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Bitcoin: Queda Foi Estouro da Bolha ou Instabilidade de Uma Nova Classe de Ativos?

Publicado 26.05.2021, 11:15
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Queda da bitcoin, falem bem, falem mal, mas falem de mim.

Seja pela euforia, seja pelo pânico, não há como fechar os olhos para o frenesi que o Bitcoin e as criptomoedas têm gerado nos últimos anos.

Depois de uma alta de mais de 415% em 2020, na última semana presenciamos um tombo de aproximadamente 50% da mais famosa das criptomoedas.

Mas o que aconteceu? Por que essa queda da Bitcoin? O que esperar daqui pra frente? Era mesmo uma bolha ou trata-se de uma instabilidade natural de uma nova classe de ativos? São as perguntas que tentarei responder nesse artigo.

UM REVÉS NO OCIDENTE, OUTRO NO ORIENTE

Se suas altas vinham se justificando pela crescente adesão de diversos agentes de mercado ao seu uso, na última semana o Bitcoin sofreu um grande revés por conta de dois fatores emblemáticos.

Primeiro porque o excêntrico CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA), Elon Musk, escreveu um tweet dizendo que a fabricante de carros elétricos não mais aceitaria pagamentos em Bitcoin na compra de seus carros, por supostamente a criptomoeda ser minerada de maneira não sustentável.

Detalhe que o mesmo Elon Musk há poucos meses se mostrava um entusiasta das criptomoedas em suas redes sociais, inflamando os investidores e jogando os preços de BTC às alturas. Tal mudança repentina de postura só mostra que em nosso mundo cada vez mais digital fica muito fácil manipular o efeito manada a seu favor.

O segundo revés veio da China. O gigante asiático proibiu na última terça-feira que instituições financeiras – incluindo bancos e empresas de meio de pagamento – de fornecer qualquer tipo de serviço relacionado a transações de criptomoedas.

É importante lembrar que a maior parte da oferta global de criptomoedas é criada na própria China, através de suas infindáveis “fazendas de mineração”.

Mas já faz algum tempo que esse mercado incomoda o governo chinês, tanto por conta da grande necessidade de eletricidade para criá-las quanto pelos riscos ao sistema financeiro, representados por um produto de investimento volátil e que as autoridades comunistas não possuem controle.

Alguns especialistas dizem que esse podem ser mais um sinal de alerta ao mundo a respeito de uma provável bolha no segmento. Já outros divergem, dizendo que os eventos dessa semana foram isolados e que é da natureza do Bitcoin e seus pares ter uma volatilidade tão alta.

Mas afinal, o que esperar desse mercado, não só nos próximos meses, como nos próximos anos? Trago, logo abaixo, alguns pontos negativos e outros positivos, para que você possa avaliar ambos os lados e tirar suas conclusões.

BITCOIN RESERVA DE VALOR? COM ESSA VOLATILIDADE?

O Bitcoin sempre despertou a atenção e curiosidade por sua natureza em si: uma moeda digital que não está vinculada a um banco ou governo e permite que os usuários gastem dinheiro anonimamente. Mas faltava o mercado “comprar” essa ideia.

Nos últimos meses, o cenário melhorou, pois algumas empresas passaram a reconhecer o Bitcoin como alternativa real, como a empresa de pagamento digital Square (NYSE:SQ), a Overstock.com e até mesmo o BNY Mellon (NYSE:BK) (SA:BONY34), o banco mais antigo dos Estados Unidos. Além disso, a Mastercard disse que começaria a oferecer suporte a “moedas criptográficas selecionadas” em sua rede.

Mesmo tendo se tornado mais populares, as moedas digitais e o Bitcoin, que são vistas como substitutos do papel-moeda, ainda estão muito longe dos meios de pagamentos tradicionais.

Já comentei em diversos outros artigos sobre os efeitos de taxas de juros globais próximas a zero ao redor do mundo. Com taxas tão baixas e inflação cada vez mais acelerada, fica cada vez mais difícil para o investidor conseguir ganhos reais para seu patrimônio.

Esse contexto levou muitos investidores a buscarem fontes de reserva de valor para o seu dinheiro. Historicamente, a reserva de valor mais tradicional é o Ouro, sendo esse inclusive um refúgio para investidores avessos ao risco, tanto que sua correlação com o S&P 500 sempre foi negativa.

