- O discurso do presidente do Federal Reserve durante o simpósio de Jackson Hole praticamente não trouxe novidades, na semana passada.
- O setor de tecnologia enfrenta ventos contrários; ouro e prata podem subir.
- Enquanto isso, a economia da China começa a mostrar sinais de fraqueza.
- A Country Garden (OTC:CTRYY) está prestes a dar calote;
- O Zhongzhi Enterprise Group está inadimplente nos pagamentos de produtos de investimento de alto risco;
- A (produção industrial ) caiu para 3,7% ao ano (abaixo dos 4,3% esperados), enquanto as vendas no varejo ficaram em 2,5% ao ano (contra os 4,0% projetados);
- As vendas de imóveis despencaram para -8,5% ao ano (contra -8,1%), e o desemprego subiu para 5,3% (ante 5,2%), atingindo recordes históricos entre os jovens;
- O sistema bancário detém US$12,9 trilhões em dívida pública (29% do total) e está exposto a 58 trilhões de iuanes em imóveis;
- A relação dívida/PIB está próxima de 300%.
Na semana passada, o mercado estava atento ao que Jerome Powell, presidente do Fed, falaria no evento mais importante do banco central dos EUA em Jackson Hole. A dúvida era se ele tentaria, de novo, adotar um tom cautelosamente mais duro.
Muitos entenderam suas palavras assim, mas a realidade foi um pouco diferente. Na verdade, não havia muito o que esperar, já que minimizar as preocupações com a inflação era visto como um movimento arriscado.
Claro, o discurso foi vendido como um evento crucial e, apesar de ter a intenção de transmitir uma mensagem forte, na prática, não trouxe novidades.
Em resumo, podemos simplificar sua mensagem em uma frase:
“Nosso objetivo continua sendo alcançar e manter uma taxa de inflação de 2%.”
Isso não é exatamente uma novidade, o que explica por que a reação do mercado foi relativamente moderada em comparação com as expectativas antes do discurso.
No momento, as probabilidades de uma alta na taxa de juros em setembro estão em torno de 20%, com a chance de uma alta em novembro em cerca de 45%.
O Fed parece ter deixado para trás o ano de 2020, quando provocou uma inflação mais alta, ao praticamente jogar dinheiro de helicóptero.
No entanto, o foco agora mudou, voltando-se para uma inflação mais baixa. É possível que tanto o Federal Reserve quanto outros bancos centrais consigam seu objetivo de promover a desinflação.
Ações de tecnologia próximas de resistência crítica
Em 2022, as ações de tecnologia atingiram um pico de 29% dentro do S&P 500, mas enfrentaram uma queda entre o final de 2022 e o início de 2023.
Fonte: BofA (NYSE:BAC) Global Investment Strategy
No entanto, elas recentemente ganharam força, reafirmando sua dominância no índice e representando cerca de 28% da capitalização de mercado total.
Atualmente, o setor de Tecnologia (NYSE:XLK) parece estar enfrentando um obstáculo, mantendo-se abaixo das máximas do ciclo anterior.
Curiosamente, um padrão de candlestick semelhante ao ocorrido em 2021, que desencadeou uma retração de mais de 30%, reapareceu.
Considerando a possibilidade de mais quedas, é plausível esperar que o valor não caia abaixo da faixa de US$140.
Possível rali no ouro e na prata?
Enquanto isso, estamos de olho na prata, esperando por um movimento de valorização. Se a prata subir de forma expressiva, devemos nos preparar para um avanço no ouro.
Esses dois metais preciosos geralmente têm uma forte correlação, mas a prata costuma superar o ouro.
Basta pensar em 2022, quando o ouro passou a subir a partir do fim do ano, alcançando novas máximas entre US$ 1800 e US$ 2000 em maio de 2023, níveis similares aos de março do ano anterior.
Assim como o ouro, a prata também teve um desempenho superior a 30% desde a mínima de outubro de 2022, alcançando picos anuais de US$ 25,681 até maio de 2023. No entanto, a partir de então, os metais preciosos perderam o brilho.
O nível de 0,013 na relação prata/ouro é um ponto crítico de reversão nos últimos dez anos, indicando mudanças de tendência nos ciclos de alta.
Se a prata romper esse nível, isso sinalizaria um cenário muito favorável para “ambos” os metais (pois um costuma influenciar o outro).
Por outro lado, a prata tem se mantido acima do suporte de US$22,550. Isso não implica uma tendência de baixa.
Talvez, desta vez, um novo rali possa dar o impulso necessário para que o ouro ultrapasse as máximas anteriores, especialmente a resistência de US$ 2070.
Crise econômica à frente na China?
Voltando-se para a China, uma série de eventos recentes levantou temores sobre uma possível crise:
Além disso, o Banco Popular da China (PBOC) cortou drasticamente as taxas de juros, aumentando a pressão sobre a desvalorização do iuan, sua moeda.
É difícil não lembrar do alarme causado pela desvalorização em agosto de 2015. Esse movimento não só abalou os mercados globais, como também impulsionou uma alta no bitcoin à medida que a liquidez fluía.
Será que a história está prestes a se repetir?
(Tradução de Julio Alves)
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