Desta Vez Vai Ser Diferente?

Publicado 18.03.2020, 21:35
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CL
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John Templeton foi um dos maiores investidores do século XX.

Fundador do Templeton Growth Fund, ele não apenas bateu o mercado. Ele massacrou o mercado.

Em 1999, a revista Money afirmou " indiscutivelmente o maior gestor de ações do século ".

Templeton é conhecido por seu pioneirismo, quase solitário, nos investimentos globais.

Ele acreditava que os investidores não estariam em sua completa clareza de ideias investindo apenas em seu próprio país.

Nos anos 50, por exemplo, ele investiu nas bolsas da Alemanha e Japão.

Com as feridas ainda abertas após a Segunda Guerra Mundial, investir no Japão e Alemanha era tão popular entre os americanos quanto a ideia do Brasil, hoje, emprestar dinheiro para Venezuela.

Mas, à medida que essas economias deterioradas foram reconstruídas, o retorno do seu investimento disparou.

Templeton deu dois conselhos famosos aos investidores. O primeiro foi o seguinte: " O momento de grande pessimismo é o melhor para comprar e o momento de grande otimismo é o melhor para vender."

Olhando para o mercado de hoje, essa citação é tão apropriada que não vou acrescentar comentários.

Um outro conselho era: “As quatro palavras mais perigosas para investir são "desta vez é diferente".

Podemos refletir...

A causa de um momento de pânico no mercado - como o que estamos experimentando - é sempre diferente.

Por exemplo, a bolsa de valores dos Estados Unidos caiu em 19 de outubro de 1987. Isso foi diferente.

Afinal, nenhuma economia parou. Nenhum presidente foi baleado. No entanto, o mercado despencou 23% naquele dia.

Saddam Hussein invadiu inesperadamente o Kuwait em 1990 e tomou os campos de petróleo. Isso foi diferente.

Os preços do petróleo dispararam, os EUA entraram em um bear market e o mundo se preparou para a guerra no Oriente Médio.

Quando o Long Term Capital - um gigante hedge fund na gestão de ganhadores de prêmio Nobel - entrou em colapso em 1998 e perdeu $ 4,6 bilhões, foi diferente.

O então presidente do FED, Alan Greenspan, coordenou o resgate junto com instituições financeiras.

Em 11 de setembro de 2001, cinco membros da Al-Quaeda lançaram aviões contra o World Trade Center. Isso foi diferente.

A bolsa de Nova York ficou fechada por quatro dias seguidos.

A bolha imobiliária que se desenvolveu no final dos anos 90 e explodiu em 2008, foi diferente.

À medida que as hipotecas subprime viraram pó, alguns dos nomes mais famosos de Wall Street, como Bear Stearns e Lehman Brothers, não tiveram misericórdia governamental.

Os mercados de ações globais enfrentaram a pior crise financeira desde a Grande Depressão em 1929.

Aliás, a crise de 1929 também foi diferente. O mesmo ocorreu com a pandemia da gripe de 1918, a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial, a bolha da Internet e - ah, sim - o corona vírus se transformando em uma pandemia global.

Templeton, no entanto, parecia pensar: é sempre diferente.

Ele se referia à crença generalizada, que durante as crises, as ações são arriscadas demais para investir.

As ações sempre se recuperaram da adversidade. Sempre.

( Frequentemente apontam que o Dow Jones retornou à máxima de 3 de setembro de 1929 apenas em 23 de novembro de 1954. Mas isso ignora os dividendos. Com os dividendos reinvestidos, os investidores em ações recuperaram suas perdas em menos de cinco anos)

Alguns investidores não entendem como as ações são fortes ferramentas para acumular patrimônio no longo prazo. Outros entendem, mas ainda não conseguem controlar o impulso emocional e compram na euforia e vendem em pânico.

Uma citação em particular de Steve Jobs veio de encontro nesta ocasião:

" Você não consegue ligar os pontos olhando pra frente; você só consegue ligá-los olhando pra trás. Então você tem que confiar que os pontos se ligarão algum dia no futuro "

Em algum momento - e pode ser muito mais breve do que o esperado - você vai olhar para esses últimos dias e reconhecê-los como um grande aprendizado.

Os pontos se ligarão no futuro.

Sim, o COVID-19 é novo. Seus efeitos econômicos são inteiramente negativos.

Mas ainda assim... desta vez não é diferente.

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