Muito me honra os elogios e as críticas aqui recebidas quando afirmei que o dólar não iria se manter abaixo dos R$5,00 e coloquei aqui meus pontos (quem quiser ler é só ver as minhas matérias passadas), porém, agora a dúvida é: para onde vai a moeda americana daqui pra frente?
A minha resposta é “no mínimo” para 6 reais, e acredito que chegue nesse patamar logo logo (no final do texto irei cravar a data)! Os motivos para o qual imagino isso são muitos, porém, irei focar somente em 3 aqui:
1) Incertezas sobre o Processo Eleitoral
2) Paulo Guedes e os precatórios
3) EUA e o ‘tapering’
1) Incertezas sobre o Processo Eleitoral
Desde aproximadamente julho deste ano (2021), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passou a atacar as urnas eletrônicas, jogando no ar supostos erros nos resultados de 2014 – 2018, não conseguiu comprovar nada, porém, junto com a sua retórica, tem batido de frente com os chefes dos outros poderes, principalmente o Judiciário. Tudo isso cria uma chama muito negativa, pensando que ainda teremos 1 ano e meio para as eleições.
O grande receio é o stress que pode aumentar a já inflamada polarização política que vivemos. Com isso, um investidor pensando que o atual presidente (que neste momento tem 60% de rejeição) pode não aceitar o resultado das próximas eleições teria muito receio de colocar o seu dinheiro por aqui, concorda?
2) Paulo Guedes e os precatórios
A possibilidade de se “pedalar” os pagamentos de precatórios por parte do Governo é algo MUITO ruim, existem pessoas que passam uma vida esperando por esse dinheiro.
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Precatório nada mais é do que uma dívida que Governo tem com cidadãos que "têm o direito” de receber esse dinheiro. Ao tentar adiar o pagamento, seja parcelado, seja não pagar, seja jogar para outro Governo, pensando que o vencimento é agora, sim, é uma forma de calote. Agora vamos à ótica de um investidor mais uma vez: se o Governo não paga nem os seus cidadãos dentro de um direito factual, porque raios eu colocaria meu dinheiro no Brasil ou compraria títulos soberanos, por exemplo?
3) EUA e o ‘tapering’
O super aquecido mercado dos EUA impõe a vários dirigentes do Fed (Federal Reserve), Banco Central Americano, que comecem a votar pelo início “imediato do tapering”, que nada mais é do que a retirada de estímulos monetários por parte do Fed na economia. Eles adotaram essa medida pela primeira vez na crise do subprime nos EUA em 2008.
Retomada na crise do coronavírus, a autoridade monetária injeta mensalmente US$ 120 bilhões na economia comprando títulos públicos e títulos hipotecários. Com o início do tapering, isso deve acabar, assim o dinheiro que circula pelo mundo será menor, consequentemente menos fluxo para emergentes como o Brasil também.
Conclusão
Foram pequenos pontos selecionados para que o texto não ficasse muito maçante, mas a ideia aqui é fundamentar a falta de racional para imaginar um Câmbio valorizado por aqui, creio na desvalorização do Real, pelos pontos acima citados e indo rumo aos R$6,00 até o final do ano (2021).