Promoção de Black Friday! Economize muito no InvestingProGaranta até 60% de desconto

Conheça o Modelo de Yale e Saiba Como Aplicá-lo em Sua Carteira

Publicado 10.05.2021, 17:41
Atualizado 09.07.2023, 07:32
US500
-

Se existe uma única certeza, é a de que todos nós, um dia, vamos partir. Mas qual é o legado que vamos deixar para mundo?

Esse legado pode ser deixado tanto em nosso círculo familiar e social, quanto em nossa área de atuação. No mundo dos investimentos, temos muitos profissionais que deixarão grandes legados.

David Swensen, falecido na última semana aos 67 anos, é um desses profissionais que deixa um belo legado e se consolida como um dos grandes investidores de nosso tempo. Ele é um dos criadores do chamado Modelo de Yale, modelo de investimentos que hoje é referência para diversas fundações e instituições de ensino nos EUA.

A partir de 1985, Swensen assumiu o cargo de diretor de investimentos de endowment (doações, em inglês), da universidade de Yale, e conseguiu entregar um retorno consistente médio de 12,4% ao ano nas últimas 3 décadas, resultados que o colocaram no hall das lendas dos investimentos.

Em memória a esse grande investidor, hoje quero trazer as principais premissas do Modelo de Yale, e como você pode aplicá-lo em sua carteira de investimentos.

Quem são os Endowment Funds

Primeiramente, acho importante que você, leitor, entenda o que são os chamados endowment funds e o que isso tem a ver com as principais universidades norte-americanas.

As maiores universidades dos EUA, como Yale, Harvard, MIT, Columbia, dentre outras, possuíam no passado um modelo financeiro tradicional: sua principal fonte de receita vinha da cobrança pelo conhecimento, a exemplo de qualquer universidade privada.

Acontece que, após se consolidarem e acumularem muito patrimônio, muitas delas decidiram mudar o seu modelo, começando pela disponibilização de bolsas de estudo para jovens prodígios do mundo inteiro, que não tinham condições financeiras de pagar por esses estudos.

Em contrapartida, começaram a estimular esses jovens para que, no futuro, efetuassem vultuosas doações para essas universidades em sinônimo de retribuição e gratidão.

Com o passar dos anos, essas universidades foram constituindo grandes fundos, que surgiram dessas doações (endowment funds), e hoje eles são os responsáveis por sustentar essas instituições, desde seus custos essenciais até mesmo a contratação dos melhores professores e a realização de investimentos em pesquisa.

Assim, a universidade vai ficando cada vez mais forte, atraindo cada vez mais prodígios, e o ciclo se perpetua.

Dessa forma, como os recursos que compõem os fundos são frutos de doações, não há possibilidade de resgate por aqueles que as efetuaram, ou seja, os recursos são geridos de forma perpétua.

Dessa forma os gestores desses fundos podem trabalhar com foco exclusivamente no Longo Prazo, tendo como objetivo gerar dividendos para o custeio dessas universidades.

Em meio a tantos outros modelos de gestão desses fundos universitários surgiu o modelo de Yale, criado por David Swensen em conjunto com outros economistas.

Esse método apresentou tão bons resultados que inclusive ajudou a popularizar os endowment funds no mercado financeiro. Desde então, seu crescimento foi exponencial: o próprio fundo de Yale possuía US$ 31,2 bilhões sob gestão em junho de 2020.

Endowment Funds

ENTENDENDO O MODELO DE YALE

Até meados da década de 70, os fundos de endowments só podiam investir praticamente em ativos seguros e títulos públicos. Por conta dessa limitação, muitas vezes sua rentabilidade sequer batia a inflação.

Já na década de 80, Yale abandonou sua estratégia tradicional, dominada por ações domésticas e títulos públicos, e adotou um modelo que tinha como objetivo retornos mais altos e com risco mais baixo.

