Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
- Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, ainda acredita que o bitcoin não tem qualquer valor
- Um entre muitos opositores e mensagens de alerta
- Presidente da Coinshares lança um desafio de US$10 milhões
- Ação dos preços diz tudo
- Proteção do status quo e ação regulatória
Acompanhar os preços do bitcoin pode ser estonteante. A criptomoeda atingiu a máxima recorde de US$65.520 em 14 de abril de 2021, dia em que a exchange de criptos Coinbase Global (NASDAQ:COIN) abriu seu capital na Nasdaq.
O bitcoin tem o hábito de atingir novas máximas em eventos que aumentem sua popularidade. O primeiro movimento parabólico ocorreu no fim de 2017, quando a CME listou o bitcoin futuro pela primeira vez. A listagem da COIN foi outro grande evento na breve história do bitcoin.
Quase todo mundo tem uma opinião sobre o bitcoin e as criptomoedas. Elon Musk, fundador e CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) e da SpaceX abraçou a classe de ativos. Seus tuítes têm incentivado compras e vendas nas criptos que ele segue. E suas empresas compraram criptos nos último ano.
Jack Dorsey, fundador da Square (NYSE:SQ) e Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34), afirmou que o bitcoin eventualmente “uniria o mundo”.
Por outro lado, Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) (SA:BERK34), geralmente chamado de “Oráculo de Omaha” e considerado um dos maiores investidores de valor do nosso tempo, tem chamado o bitcoin de “veneno de rato financeiro ao quadrado”. Seu sócio, Charlie Munger, disse que o bitcoin era “nojento e contrário aos interesses da civilização”.
Jamie Dimon, CEO do maior banco dos EUA, o JP Morgan Chase (NYSE:JPM) (SA:JPMC34), também não mostra qualquer apreço pelas criptos. Na semana passada, um ex-executivo do Chase, agora empreendedor das criptomoedas, propôs uma aposta colocando as ações do JP Morgan contra o bitcoin com US$10 milhões em jogo.
Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, ainda acredita que o bitcoin não tem qualquer valor
Em dezembro de 2019, Jamie Dimon chamou o bitcoin de “fraude”. Em suas palavras:
“É pior do que a bolha das tulipas. Não vai acabar bem. Alguém vai acabar morrendo. Não é algo real, eventualmente será fechado”.
Ao mesmo tempo, o bitcoin futuro registrou consolidação de US$6420 a 7965.
Fonte: CQG
O gráfico acima mostra que, a US$63.180, a criptomoeda líder esta quase oito vezes acima de 15 de outubro de 2021.
Na semana passada, Dimon reforçou sua visão ao afirmar:
“Eu pessoalmente acho que o bitcoin não tem qualquer valor. Eu não ligo, não faz qualquer diferença para mim. Eu não acho que as pessoas deveriam fumar cigarros. Nossos clientes são adultos, eles discordam. Os mercados se formam assim. Se eles querem poder comprar e vender bitcoin, podemos conceder-lhes acesso legítimo e mais limpo possível”.
Um entre muitos opositores e mensagens de alerta
O Oráculo de Omaha e seu parceiro Charlie Munger não recuaram em relação ao seu desgosto em relação às criptomoedas. O gestor de hedge fund, Ray Dalio, disse recentemente que se o bitcoin realmente se tornar bem-sucedido, os órgãos reguladores “iriam matá-lo”.
O bilionário e fundador de um dos maiores hedge funds do planeta, a Bridgewater Associates, foi bastante veemente ao afirmar:
“Acredito que, no fim do dia, caso as criptomoedas tenham sucessos, as autoridades vão querer acabar com ele. E elas têm meios para tanto”.
Os órgãos reguladores estão avaliando a imposição de regras às criptomoedas, mas têm emitido mensagens mistas nesse sentido. No início de outubro, Gary Gensler, presidente da SEC, comissão de valores dos EUA, disse ao Congresso que desejava que as plataformas de criptos fossem registradas na autarquia para “proteger o público".
Ele também sinalizou apoiar a aprovação de um ETF baseado em bitcoin futuro. Esse fundo, que deve ser chamado ProShares Bitcoin Strategy Fund e negociado com o código BITO, deve começar a ser negociado nesta semana.
No entanto, o chefe do órgão regulador dos EUA não vem mantendo a consistência das suas declarações. Embora dissesse que os EUA não baniriam as criptos como fez a China, ele ressaltou que esses ativos lhe traziam à mente o tempo em que os bancos americanos não eram regulados, de 1837-1863, e que não considerava que as criptomoedas durariam muito tempo.
Jack Dorsey, Elon Musk e muitos outros discordam.
