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Diesel: Disparada de Produtos Derivados Indica que Petróleo Atingirá Nova Máxima

Publicado 10.06.2022, 14:19
Atualizado 09.07.2023, 07:31
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Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com

  • Petróleo continua digerindo as máximas do início de março.
  • Os preços da gasolina e do óleo de aquecimento atingem níveis recordes.
  • Margens de refino mostram que demanda está robusta.
  • Novas máximas históricas no Brent e WTI no horizonte.

Em abril de 2020, o contrato futuro do petróleo norte-americano foi negociado abaixo de zero, ao atingir a mínima recorde de US$ -40,32 na Nymex.  A queda no abismo ocorreu porque o mercado não dispunha mais de locais para armazenar o produto. O WTI é um tipo de petróleo transportado por terra, com ponto de entrega em Cushing, Oklahoma.

O barril deBrent futuro, por sua vez, caiu para US$ 16. Trata-se de um petróleo transportado por mar e, por isso, conta com mais opções de armazenamento em navios-tanque ao redor do mundo. No entanto, o Brent atingiu seu preço mais baixo deste século, por conta da destruição de demanda provocada pela pandemia.

Desde as mínimas de abril de 2020, o WTI e o Brent passaram a subir, fechando 2021 a US$ 75,21 e 77,78 por barril respectivamente. Em 2022, os preços dispararam após a Rússia invadir a Ucrânia. A política energética dos EUA para enfrentar a mudança climática entregou o controle dos preços do petróleo para a Opep+. As regras de produção agora são ditadas a partir de Moscou e Riad, na Arábia Saudita.

O petróleo se tornou um instrumento político em 2022, com as sanções à Rússia e as medidas retaliativas de Moscou. Depois de anos sofrendo com preços baixos provocados pela produção de shale oil nos EUA, os sauditas se uniram aos russos para se aproveitar do ciclo de alta. A Arábia Saudita precisa que o barril custe pelo menos US$ 80 para fazer frente ao seu orçamento. Custando agora mais de US$ 120, suas receitas estão sendo impressionantes. A Saudi Aramco (TADAWUL:2222) recentemente substituiu a Apple (NASDAQ:AAPL) como empresa pública com maior valor de mercado. Os papéis da petroleira estatal saudita são negociados na bolsa de valores local.

Enquanto o petróleo registra seu preço mais alto desde 2008, seus produtos derivados indicam que veremos novas máximas em breve.

Petróleo continua digerindo as máximas do início de março

No início de março, o WTI futuro superou a marca de US$ 130 por barril, enquanto o Brent se aproximou da cotação de US$ 140.

WTI mensal

Fonte: Barchart

O gráfico mostra o rali do início de março que fez o petróleo da NYMEX atingir US$ 130,50 por barril. Depois de corrigir para baixo de US$ 100 em março, abril e maio, os preços voltaram a superar US$ 120 em 8 de junho.

Brent mensal

Fonte: Barchart

O petróleo Brent futuro atingiu a máxima de US$ 139,13 no início de março. Depois de corrigir para baixo de US$ 100 em março e abril, o preço do contrato para agosto estava perto de US$ 123 em 8 de junho.

O petróleo corrigiu e vem digerindo o movimento até o nível mais alto desde 2008, consolidando-se em seu patamar mais elevado em 14 anos.

Os preços da gasolina e do óleo de aquecimento atingem níveis recordes

Apesar de o petróleo não ter atingido, por pouco, uma nova máxima recorde, os preços dos seus derivados registraram picos recordes.

Gasolina mensal

Fonte: Barchart

Antes de 2022, a máxima histórica do mercado futuro da gasolina ocorreu em 2008 a US$ 3,6310 por galão no atacado dos EUA. A máxima mais recente foi tocada a US$ 4.3260 em junho de 2022, e, custando mais de US$ 4,20, em 8 de junho, a gasolina está bem acima do pico recorde registrado há mais de uma década.

O óleo de aquecimento futuro serve de indicador para outros destilados, como o combustível de aviação e diesel.

Óleo de aquecimento mental

Fonte: Barchart

Antes de 2022, o pico histórico desse mercado foi visto em 2008, quando seu valor no atacado dos EUA atingiu US$ 4,1586 por galão. Em abril de 2022, o preço disparou para US$ 5,2217 por galão. E custando mais de US$ 4,32 em 8 de junho, permanecia acima da máxima de 2008.

