O Brasil acabou de passar por uma eleição muito turbulenta e polarizada, que trouxe alta volatilidade à nossa Bolsa e ao Dólar. Nesta fase de transição, as dúvidas pairam no ar. Quem serão os ministros, principalmente os da área econômica? Como vai ficar esta PEC de transição, que visa extrapolar o teto de gastos para garantir os benefícios sociais?
Investir no Brasil não é para amadores, como dizem os memes pelas redes sociais. Sempre que um cenário político e econômico como este se desenha, também surgem boatos sobre o confisco da poupança. Eu imagino que isso não deva acontecer, porque a economia do Brasil está razoável, se comparada ao resto do mundo. Seguimos como um dos primeiros países a reagir após a pandemia e o conflito na Ucrânia, em termos de crescimento e controle da inflação.
Quando o ex-presidente Fernando Collor (1990-92) confiscou a poupança, lá no começo da década de 90, foi um tiro no pé! Será que Lula aceitaria correr este risco de impeachment depois de tudo o que passou para ganhar as eleições novamente? Também acredito que o cenário seja diferente agora. Não temos uma inflação descontrolada como nos anos 90. Não faria sentido um confisco da poupança no atual momento. Mais uma turbulência desnecessária para a economia do Brasil.
Mesmo assim, o brasileiro desconfia e começa a pensar em morar fora do país e a aumentar os seus investimentos em dólar. A primeira coisa a se pensar, ao montar a sua Carteira de Investimentos, seria nos percentuais em Renda Fixa e Renda Variável. Com a Selic em 13,75% ao ano, o CDI está na casa de 11,5% ao ano. Chegamos praticamente no número mágico do investidor que deseja ganhar pelo menos 1% ao mês. E o melhor de tudo, na Renda Fixa, sem correr os riscos de alocar o seu capital em Bolsa.
Uma boa alternativa que eu gosto de mencionar aos meus alunos é o Tesouro Selic para a Renda Fixa. Ele tem um funcionamento parecido com o da Poupança, mas rende o dobro agora. Outra facilidade do Tesouro Selic é que você não tem a carência, ficando livre para sacar o seu dinheiro quando precisar. Em outros produtos de Renda Fixa, mesmo que paguem acima do CDI, você não deve esquecer de olhar as regras para saída, que geralmente descontam valores se você pedir o resgate antes do prazo de vencimento da aplicação.
O Tesouro Selic, como o próprio nome já diz, vai render dia após dia os juros atuais da economia. Sobre ele, incide o imposto de renda sobre o lucro. Existe uma tabela regressiva de IOF se você sacar dentro dos primeiros 30 dias. Após este prazo, a alíquota é de 22,5% nos 6 primeiros meses. De 20% até 1 ano. De 17,5% até 2 anos e, a partir disso, de 15% sobre o lucro da aplicação. A facilidade é que o imposto já fica retido na fonte quando o investidor sacar.
Você pode investir no Tesouro Selic diretamente pelo aplicativo do seu banco ou através de alguma corretora aqui no Brasil. O trâmite é bem simples. Com os juros altos neste momento, eu alocaria 60% do meu patrimônio em Renda Fixa.
Já para os outros 40% do meu patrimônio, seria bem criterioso em deixar 20% para alocação em boas Ações aqui no Brasil. Esperaria para comprar após fortes quedas, de olho em empresas tradicionais, resilientes e perenes, que a gente sabe que já atravessaram crises ao longo de eleições. De olho no Preço X Valor destas Ações Brasileiras. Procuraria fazer um bom negócio e alocaria em partes, não tudo de uma vez. O Ibovespa parece ainda não ter parado de cair. Algumas Ações, mesmo com bons fundamentos no momento, ainda podem cair mais.
Já para os outros 20%, alocaria em Dólar. Já funcionaria como uma reserva de valor em moeda estrangeira, protegendo a carteira contra as prováveis desvalorizações do câmbio. Uma vez com o dinheiro lá fora, vale a pena acompanhar as gigantes das Bolsas Americanas, principalmente as big techs. Só em 2022, a NASDAQ já caiu -30%. São nesses momentos que podem surgir as boas oportunidades em Ações, seguindo a cartilha dos maiores investidores da história, de comprar Papeis de boas empresas na baixa, com bom Valuation e surfar em primeiro lugar a recuperação do clico de alta da economia.
Abraços e bons investimentos!