Em clima de diferencial de juros aqui e no exterior, vamos renovando mínimas no dólar e valorizando nossa moeda, mas até certo ponto. Aumento de fluxo de capital externo é um fator relevante para a queda do dólar, vacinação acelerando e economia se recuperando é o cenário ideal para essa retomada. Mas fatores externos e internos “brigam” por essa alta ou baixa do dólar.
Na sexta-feira, o dólar operou com forte volatilidade furando o piso de R$ 5,00 e chegando a mínima de R$ 4,9825, na máxima ficou em R$ 5,0839. Esses movimentos ocorrem por alguns dados contraditórios.
Puxando a alta temos dados de inflação na Europa trazendo mau humor ao mercado no exterior e ainda o caso de aumento da inflação nos EUA e o possível aumento de juros por lá em 2023 conforme disse o Fed. Puxando o dólar para baixo está a MP da Eletrobras (SA:ELET3) e a Selic com os futuros aumentos da taxa de juro aqui no Brasil. Realmente um “cabo de guerra” para o câmbio.
Para hoje, como em todas as segundas-feiras, o calendário tem Boletim Focus (um resumo dos resultados da pesquisa de expectativas de mercado), no exterior teremos dois discursos, às 11h15min de Christine Lagarde, presidente do banco central europeu e as 16 hrs de Williams, membro do Fomc.
A melhora tanto nas perspectivas para o PIB do Brasil quanto para o seu resultado fiscal, com uma dívida que não deve mais ficar tão pesada quanto se chegou a imaginar após os gastos vultosos da pandemia, são os principais fatores que ajudaram o dólar a cair nos últimos meses e empurrá-lo ladeira abaixo.
Como, porém, tanto a economia quanto a inflação dos EUA já estão andando muito mais forte do que o imaginado, a expectativa é que os super incentivos do Fed comecem a ser enxugados em algum momento do segundo semestre. E um dos resultados inevitáveis disso é a redução desse apetite do dinheiro global por ativos de risco, fazendo com que países emergentes percam capitais enquanto o dólar volta a se fortalecer em relação a suas moedas.
Para esta semana nosso foco será amanhã a ata do Copom e o relatório trimestral da inflação (RTI) que será divulgado na quinta-feira, pois ambos sinalizarão as apostas para o Copom de agosto. Pelo menos 0,75 ponto está certo, mas pode ser de maior magnitude devido uma deterioração das expectativas de inflação.
Aguardemos essa situação dúbia e vamos acompanhando aqui dia a dia o comportamento da moeda e as notícias.