Desde então, nas últimas três décadas, Yale superou as expectativas, entregando um retorno médio de 12,3% a.a., muito acima da média de seus pares. E o melhor: com uma volatilidade até mesmo menor do que o S&P 500.

Mas afinal, qual o diferencial dessa estratégia? O modelo de Yale basicamente se sustenta através de 3 pilares.

primeiro deles, que não é grande novidade para os investidores mais atentos, consiste em seguir à risca a teoria de carteiras de Markowitzdiversificando a alocação de recursos nos mais diferentes indexadores e classes de investimentos.

segundo pilar da estratégia diz respeito a adoção de uma estratégia mais enérgica na macroalocação dos recursos. Para que se tenha uma ideia, em uma observação recente da carteira constatou-se que:

– 51% dos recursos estavam alocados em Ativos (Ações americanas, ações de outros mercados e Private Equity);
– 25% estava concentrada em Hedge Funds (ou fundos Retorno Absoluto);

15% em Ativos Reais (Imóveis e Terrenos) e – 10% em Renda Fixa (apenas!).

Composição da Carteira

Sobre a inclinação por investimentos em Hedge Funds, cabe destacar que Swensen e sua equipe acreditavam que esses fundos eram os mais eficientes em captar ineficiências de mercado, exatamente por transitarem tanto no mundo da renda fixa quanto no de renda variável.

terceiro pilar, e o maior diferencial do modelo de Yale, consiste em acreditar que as maiores oportunidades de retorno estavam concentradas nos ativos muitas vezes evitados pela maioria dos investidores: os ativos ilíquidos.

Essa conclusão partia da ideia que quanto mais líquido é um ativo, mais fácil é o seu acesso, menor é a sua assimetria, e menor é o retorno. Como os fundos de endowments não precisam se preocupar com a questão da liquidez, surge aí uma vantagem competitiva sua perante o mercado: poder investir em ativos sem se preocupar tanto com sua liquidez.

Em resumo, o modelo de Yale, ao mesmo tempo em que busca ganhos acima da média devido a sua elevada exposição a ativos de risco, gerencia seu risco através da diversificação e da menor volatilidade por conta dos ativos ilíquidos. Mais retorno, menos volatilidade, menos risco.

APLICANDO O MODELO DE YALE À SUA CARTEIRA

Se você chegou até aqui, talvez esteja pensando que não há como adaptar o Modelo de Yale, que trata da gestão de recursos doados, para sua estratégia pessoal de investimentos. Felizmente, gostaria de dizer que você está enganado!

A principal aplicação de Yale que você precisa executar à sua carteira se refere à mentalidade: os endowment funds conseguem otimizar seus investimentos exatamente porque possuem um horizonte de tempo muito longo, de 20, 30 ou 40 anos!

Pois bem, se você está constituindo uma carteira de Longo Prazo, visando sua Liberdade Financeira, não deveria pensar e agir da mesma forma? Será que você deveria se preocupa tanto com a liquidez dos investimentos que analisa, por exemplo? Vale a reflexão. O segundo ponto se refere à diversificação: o modelo de Yale investe tanto em ativos de países desenvolvidos como de emergentes; tanto em ações de crescimento como ações de valor… e por aí vai. Exatamente por serem ativos descorrelacionados entre si, o risco (e a volatilidade) global da carteira diminui consideravelmente.

Risco x Retorno

Hoje em dia, mesmo o pequeno investidor tem a possibilidade de se expor aos mais diferentes tipos de mercado por conta da democratização dos investimentos. Se você compuser uma carteira global e bem diversificada, poderá atingir, daqui a algumas décadas, um portfólio de ativos rentáveis e geradores de caixa de todos os cantos do mundo.

Quando isso acontecer, David Swensen, onde quer que esteja, certamente ficará feliz em saber que o legado que ele deixou também te ajudou a construir sua Liberdade Financeira.

E então, concorda com o modelo de Yale? Acha que teria perfil para aplicar essas premissas na sua carteira?

Até o próximo artigo!

Abraços

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.