Porém, a crise atual trouxe ao Ouro um “concorrente” nesse aspecto, o Bitcoin. Muitos investidores passaram a buscar o Bitcoin como uma espécie de reserva de valor, adotando-o assim como se o mesmo já fosse uma moeda forte e consolidada. Entretanto, com as quedas da última semana, o Bitcoin voltou para um valor de mercado próximo dos US$ 0,5 trilhão, muito abaixo do próprio Ouro, com valor de mercado de quase US$ 3 trilhões

Se compararmos seu tamanho com o mercado de ações (US $ 46,9 trilhões), o mercado de imóveis residenciais (US$ 41,3 trilhões) e o mercado do Tesouro (quase US $ 21 trilhões), concluímos que a criptomoeda ainda está muito longe de ser representativa em termos de volume global.

Além disso, analisando os dados recentes a conclusão que se chega é que o Bitcoin não tem o mesmo comportamento que o Ouro. Enquanto o Ouro possui correlação inversa ao mercado de ações, o Bitcoin claramente possui uma relação direta com esse mercado (e inversa ao próprio Ouro), o que inviabiliza a tese de reserva de valor e classe de ativo de proteção.

Outro ponto que pesa na adesão massiva do Bitcoin e de todas as demais criptomoedas é exatamente sua volatilidade. Para Nouriel Roubini, prêmio Nobel em Economia, uma moeda se caracteriza por algumas características em comum, sendo uma delas ser uma reserva estável de valor, critério que as criptomoedas não atendem devido à sua altíssima volatilidade (que é muito maior do que o próprio mercado de renda variável).

Segundo ele, nem mesmo as Conferências sobre Criptomoedas das quais ele participou aceitavam bitcoins como pagamento (irônico, não?), exatamente porque a volatilidade do seu preço poderia acabar com a margem de lucro do evento da noite para o dia. Em suma, famílias e empresas tendem a não adotar uma moeda que traga tamanha insegurança quanto ao seu valor de troca.

A VERDADEIRA UTILIDADE DAS CRIPTOMOEDAS

Mesmo assim, existem muitos notáveis que acreditam muito que as criptomoedas possam se tornar uma reserva de valor mundial. Em grande parte porque as criptomoedas possuem outras propriedades que nenhuma outra alternativa hoje oferece, como privacidade, segurança, transferibilidade, e o fato de estar longe das mãos dos governos.

Além disso, rebatendo as criticas de que as criptomoedas não possuem nenhuma utilidade direta (ao contrário do Ouro, excelente condutor de eletricidade), alguns analistas defendem que sua grande utilidade na tecnologia do blockchain.

O CEO da Galaxy Digital,  Michael Novogratz, vê três grandes vetores diferencias no desenvolvimento do ecossistema das criptomoedas: os meios de pagamento, Finanças Descentralizadas (DeFi) e tokens não-fungíveis (NFTs).

A rede Ethereum é considerada a vanguarda nessa tríade, tanto que vem ganhando, junto com diversas outras criptomoedas, consideráveis fatias do mercado cripto, que antes era dominado apenas pelo Bitcoin.

QUER INVESTIR EM CRIPTO? ENTÃO SIGA ESSES CONSELHOS

Ainda veremos muita volatilidade tanto no Bitcoin quanto em todas as demais criptomoedas. O mais importante é que o investidor entenda os riscos que corre ao investir parte do seu capital nessa modalidade, pois ficou mais que provado que sua volatilidade é muito alta, maior até mesmo que do mercado de ações, que sempre foi considerado o investimento de maior risco para os investidores.

Se você pretende aproveitar as últimas quedas para se expor, não esqueça de gerenciar seu risco, entrando com uma parcela pequena do seu capital. Porém considero ainda assim mais importante estudar a tese por trás das criptomoedas, para que, em momentos de queda, você se sinta ainda mais seguro para reforçar sua posição, ao invés de ficar preocupado. O conhecimento sempre te trará a segurança necessária para navegar com firmeza quando as águas estiverem mais agitadas.

Abraço e até a próxima!

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