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Crise Hídrica: o Assunto do Momento; Como Fica o Copom?

Publicado 01.07.2021, 13:29
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Hoje em dia, o assunto do momento nas rodinhas de conversa dos economistas engravatados é apenas um: a crise hídrica. Claro que eu não poderia deixar de falar desse tema, até porque ele impacta muito o mercado de renda fixa, e vou explicar o motivo.

A crise hídrica

Em matéria do Valor Econômico hoje, tivemos dados de que os reservatórios fecharam o mês de junho a 26,6 por cento da sua capacidade máxima. É realmente um nível historicamente muito baixo, comparável apenas com 2001, o ano em que tivemos racionamento de energia sob o governo do FHC, em que os reservatórios fecharam o mesmo mês a 26,8 por cento de sua capacidade máxima.

Um colapso no fornecimento de energia elétrica seria um desastre para a nossa já frágil recuperação econômica. Mas a matéria aponta diferenças interessantes de 2001 para cá. A maior delas é que, 20 anos atrás, a energia vinda de usinas hidrelétricas representava 85 por cento da fonte de energia do nosso país, ou seja, quase a totalidade. Uma crise energética deixaria nossa economia realmente sem saída.

Hoje, 20 anos depois e com a evolução de novas fontes de energia renovável, como parques eólicos, além de usinas térmicas, a energia vinda de hidrelétricas representa apenas 60 por cento do total. Foi uma queda bem importante e deixa nosso sistema um pouco menos sobrecarregado em épocas de seca.

Em 2021, estamos vendo o pior nível de chuvas em 91 anos!

A solução para reduzir o consumo de energia em épocas de pouca chuva passa por duas variáveis: 1) racionamento e 2) aumento de preço para estimular a queda do consumo.

O racionamento, além de ser altamente impopular, é tido como menos viável atualmente, pois o consumo das casas já foi bem otimizado nos últimos anos com novas tecnologias de lâmpadas e eletrodomésticos.

Por outro lado, o aumento de tarifas é fácil e eficaz, embora também seja impopular. Não por outro motivo, foi exatamente a solução adotada pelas agências reguladoras.

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No dia 29 de junho, foi anunciada uma alta da tarifa para a bandeira vermelha 2, que vai vigorar durante o mês de julho. A taxa passou de 6,24 reais para 9,49 reais por 100 kWh, ou seja, uma alta de 52 por cento!

Essa expectativa de alteração da bandeira foi exatamente o que levou os economistas a subirem suas projeções de IPCA para 2021.

Expectativa IPCA 28/6/2021 no Boletim Focu
Hoje, estamos com expectativa de 6 por cento para a inflação de 2021, bem acima do centro da meta de 3,75 por cento e bem acima do teto da banda de tolerância de 5,25 por cento também.

Ou seja, com esse choque tarifário em cima dos choques de oferta que já vinham impactando o IPCA, o mercado está esperando que o BC não consiga cumprir a meta de inflação de 2021.

E o Copom, como fica?

Vocês devem lembrar que, na última ata do Copom, o Banco Central avisou que manteria o passo de 75 pontos base para a próxima reunião, que acontecerá dia 4 de agosto. Porém, ele também avisou que, caso as expectativas de inflação continuem se deteriorando para o horizonte relevante, ele reduzirá o grau de estímulo!

Não entendeu nada? É que o Copom usa essa linguagem cifrada, mas vou traduzir:

– “expectativas de inflação continuem se deteriorando” = economistas sigam subindo suas projeções de IPCA.

– “horizonte relevante” = em 2022, afinal, se o BC subir a taxa Selic hoje, não dá tempo dela impactar a inflação de 2021, então ele já tem que pensar que perdeu a de 2021 e tentar levar a de 2022 para a meta.

– “reduzir grau de estímulo” = subir a Selic em um passo mais rápido, tipo 100 pontos base.

Ou seja, o BC avisou que se os economistas continuarem a subir as expectativas de inflação para 2022, ele terá que subir a Selic para 5,25 por cento (ou até mais) em agosto, e não para os 5 por cento que ele tinha prometido antes.

E como estão as expectativas para 2022?

Embora em 2021 estejam subindo, já faz 2 semanas que as expectativas para 2022 estão estáveis em 3,78 por cento.

O impacto da alta da bandeira tarifária no IPCA é temporário. Ele sobe durante as épocas de poucas chuvas e cai posteriormente após a normalização. Com isso, há uma alta no curto prazo e depois uma queda nos meses seguintes.

Ou seja, o período da alta não é tão longevo que possa impactar a inflação esperada para 2022, portanto não deve ser alvo de ação pelo Copom, embora aumente a inflação de 2021.

Vamos aguardar para ver até onde teremos que ir com a crise hídrica, mas parece que o Banco Central e o mercado de juros não vão alterar seu curso por conta disso.

Um abraço e boa semana.

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