Meados desta semana foram dias bem voláteis no mercado de commodities agrícolas da B3 (SA:B3SA3), principalmente do boi gordo e do milho.
Neste texto, vamos focar aos fundamentos do mercado físico.
Pelo lado do boi gordo, a oferta de animais terminados seguiu relativamente enxuta, com os abates curtos em boa parte dos frigoríficos paulistas. No entanto, notou-se que nos dois últimos dias, o fluxo das negociações melhorou com primeira saída dos animais de confinamento, o que trouxe as programações de abate em SP para os maiores níveis dos últimos 4 meses.
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Pelo lado do milho, o mercado físico tem sido praticamente um mercado nominal, com ofertas de compras e de vendas bem distantes entre si, o que merece atenção em função das variações de preços. O surgimento das previsões com mais precipitações em GO, MT e PR apontado pelo Climatempo/Metsul/Inmet trouxeram algum alívio em relação ao desenvolvimento da safrinha, que mesmo que semeada fora da janela teve aumento de área.
A alta do cereal nos primeiros meses de 2021 fez grandes e pequenos consumidores repensarem a estratégia produtiva. Exemplo disto é a BRF (SA:BRFS3), maior processadora de aves do Brasil, que recentemente comprou carregamentos de milho da Argentina para ajudar a controlar os custos. O pequeno e médio consumidor paulista tem feito um mix com o milho tributado que possibilita alguma recuperação de ICMS. Estes comportamentos, seja de pequenos ou grandes players merecem atenção e dão sinais sobre o equilíbrio entre a demanda versos o preço.
A paridade do dólar x real teve algum alívio com o Fed (Banco Central dos EUA) sinalizando uma alta da taxa de juros por lá “altamente improvável” em 2021 e os membros do banco não enxergando alta até 2024. Por outro lado, o risco fiscal brasileiro continua e todo mercado está atento a relação de contaminados/vacinados no Brasil, que também influencia na percepção de risco.
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Para os produtores, a leitura desses sinais é importante, assim como o uso das ferramentas de proteção de preço. Como as commodities são produtos que os preços são regidos por choques de oferta e demanda, essa volatilidade é amiga do pecuarista/agricultor que vê janelas como bons motivos para preservar margens.