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Commodities nesta Semana: G7 Interrompe Repique do Petróleo; Ouro Segue Estável

Publicado 27.06.2022, 10:38
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O repique do petróleo nesta semana pode ser interrompido pelos planos do G7 de reviver o acordo nuclear com o Irã para contornar o problema do petróleo russo, diante dos persistentes temores de uma recessão nos EUA e de um Federal Reserve aparentemente implacável.

Petróleo diário

Após a cotação do barril de West Texas Intermediate (WTI) sofrer seu primeiro recuo semanal sucessivo, a análise técnica sinalizava uma recuperação nesta semana, ainda que limitada.

Mas isso aconteceu antes de os líderes do grupo dos países mais ricos do mundo se reunirem para discutir alternativas para lidar com a alta dos preços de energia e substituir as importações do petróleo russo, além de outras sanções que não exacerbem a inflação.

O G7 também discutirá a perspectiva de reviver as tratativas nucleares com o Irã após o chefe de política externa da União Europeia se reunir com autoridades em Teerã, a fim de tentar desbloquear as negociações estancadas, declarou um representante da presidência da França no domingo.

“Nesta semana, o foco dos investidores será uma possível retomada das tratativas nucleares com o Irã, que podem levar a uma retomada das suas exportações petrolíferas”, afirmou Tina Teng, analista da CMC Markets, em uma entrevista à Reuters.

O WTI caiu 1,8% na semana passada, aumentando o tombo da semana anterior de 9,2%. Na janela asiática de negociações, o petróleo norte-americano registrava queda de 31 centavos, ou 0,3%, a US$ 107,31 por barril.

Já o barril de Brent, negociado em Londres e que serve de referência mundial para o petróleo, fechou estável na semana passada, após seu declínio de 7,3% na semana anterior. No pregão asiático desta segunda-feira, o Brent se desvalorizava 26 centavos, ou 0,2%, a US$ 108,84.

“De modo geral, embora possa haver um repique de curto prazo, tudo indica que esse movimento será limitado”, declarou o analista técnico Sunil Kumar Dixit, estrategista-chefe do skcharting.com.

“O petróleo deve reverter essa recuperação de curto prazo e retomar a correção baixista antes de reiniciar sua tendência de alta maior em direção a US$ 123 e 130”.

Dixit disse ainda que o atual movimento de alta no WTI deve enfrentar resistência em US$ 109 e 111.

“Somente um fechamento semanal acima de 111 poderia estender o repique de curto prazo no petróleo para retestar 113 e 115”, complementou Dixit.

“A retomada da tendência de alta exige um fechamento mensal acima de US$ 123, o que é uma possibilidade remota no momento”.

Os temores de uma recessão e o posicionamento aparentemente implacável do Federal Reserve provocaram uma reviravolta nos mercados neste mês, apesar de o S&P 500 retornar ao o azul na semana passada, pela primeira vez em quatro semanas.

Ainda que a cultura altista dos mercados exija que o que cai uma hora deve subir, os dados de moradia e emprego nos EUA ainda não estão cedendo à ação do Fed, o que indica que veremos mais angústia por causa dos juros.

As vendas de casas novas nos Estados Unidos saltaram quase 11% em maio em relação ao mês passado, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Comércio na sexta-feira, superando as previsões dos economistas e ressaltando a dificuldade do Fed em reter a demanda em um setor que contribui com a inflação.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) atingiu a máxima de quatro décadas de 8,6% no ano até maio contra a meta de 2% do Fed.

O componente relacionado à moradia responde por cerca de 30% da estrutura do IPC, segundo economistas.

A chefe do Fed de São Francisco, Mary Daly, indicou isso na sexta-feira, dizendo que “uma desaceleração no mercado imobiliário seria bem-vinda”.

Para uma banqueira central geralmente menos rígida com a política monetária, Daly sugeriu que seria bom o Fed pesar mais a mão no início do ciclo de alta dos juros e retirar do caminho as expectativas.

“Quando os mercados precificam um aumento de 75 pontos-base, precisamos incorporar esse aumento”, declarou Daly, sugerindo que o Fed pode repetir, em julho, seu maior aumento de juros em 28 anos realizado no início deste mês. Ela disse ainda:

“A política está avançando rápido para o patamar neutro até o fim do ano”.

“Neutro” é o que o Fed chama de taxa de juros de paridade com a inflação, a fim de interromper uma alta ainda maior das pressões de preço. O Fed está determinado a elevar as taxas básicas de 1,5-1,75% para 4,5-4,75% até dezembro. O banco central americano também pretende iniciar a venda de títulos que detém para trazer a inflação cair ainda mais rápido.

Seja como for, a mensagem de Daly é clara: a menos que os dados dos próximos meses mostrem que os americanos não estão mais pagando o que for preciso para ter uma casa, o Fed demonstrará pouca misericórdia com os juros.

Os EUA devem divulgar diversos dados na próxima semana, que mostrarão como sua economia está se saindo, em meio ao agressivo ciclo de alta de juros.

Os investidores acompanharão de perto os números de quinta-feira referentes aos gastos com consumo pessoal, a fim de ter indicações sobre um arrefecimento ou não da inflação.

Economistas esperam que os pedidos de bens duráveis desacelerem, que a confiança do consumidor se deteriore ainda mais e que os levantamentos sobre a indústria se enfraqueçam ainda mais, aumentando as preocupações com a perspectiva econômica.

Um relatório sobre as vendas de casas pendentes e o índice de preços imobiliários de Case-Shiller deve mostrar de que forma os juros do financiamento estão afetando o setor de imóveis.

Diversas autoridades do Fed também devem se pronunciar durante a semana. Além de Daly, teremos os presidentes do Fed de Nova York, John Williams; de Cleveland, Loretta Mester; e de St. Louis, James Bullard.

No caso do ouro, o contrato futuro com entrega de agosto na Comex de Nova York permanece consolidado, não muito distante dos níveis intermediários da região de US$ 1800, após o deslize da semana passada de 0,6% e da semana anterior, de 1,9%.

Ouro diário

Os gráficos mostram que, se os compradores conseguirem sustentar os preços acima de US$ 1815-1820, é provável que ocorra uma recuperação para as zonas de resistência de US$ 1830-1835 inicialmente e depois para US$ 1844-1850

Uma falha em superar US$ 1830-1835 poderia, entretanto, prejudicar o movimento de alta e fazer o ouro ir em direção a US$ 1810-1800 inicialmente e depois para US$ 1790-1780, de acordo com os gráficos.

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

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