LEIA MAIS: Escassez do diesel pode impactar margens de operadoras logísticas, diz BTG

Margens de refino mostram que demanda está robusta

A margem de refino reflete o diferencial de processamento de um barril de petróleo em produtos derivados que são direta ou indiretamente consumidos a cada dia. Os motoristas compram gasolina na bomba, os consumidores adquirem produtos que são levados ao mercado por caminhões que precisam de óleo diesel. Os viajantes se deslocam em aviões alimentados por querosene de aviação, um produto destilado. As margens de refino são um indicador em tempo real da demanda por petróleo e produtos derivados.

Margens de refino trimestrais

Fonte: CQG

O gráfico trimestral mostra o movimento da margem de refino de gasolina até a máxima recorde de US$ 61,95 em junho. A mais de US$ 55 por barril em 8 de junho, as margens de refino da gasolina continuaram acima da máxima recorde anterior de US$ 45,40 em 2013.

Margens de refino de gasolina trimestrais

Fonte: CQG

O gráfico da margem de refino do óleo de aquecimento (destilado) mostra uma alta até US$ 74,05 em maio, estando a US$ 60 por barril em 8 de junho. A máxima recorde anterior foi em 2012, quando atingiu US$ 45,12 por barril.

A ação dos preços dos produtos petrolíferos e das margens de refino é uma evidência de que a demanda pela commodity de energia está bombando em junho de 2022.   

Novas máximas históricas no Brent e WTI no horizonte

Como o petróleo bruto é o insumo principal da gasolina e dos destilados, a alta dos preços dos produtos se traduz em pressão altista para a cotação do barril.

O alvo de alta no WTI está na máxima de julho de 2008 a US$ 147,27, enquanto o objetivo do Brent encontra-se acima de US$ 147,50 por barril. Os preços dos produtos derivados e suas margens de refino indicam que teremos novas máximas no petróleo em breve.

Em abril de 2020, o petróleo na Nymex atingiu sua mínima recorde, sendo negociado abaixo de zero. Antes do fim de 2022, o mercado futuro pode registrar nova máxima recorde a US$ 200 ou mais acima da mínima de abril de 2020. Os preços futuros do Brent alcançaram US$ 16 por barril, nível mais baixo deste século, quando o WTI estava negativo. Os preços do WTI já se moveram para mais de US$ 160 no pico mais recente de março de 2022 e podem aumentar esses ganhos nas próximas semanas e meses.

USO e BNO seguem os preços referenciais do petróleo no curto prazo

A forma mais direta de ter uma posição de risco nos mercados petrolíferos é através dos contratos futuros e de opções. O WTI é negociado na divisão NYMEX da CME, e o Brent, na Intercontinental Exchange. Dois ETFs fornecem uma alternativa para quem deseja participar do mercado petrolífero, sem se aventurar com derivativos. O United States Oil (NYSE:USO) e o United States Brent Oil (NYSE:BNO) tendem a cair e subir juntamente com os preços do petróleo no curto prazo. Eu prefiro utilizar esses produtos para posições de curto prazo, já que ambos os fundos sofrem com mercados em backwardation, quando os preços de contratos mais próximos ficam mais altos do que os de prazo mais longo. Os períodos de rolagem no mercado petrolífero distorcem os valores dos ETFs.

Os destaques o USO e BNO são:

  • Ao nível de US$ 91,27 em 8 de junho, o USO tinha US$ 3,342 bilhões em ativos sob gestão. O ETF negocia em média 3,648 milhões de cotas por dia e cobra uma taxa de administração de 0,83%.
  • Ao preço de US$ 35,98 em 8 de junho, o BNO tinha um patrimônio de US$ 380,543 milhões sob gestão. O BNO negocia em média 910.000 cotas por dia e cobra uma taxa de administração de 1,13%

Os fundos USO e BNO são instrumentos de curto prazo desalavancados que seguem bem a cotação do barril de WTI e Brent. Os produtos derivados e as margens de refino indicam novas máximas para o petróleo em 2022. O risco de correções aumentou com os preços, portanto comprar após recuos pode ser uma boa estratégia no atual cenário.

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