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Decidindo Onde Investir: Cuidado Quando as Coisas Não São o Que Parecem

Publicado 11.03.2022, 11:06
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Seres humanos têm uma enorme dificuldade de lidar com estatísticas. Sim, eu e você incluídos. Alguns estudam, treinam e conseguem se aperfeiçoar. Entretanto, todos ainda correm o risco de fazer avaliações ignorando as probabilidades e se focando no quanto um evento se parece com algo que seja familiar. Sim, eu e você também, muitas vezes. Inclusive em decisões financeiras.

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Investidores operam com base em sua experiência prévia. E, claro, não há nada de errado com isso. Usamos nosso aprendizado para tomar melhores decisões no futuro. O problema é quando criamos estereótipos que deixam de ser questionados na hora de investir. Isto recebe o nome de heurística da representatividade.

Muitas das teorias de finanças comportamentais dizem respeito a uma série de conceitos agrupados como evidências de nossa “racionalidade limitada”, um termo associado ao Nobel de Economia Herbert Simon. São as limitações cognitivas na tomada de decisão. Como resultado, o comportamento humano é feito com base em procedimentos simplificados (ou heurísticas) que interferem bastante, por exemplo, em nosso comportamento de tomada de risco nos investimentos. As pessoas tendem a reagir exageradamente à informação. Obviamente, só reagem às informações que estejam disponíveis.

Por exemplo, na cabeça da maioria das pessoas, a previsibilidade do crescimento dos lucros futuros é inferida pelos lucros passados. A heurística da representatividade incentiva os investidores a investir em fundos de alta rentabilidade passada. Os investidores novatos confiam demais no bom desempenho anterior e estão convencidos de que a boa fase durará. Embora a história passada seja representativa de um potencial de crescimento futuro, pode não ser o principal critério. Certamente não é o único. Isso também vale para decisões de investimento em ações individuais (fundos mútuos investem em um conjunto de ações). Os investidores podem extrapolar o histórico passado de altos ganhos para o futuro, superestimando todas as ações que estejam mais em evidência no presente. Claro, o alto crescimento dos lucros no passado pode ser resultado de um trabalho sistemático e eficiente da empresa, o que, no entanto, não é uma "carta de garantia" para o futuro. Em geral, a representatividade tende a restringir as decisões de investimento e criar investidores de mente estreita, que podem ser afetados por vários vieses.

Um viés que é comum no mundo financeiro poderia ser chamado de viés do “arrependimento”. Trata-se da reação emocional das pessoas por terem cometido um erro de julgamento. Por exemplo, os investidores podem evitar vender ações que tenham desvalorizado para evitar o arrependimento de ter feito um mau investimento, ou o constrangimento de relatar uma perda. E isto ocorre até com investimentos ruins que não tenham sido oriundos de erros de julgamento, e sim de fatores aleatórios fora do controle do tomador de decisão. Alguns pesquisadores teorizam que os investidores seguem a maioria e a sabedoria convencional para evitar a possibilidade de se arrepender no caso de suas decisões serem infelizes. Muitos investidores acham mais fácil comprar uma ação popular, já que muitos outros fizeram o mesmo. Comprar uma ação menos conhecida ou com uma imagem dúbia é mais difícil de racionalizar (para si mesmo e para os outros) se seu valor cair. Decisões “técnicas” passam longe. Ou só se tornam técnicas com racionalizações posteriores.

Outro viés é a chamada “ancoragem”: na ausência de melhores informações, os investidores assumem que os preços atuais estão corretos. Em um mercado em alta, por exemplo, cada nova alta é “ancorada” por sua proximidade com o último recorde e a história mais distante se torna cada vez mais irrelevante. As pessoas tendem a dar muito peso à experiência recente, extrapolando tendências que muitas vezes estão em desacordo com as estatísticas de longo prazo.

E, talvez, um dos mais estudados fenômenos seja a “super” ou “sub”-reação do mercado. Entre outros, o também Nobel de Economia Richard Thaler analisou a consequência de os investidores colocarem muito peso em notícias recentes em detrimento de outros dados. Isto deflagra um “excesso de confiança” nos investidores que, de posse de tais informações, tendem a se tornar mais otimistas quando o mercado sobe e mais pessimistas quando o mercado desce. Assim, os preços caem muito no ambiente ruim. A maioria dos investidores pensa que pode vencer o mercado, embora as evidências sejam esmagadoras de que não podem. Estudos sobre o comportamento de compra e venda de ações mostraram que, quando um investidor vende uma ação e imediatamente compra outra, a ação vendida se sai melhor no ano seguinte. Eles também apontaram que as pessoas são propensas a “ilusões cognitivas”, como ficar rico e famoso ou conseguir sair do mercado antes que uma bolha estoure. As pessoas exageram o elemento de habilidade e negam o papel do acaso em seu processo de tomada de decisão, muitas vezes não tendo consciência do risco que correm. Adicione aversão a perdas à mistura e não é de admirar que o investidor médio entre em pânico em uma desaceleração do mercado, onde talvez fosse hora de comprar em vez de vender.

Por que se importar se os pequenos investidores individuais não se comportam como achamos que deveriam? Em primeiro lugar, isto pode afetar diretamente o bem-estar das pessoas. E, também, o comportamento do investidor afeta o que acontece nos mercados. Com a arbitragem custosa, os fatores psicológicos tornam-se relevantes e seria insensato modelar o comportamento do mercado com base no pressuposto da racionalidade econômica. O mercado financeiro, no final das contas, é uma espécie de urna na qual inúmeros indivíduos registram escolhas que são produto em parte da razão e em parte da emoção.

E como sair disto? Não existe solução fácil, mas algumas dicas podem ajudar: 

  • Comece a investir definindo metas e colocando ênfase em seu horizonte de tempo específico – seja paciente;

  • Ao invés de priorizar só ações ou fundos que se saíram bem no passado, estude também o que podem fazer no futuro – não invista com a multidão;

  • Procure a diversificação de seus portfólios – cuidado com o excesso de confiança em um único tipo de investimento. 

Via de regra, investidores são confiantes demais. Sim, eu e você também. Nós acreditamos que podemos vencer o mercado, apesar das evidências históricas em contrário. A Internet fornece acesso rápido às informações e deixa as pessoas se sentindo com poder para tomar decisões. No entanto, a informação não leva a uma boa tomada de decisão, a menos que saibamos interpretá-la. E, mesmo que façamos tudo isso com perfeição, muitos fatores aleatórios também vão interferir no resultado final.

Boa sorte nos seus investimentos! (Mas calce agora as proverbiais sandálias da humildade).

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