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Depois dos Bancos Centrais, a Inflação

Publicado 14.05.2022, 21:44
 
Em nosso último comentário semanal discutimos as reuniões dos comitês de política monetária no Brasil e nos EUA, ambas finalizadas no dia 04/05 e com implicações relevantes para a projeção de taxas de juros. Uma semana depois, na quarta-feira, dia 11/05, foram divulgados os índices de preços ao consumidor no Brasil (IPCA) e nos EUA (IPC), ambos demonstrando o cenário atual desafiador.
 
Há vários meses que sustentamos os riscos associados à inflação. Por um lado, fatores relacionados às constantes rupturas nas cadeias logísticas e a questões geopolíticas no Leste Europeu têm pressionado os preços pelo lado da oferta. Por outro, taxas de política monetária ainda muito estimulativas e política fiscal expansionista contribuem para aceleração da inflação no lado da demanda.

 

A difícil tarefa dos bancos centrais no mundo está relacionada à necessidade de balancear o aumento dessas pressões de preços, o avanço das expectativas de inflação e a perspectiva de uma desaceleração econômica global (trataremos os motivos disso no post da próxima semana). Podemos afirmar que nem IPCA para o Banco Central do Brasil, nem o IPC para o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) mostraram dinâmica que dê qualquer tipo de alento.

O IPCA de março variou 1,06%, acima da mediana do mercado (1,01%). Pelas aberturas, os preços administrados ficaram acima do esperado (0,55% vs. 0,32% exp.). Nos preços livres (1,25% vs. 1,02% exp.), a surpresa altista ocorreu em todos os setores, com destaque para os bens industriais (1,21%, vs. exp. 0,94%), mas também em serviços (0,66%, vs. exp. 0,50%) e alimentação no domicílio (2,59%, vs. exp. 2,30%). Nas leituras subjacentes, os industriais mostraram alta de 1,15% (vs. 0,71% exp.) e os serviços subiram 0,79% (exp. 0,61%).

A média dos cinco núcleos acompanhados pelo Banco Central seguiu em patamar elevado, atingindo 0,95% e ficando ligeiramente abaixo dos 0,98% observados no mês anterior.

Por mais um mês, observamos o IPCA com composição bastante desfavorável tanto no índice cheio quanto na ótica subjacente. A continuidade da aceleração dos núcleos e os elevados índices de difusão indicam que a inflação é disseminada entre os setores.

Nos EUA, o IPC de abril subiu 0,3% (vs. 1,2% do período anterior), acima das expectativas do mercado (0,2%). A leitura subjacente volta a acelerar (0,6% vs. 0,3% anterior), com bens avançando 0,2% após ter caído 0,4% em março.

Em termos de serviços subjacentes, a abertura sobe de 0,6% para 0,7%. Em moradia (0,5% vs. 0,5% anterior), aluguel variou 0,6% (vs. 0,4%) e OER 0,5% (vs. 0,4%). Transportes seguem acelerando, indo de 2% para 3,1%, influenciados pelo forte resultado da abertura volátil de tarifas aéreas (18,6% vs. 10,7%), bem como manutenção e seguro (0,5% e 0,8%, respectivamente).

Vemos meses difíceis para a inflação global à frente. Riscos se acumulam nas commodities energéticas e também para alimentos. Sobre esses, fatores climáticos e escassez de fertilizantes já levam alguns indicadores globais (como o índice de preços de alimentos computado pelo FMI) a patamares recordes. Dadas as defasagens relacionadas ao ciclo de plantio, é muito razoável supor que preços de alimentos seguirão pressionados ao menos durante os próximos 12 meses. Ou seja, expectativas de inflação do consumidor também manterão viés altista no médio prazo.

Assim, sustentamos que, tanto aqui no Brasil como nos EUA, a tendência de aperto da política monetária segue amparada. Antevemos que a Selic chegará a 13,75% na reunião de agosto, patamar evidentemente elevado. Nos EUA, acreditamos que o FED subirá os juros em 0.5p.p. ao menos nas próximas duas reuniões e seguirá com altas de 0.25p.p. daí em diante até o primeiro trimestre do ano que vem. Logo, está claro que viveremos em um mundo de mais juros.

 

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