Presidente da CoinShares lança um desafio de US$10 milhões
Daniel Masters foi um trader de petróleo de grande sucesso no JP Morgan e Phibro Energy. Ele assumiu a gestão de um hedge fund, o Global Advisors, antes de ser mordido pelo bicho das criptos. Eu trabalhei com Danny na Phibro e por um breve período, antes do onze de setembro, no Global Advisors. Tenho muito respeito por ele e sua transformação visionária no campo das criptomoedas.
Danny é o presidente executivo da CoinShares, uma empresa pioneira em investimento em ativos digitais. Danny se reportou a Jamie Dimon quando dirigia a divisão de trading de petróleo do JP Morgan.
Em 11 de outubro, Danny respondeu aos últimos comentários do sr. Danny com uma mensagem no LinkedIn, na qual o desafiava a apostar US$10 milhões que o bitcoin teria um desempenho melhor que as ações do JP no próximo ano.
Fonte: LinkedIn
O desafio de Danny me faz lembrar quando o trader de títulos John Meriwether e seu chefe no Salomon Brothers, John Gutfreund, tentaram participar de uma mão de liar’s poker de US$1 milhão nos anos 1980.
Com o bitcoin cotado a US$57,885 e as ações do JPM a US$166.64 em 11 de outubro, Danny propôs uma aposta de US$10 milhões de que o bitcoin superaria o desempenho dos papéis do JPM até 11 de outubro de 2022. Michael Lewis descreveu a aposta da década de 1980 em seu livro “Jogo da mentira”, em que disse:
“Uma mão, um milhão, sem lágrimas”.
Como o desafio de Danny foi lançado na semana passada, tenho acompanhado o desenrolar da história, mas Dimon ainda não respondeu, Mas, de 11 a 15 de outubro, o bitcoin já subiu 9,15%. Enquanto as ações do JPM se desvalorizaram levemente nesse período.
Ação dos preços diz tudo
Opiniões são assim, cada um tem a sua. No entanto, os mercados resolvem quaisquer disputas; são o último juiz do valor justo. O preço de um ativo sempre é o preço correto, pois é o nível em que compradores estão dispostos a pagar e os vendedores, a vender, em um ambiente transparente.
As tendências nos mercados refletem o sentimento, que é a força principal para determinar se um preço se move para cima ou para baixo. O bitcoin e muitas outras criptomoedas podem ter seus opositores, mas é difícil argumentar contra a tendência de preços nos últimos onze anos.
Fonte: Barchart
A ação dos preços não precisa de explicação. O bitcoin é um touro.
Em 2004, o livro de James Surowiecki, A sabedoria das multidões, dizia que muitos são mais inteligentes do que poucos e notou como a sagacidade coletiva modela os negócios, as economias, as sociedades e as nações. A ascensão do bitcoin é a incorporação do trabalho de Surowiecki.
Muitos “especialistas” podem odiar o bitcoin e as outras 12.800 criptos, mas a multidão não.
Proteção do status quo e ação regulatória
O dinheiro é um assunto emocional para muitas pessoas. Para os governos, está na raiz do controle.
A oferta monetária é uma ferramenta crítica para a manutenção do poder. A China baniu as criptomoedas, porque é um governo autocrático. Nos EUA e Europa, fazer isso não é tão simples, já que a base da democracia é que as pessoas têm autoridade para escolher seus representantes.
As autoridades americanas do tesouro e banco central, bem como líderes políticos vivem um dilema. O status quo lhes permite controlar a oferta monetária. As criptomoedas desafiam esse controle, devolvendo o poder do dinheiro à sabedoria coletiva.
Janet Yellen, secretária do Tesouro americano, e Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, expressaram preocupações com os usos nefastos das criptos em ataques de ransomware e outras atividades ilegais. Contudo, a preocupação subjacente é seu controle sobre a oferta monetária e o poder resultante.
Os comentários mais recentes de apoio ao status quo veio de Threadneedle Street, casa do Banco da Inglaterra. Jon Cunliffe, vice-diretor de estabilidade financeira do banco central do Reino Unido, disse que as criptos “representam uma crescente ameaça à economia global”. Ele disse ainda:
“Os órgãos reguladores internacionais e muitas jurisdições já começaram a trabalhar. É preciso fazer seu acompanhamento com a máxima urgência”.
O sr. Cunliffe está preocupado com “um enorme colapso dos preços dos criptoativos, similar ao que vimos nas ações de tecnologia e no subprime, sem dúvida é um cenário plausível.” E também:
“A grande maioria desses ativos não tem qualquer valor intrínseco e estão vulneráveis a grandes correções de preço.”
Quando será que as autoridades governamentais revelarão que sua verdadeira preocupação com as criptos é que elas acabam com um dos seus mais potentes instrumentos de poder: o controle da oferta monetária?
Eu aposto que Jamie Dimon ignorará o desafio de Danny Masters. A tendência é sempre sua amiga, e Jamie Dimon é inteligente o bastante para saber que apostar contra o bitcoin é ir contra a sabedoria coletiva.