Dia de Ata do Copom, com as apostas concentradas sobre o que será decidido na reunião de março (dias 15 e 16). Especula-se sobre um ajuste entre 0,75 e 1,0 ponto percentual na taxa Selic, hoje em 10,75%. Depois, é possível uma parada, quando serão analisados os efeitos deste ciclo de aperto do juro.
O que nos parece é que as expectativas de inflação continuam elevadas, acima de 5%, pela Focus (5,44%), e seria de bom tom o presidente da instituição evitar uma nova carta de justificativa ao Ministro da Economia, por ter “furado” a meta.
Enquanto isso, no mundo, em diferentes intensidades, vários países debatem o início dos seus ciclos de aperto monetário.
Para a presidente do BCE, Christine Lagarde, a inflação projetada para 2022 está acima do esperado, mas, mesmo assim, acredita na estabilização em torno da meta de 2% ao fim do ano. Diz também que qualquer ajuste da política monetária deve ser gradual, de acordo com a evolução da economia. Como bem disse, “será importante permanecer dependente dos dados”.
No Brasil, no governo e no Congresso seguem intensos os debates sobre a PEC dos Combustíveis. Guedes se posiciona contrário, querendo restringi-la ao diesel e ao biodiesel, mas Bolsonaro, de olho no quociente político eleitoral, pressiona por todos os derivados de petróleo. É dele também a decisão de anistiar os estudantes envidados com o Fies em 92% do total.
Sobre a tensão entre Rússia e resto do mundo, seguem as tratativas diplomáticas, agora com Emmanuel Macron em visita ao presidente russo, Vladimir Putin.
Em diferentes contextos, mas todos imbuídos do mesmo propósito, evitar a disseminação da inflação. O que se tem, neste momento e transição, são bancos centrais tomando decisões de controle monetário, na cautela de se evitar bolhas estourando ou surtos recessivos. É leitura comum de que, tanto o Fed como o BCE, demoraram para agir nas suas interpretações da realidade, se apoiando por demais na tese da “inflação transitória”. Agora estão atrás da curva e correndo atrás do prejuízo. Em correção, já se fala no BCE elevando o juro no quarto trimestre deste ano, e o Fed já trabalhando com o inicio do ciclo em março.
PEC dos Combustíveis
O ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda tenta demover o presidente Jair Bolsonaro de patrocinar a ideia, de zeragem de imposto para combustíveis em geral, restringindo ao diesel e ao biodiesel. Para Guedes, isso teria impacto positivo para baixar a inflação e ainda ajudaria diretamente os caminhoneiros, eleitorado cativo do presidente. A equipe econômica insiste na ideia de que a redução de impostos deve ser feita por meio de projeto de lei para amenizar o impacto da medida na arrecadação. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro defende a PEC. Questionado sobre a perda de arrecadação com a iniciativa, o mandatário afirmou que se trata de uma "medida de emergência".
Negociação da dívida do Fies
Bolsonaro deve regulamentar o projeto de renegociação das dívidas do Fies, com abatimento de 92%. Lembremos que o Fies foi um instrumento concedido aos estudantes, no ciclo petista, para eles se financiarem nos seus estudos em instituições de ensino privadas. O problema é que esta dívida estourou, e agora o governo Bolsonaro está tratando de, praticamente, anistia-la.
INDICADORES
No Brasil
Pesquisa Focus. IPCA para este ano passou de 5,38% para 5,44%. Seria o segundo ano em rompimento do teto da meta, em 5,0%. A meta é de 3,5%, com intervalo de 1,5 para cima e para baixo.
IGP-DI de janeiro registrou 2,01%, maior do que no mês anterior (1,25%). Com este resultado, índice da FGV acumula 16,71% em 12 meses. Em janeiro de 2021, o índice havia subido 2,91% e acumulava 26,55% em 12 meses. IPA subiu 2,57% em janeiro, contra alta de 1,54% no mês anterior; IPC variou 0,49% em janeiro, contra 0,57% em dezembro; e INCC variou 0,71%, ante 0,35% em dezembro. Núcleo do IPC registrou 0,62%, ante 0,53% no mês anterior; e índice de difusão ficou em 71,61%, 3,22 pontos acima do registrado em dezembro (68,39%).
Dados da Anfavea. Vendas de veículos caíram 26,1% em janeiro contra janeiro de 2021. Na passagem de dezembro para janeiro a queda foi ainda maior: -38,9%. Foi o pior mês de janeiro em 19 anos. As montadoras produziram 145,4 mil unidades entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação contra dezembro, queda foi de 31,1%.
Na Alemanha
Produção industrial de dezembro recuou 0,3% (esperado, 0,4%; anterior: -0,2% revisado para 0,3%)
Na China
PMI Caixin Services de janeiro foi a 51,4, contra o esperado de 52,9. Em dezembro foi a 53,1.
MERCADOS
No Brasil, o Ibovespa fechou segunda-feira (07) em queda de 0,22%, a 111.996 pontos, depois de operar estável por todo o dia. Já o dólar fechou em queda de 1,33%, a R$ 5,254.
Nos futuros do dia 07 de fevereiro, o Ibov RECUAVA 0,19%, a 112.212 pontos e o dólar a R$ 5,264. No mercado de Treasuries, BR 2Y AVANÇANDO 5,41%, a 10,99, BR 5Y -0,28%, a 10,71, e BR 10Y, -0,43%, a 11,12. Ao fim, “risco Brasil”, CDS 5 ANOS, a 220,2 pontos.
Na madrugada do dia 08/02, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em ALTA: DAX (Alemanha) +0,11%, a 15.223 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,46%, a 7.608 pontos; CAC 40 +0,24%, a 7.025 pontos, e EuroStoxx50 +0,12%, a 4.125 pontos.
Na madrugada do dia 08/02, na Ásia (05h12), os mercados operaram EM ALTA: S&P/ASX (Austrália), +1,07%, a 7.186 pontos; Nikkei (Japão) +0,13%, a 27.284 pontos; KOSPI (Coréia), +0,05%, a 2.746 pontos; Shanghai +0,67%, a 3.452, e Hang Seng, -1,03%, a 24.325 pontos.
Nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam MISTOS neste dia 08/02 (05h10): Dow Jones, -0,01%, 34.965 pontos; S&P500 -0,01%, 4.475 pontos, e Nasdaq +0,05%, a 14.578 pontos. No VIX S&P500, 23,43 pontos, EM QUEDA DE 0,94%.
No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 2,72%, a 1,3313, US 10Y +1,70%, a 1,9490, e US 30Y, +1,04%, a 2,2410. No DXY, o dólar EM ALTA DE 0,29%, a 95,67, e Petróleo WTI, a US$ 90,55 (-0,84%) e Petróleo Brent US$ 91,78 (-0,98%); Gás Natural +1,39%, a US$ 4,29.