no carry trade do que antes da alta de juros dos EUA.
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Conforme eu falei em análises anteriores, o cenário que se consumou, aumento de 0,75 ponto percentual nos juros americanos e estabilidade aqui (mantidos os 13,75%) devem dar força para o dólar. Vamos acompanhar o mercado hoje e ver se vai operar no fato e fundamentos, ou se acontecerá algum efeito “bomba” que derruba qualquer fundamento. Como a gente faz aqui diariamente, podem opinar sobre a taxa de câmbio do dólar. Vai subir hoje ou cair?
No comunicado do Copom, que justifica o porquê da manutenção da nossa taxa de juros, vimos as preocupações com o crescimento menor na China e a possível recessão mundial devido ao ambiente inflacionário e consequentes altas de juros necessárias para tentar controlar a inflação. O Copom falou que, por aqui, o PIB apontou ritmo de crescimento acima do esperado no segundo trimestre, e que a economia segue sinalizando crescimento. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
E de calendário para hoje teremos nos EUA os pedidos iniciais por seguro desemprego, na Europa, a confiança do consumidor e no Brasil importante será a reação do mercado a manutenção da Selic.
Bons negócios, turma, e um excelente dia a todos!