- Os índices parecem estar perdendo força em setembro, mês historicamente sem muita movimentação.
- O setor de tecnologia impulsionou a alta do S&P 500 na última década e continua dando força ao rali.
- Será que as Big Techs ficaram muito caras? Ou continuarão na liderança dos índices acionários dos EUA?
- Apple (NASDAQ:AAPL) US$165,2 (-7,3%)
- Microsoft (NASDAQ:MSFT) US$332,4 (-0,5%)
- Amazon (NASDAQ:AMZN) US$152,6 (+10,2%)
- Nvidia (NASDAQ:NVDA) US$379 (-16,8%)
- Alphabet (NASDAQ:GOOGL) US$150,8 (+10,6%)
- Tesla (NASDAQ:TSLA) US$256,8 (+3,3%)
- Meta (NASDAQ:META) US$350,2 (+17,8%)
- Alphabet C (NASDAQ:GOOG) US$151,4 (+10%)
- Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) US$726.013 (+31%)
- UnitedHealth (NYSE:UNH) US$579 (+20,5%)
O mercado segue padrões sazonais que costumam ser ignorados.
Os índices acionários atingiram o pico em julho e muitos papéis renovaram as máximas de 52 semanas recentemente. Mas isso é normal para este período do ano. Seria estranho se fosse diferente.
Um aspecto que chama a atenção é a liderança das ações de grande capitalização, as chamadas “large caps”, em 2023. Outras empresas de qualidade podem ter melhores valuations e fundamentos, mas ficam para trás em termos de rentabilidade.
Veja a comparação entre o desempenho do índice S&P 500, ponderado pela capitalização de mercado, e o índice com pesos iguais:
Fonte: Investing.com
Fica claro que as “mega caps” impulsionaram a alta.
Há várias explicações para a diferença de rentabilidade entre as 10 maiores ações e as outras 490 do S&P 500.
Exemplo disso são os fluxos de recursos para os ETFs, que foram direcionados de forma desproporcional para as maiores empresas. Das cerca de 1.500 ETFs disponíveis, as 10 maiores ações do S&P 500 estão presentes em mais de 25% de todos os ETFs emitidos.
Confira as estimativas do Investing Pro para o potencial de valorização/desvalorização das 10 maiores ações do S&P 500 no ano até agora:
Por outro lado, o Goldman Sachs (NYSE:GS) reduziu novamente a probabilidade de recessão em 12 meses para 15%, abaixo dos 35% registrados em março.
Fonte: Bloomberg, Goldman Sachs
O gráfico também mostra que o consenso da Bloomberg permanece relativamente alto, próximo de 60%. Isso pode ser influenciado por fatores como a sazonalidade do VIX.
Fonte: Topdown Charts, Refinitiv
Nos próximos meses, é natural que o VIX aumente à medida que a incerteza cresce. Mas uma coisa é quase certa: na última década, o setor de tecnologia tem sido o principal motor do mercado acionário.
Quanto à presença dessas empresas em vários ETFs, a explicação mais simples pode ser que essas grandes empresas de tecnologia são, de fato, algumas das melhores empresas do mundo.
Desde 2015, as grandes empresas de tecnologia superaram outras ações no S&P 500 em termos de lucros, com uma rentabilidade média anual de 12,5%.
Fonte: Datastream, FactSet, Goldman Sachs
Os investidores se perguntam se o atual boom tecnológico terminará mal. O Goldman Sachs fez um estudo comparando as grandes empresas de tecnologia de hoje com as da bolha das empresas ponto-com e os resultados sugerem que as gigantes de tecnologia de hoje não são tão caras quando observamos métricas como o P/L de 2 anos e o E/V. Na verdade, durante a bolha das empresas ponto-com, essas métricas eram o dobro do que são hoje.
A diferença principal está no fato de que as empresas de tecnologia de hoje são maiores e mais diversificadas, operando em diversos setores. Além disso, são mais lucrativas, com retornos mais altos sobre o capital e margens superiores em comparação com as empresas de 2000. O desempenho superior das ações de tecnologia em relação a outros setores é evidente nos dados.
Isso indica que, apesar dos receios de uma bolha tecnológica, os fundamentos das gigantes de tecnologia atuais são mais sólidos e duradouros do que os da época das empresas ponto-com. Porém, como em qualquer investimento, é essencial avaliar sempre os riscos, pois as dinâmicas do mercado podem mudar.
Fonte: Datastream, Goldman Sachs, Global Investment Research
Do ponto de vista técnico, um indicador relevante é a porcentagem de ações que estão acima da média móvel de 200 dias no S&P 500.
Este indicador ajuda a entender quem está conduzindo a alta do mercado. Atualmente, ele mostra que apenas 50% das ações estão em tendência de alta. Para alguns investidores, isso pode gerar dúvidas sobre a continuidade da trajetória ascendente, especialmente em comparação com períodos anteriores.
Nas mínimas anteriores do mercado, como em 2008, 2011, 2016, 2018 e 2020, a porcentagem de ações acima da média móvel de 200 dias superou os 75%. Mas nos últimos meses, ficamos perto, mas não passamos desse nível, chegando a 73%.
Se usássemos apenas esses dados como o principal indicador, poderíamos inferir que a tendência atual, que teve ganhos de mais de 20% desde os mínimos de outubro de 2022, ainda não terminou. No entanto, é importante notar que se a porcentagem cair abaixo dos 40%, isso poderia indicar um aumento da volatilidade e mais baixas no mercado.
É importante ressaltar que não se deve confiar somente neste indicador. Ele deve ser usado em conjunto com outros indicadores e médias móveis para obter uma visão completa das condições do mercado e orientar nossas estratégias de investimento.
(Tradução de Julio Alves)
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Aviso: Este artigo foi escrito apenas com fins informativos e não constitui qualquer solicitação, oferta, conselho ou recomendação de investimento, não tendo por objetivo incentivar a compra de ativos de nenhuma forma. Cabe lembrar que qualquer tipo de ativo é avaliado a partir de diversos pontos de vista e possui riscos; por isso, a decisão de investir e o risco associado são de sua inteira responsabilidade.