O recente rali nos ativos de risco confundiu bastante os analistas, mas, certo ou errado, o fato é que o apetite por risco ainda é grande, a julgar pelo desempenho de diversos ETFs setoriais até o fechamento de terça-feira, 8.
Para contextualizar, há um mês, o CapitalSpectator.com notou um aumento nos sinais de apetite por risco. A atualização de hoje confirma que os mercados ainda estão com um perfil global otimista. Os mercados podem errar, então é preciso ter cuidado com essa análise. Mas, por enquanto, não há evidência de que os investidores tenham mudado de ideia sobre o otimismo recente.
Vamos começar comparando ações de alto risco (Invesco S&P 500® High Beta ETF (NYSE:SPHB)) com ações de baixo risco (Invesco S&P 500® Low Volatility ETF (NYSE:SPLV)). Essa comparação nos ajuda a avaliar se os investidores preferem posições mais arriscadas ou conservadoras no mercado de ações dos EUA.
Essa relação entre os dois tipos de ações tem crescido nos últimos meses e está perto do pico anterior no final de 2021, antes da forte queda do ano passado. Não sabemos se as ações já subiram o suficiente ou se a pausa atual é só um descanso antes de novas altas. Mas uma coisa é certa: se a relação SPHB:SPLV cair, isso pode significar que os investidores estão mais cautelosos.
Outro sinal positivo para os otimistas é a alta nas ações das construtoras (SPDR® S&P Homebuilders ETF (NYSE:XHB)), que ainda indicam uma força contínua nesse setor ligado ao ciclo econômico, em relação ao mercado de ações dos EUA como um todo (SPDR® S&P 500 (NYSE:SPY)).
As ações de empresas de semicondutores (VanEck Semiconductor ETF (NASDAQ:SMH)), que costumam ser um termômetro do apetite por risco e do ciclo econômico, também continuam mostrando força em relação ao mercado de ações em geral (SPY).
A relação entre ações (SPY) e títulos (Vanguard Total Bond Market Index Fund ETF Shares (NASDAQ:BND)) ainda indica uma preferência por risco.
Enquanto isso, o trade de retração/inflação está em um impasse com base nos títulos do Tesouro indexados à inflação (iShares TIPS Bond ETF (NYSE:TIP)) versus os títulos do Tesouro convencionais (iShares 7-10 Year Treasury Bond ETF (NASDAQ:IEF)). Isso é um sinal positivo para os otimistas, porque sugere que o mercado espera que a inflação continue caindo, o que apoia a preferência por risco.
Ao analisar a tendência de alocação agressiva (iShares Core Aggressive Allocation ETF (NYSE:AOA)) em comparação com uma estratégia conservadora para ativos globais (iShares Core Conservative Allocation ETF (NYSE:AOK)), também vemos um viés pró-risco persistente.
A questão-chave, como sempre, é se o passado recente ainda vale para o futuro nos mercados. Há espaço para debate, mas as lições das tendências históricas sugerem que é razoável supor que uma tendência continua até que haja provas claras do contrário.