Bolha financeira é um fenômeno que distorce o preço de um ativo ou de um conjunto de ativos. Por diversos motivos, eles podem passar a ser negociados com preços muito mais altos que o razoável. Neste momento, as pessoas se dão conta de que algo não está certo e os preços despencam. Esse é o grande perigo delas: quando estouram. Os investidores que demoram a perceber o que estava acontecendo podem enfrentar grande prejuízo.
Isso porque, dependendo do tamanho da bolha, a economia de um país e, até a do mundo, pode sofrer as consequências. Para entender como ela acontece, fica é muito mais fácil pensar na lei da oferta e da demanda. Pois, quando há poucas pessoas interessadas em um determinado produto é preciso reduzir seu preço para que ele se torne atrativo. Por outro lado, se muitas pessoas querem comprá-lo, as empresas podem elevar os preços e continuar vendendo. Afinal, se há interesse ou necessidade, o aumento não distanciará os clientes. Essa é uma estratégia para aproveitar a oportunidade para lucrar mais.
No mercado de investimentos, essa lei também é relevante e, pode estar por trás das bolhas financeiras. Por exemplo, quando uma empresa listada na bolsa de valores cria uma solução inovadora, as pessoas veem que o produto ou serviço é promissor e decidem comprar suas ações. Então, outros investidores começam a fazer o mesmo.
Dessa forma, podemos ver que o movimento leva ao aumento no preço da ação, a valorização passa a ser noticiada e, em seguida, acontece o efeito manada. E, assim as pessoas passam a investir na empresa também. Isso pode fazer os preços subirem a patamares muito superiores.
Isso faz com que elas se perguntem se existe uma bolha se formando, mas não é possível ter certeza disso até que ela estoure. Em algum momento, os investidores sentem que o preço não faz sentido. Então, os primeiros vendem as suas ações e consolidam seus lucros. O problema é que não há espaço para todos recuperarem o que investiram. E, quando as vendas começam a crescer, a dinâmica de oferta e demanda muda e os preços caem. O resultado para quem espera demais pode ser o prejuízo.
Quando ela estoura, muitas pessoas sofrem o impacto do problema. Mas então, como se preparar para tal acontecimento? Confira algumas dicas!
Tenha uma reserva de emergência: essa é uma recomendação válida para qualquer cenário. Mesmo antes isso acontecer, em um momento de crise financeira, ter uma quantia guardada oferece um suporte para você atravessar a fase de maneira mais equilibrada e sem dívidas.
Desconfie de ativos muito valorizados: quando encontrar ativos com uma boa valorização, considere a possibilidade de que o preço não seja justo. A cotação pode estar inflada e, em algum momento, uma bolha - ainda que não tão grande - pode estourar. Por isso, fique sempre atento à análise do contexto.
Diversifique a carteira: a diversificação dos investimentos ajuda qualquer investidor a passar por dificuldades de modo mais tranquilo. Assim, ela pode ser útil para se antecipar a este fato.
Mesmo com esses cuidados, isso não quer dizer que, se isso ocorrer, será possível evitar por completo as consequências. Isso porque, dependendo do tamanho da bolha, todos podem ser afetados. Mas, será possível prevenir maiores problemas ao criar uma carteira sólida, alinhada ao seu perfil e aos seus objetivos. Não dá para prever isso, mas é possível se preparar para ela e diminuir os prejuízos!
*Isaías Lopes, CIO e cofundador da Pandhora Investimentos, gestora de fundos de investimentos quantitativos.