- Resultados do 2T20 fiscal serão divulgados na quinta-feira, 30 de abril, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$ 54,99 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$ 2,31.
Quando a Apple (NASDAQ:AAPL) divulgar seus resultados do segundo trimestre fiscal de 2020 ao final do dia de hoje, a fabricante do iPhone terá que mostrar que tem tudo para se recuperar da desaceleração provocada pelo coronavírus.
O maior desafio que a Apple enfrentará neste ambiente econômico extremamente incerto é oferecer novos modelos de iPhone – importante gerador de receita da companhia – capazes de despertar o desejo de compra dos consumidores, mesmo que seu poder aquisitivo seja gravemente afetado pela brutal queda da economia.
De fato, ontem, os EUA divulgaram que sua economia encolheu ao ritmo anualizado de 4,8% no primeiro trimestre, a maior queda desde 2008 e a primeira contração desde 2014, na medida em que a necessidade de combater o coronavírus forçou as empresas a fechar e os consumidores a ficar em casa.
Embora a Apple tenha reaberto algumas das suas lojas na Ásia e retomado a produção nas fábricas, ainda não se sabe se os consumidores estarão dispostos a comprar os modelos mais novos do iPhone. Cerca de dois terços das vendas totais de smartphones ocorreram nos EUA e na Europa.
As últimas notícias na imprensa afirmam que a Apple seguirá adiante com seus planos de lançar quatro novos modelos de iPhone neste ano, após superar os transtornos iniciais em suas cadeias de fornecimento durante a disseminação da pandemia de Covid-19.
Alguns dos aparelhos terão conectividade 5G e serão oferecidos a diferentes preços e tamanhos: um modelo medirá 5,4 polegadas, dois terão 6,1 polegadas e outro, 6,7 polegadas, contando com telas de diodo orgânico emissor de luz (OLED), segundo reportagem do Wall Street Journal nesta semana.
O lançamento dos novos modelos no momento certo é crucial para a melhora dos resultados da Apple, na medida em que os novos aparelhos respondem pela maioria das vendas do iPhone em todo o ano. Além disso, o segmento de telefones é responsável por mais da metade da receita total da companhia.
Ações sobem na esperança de recuperação
A rápida recuperação das ações da Apple após a forte liquidação de março mostra que os investidores não perderam a fé em uma das empresas mais inovadoras do mundo.
Os papéis da empresa subiram 28% desde a mínima do mês passado, superando o desempenho do S&P 500. A ação fechou o pregão de ontem cotada a US$ 287,73, depois de se valorizar 3,28% no dia.
O que está gerando tanto otimismo com a Apple é a expectativa de que as vendas de iPhones cresçam com o lançamento dos modelos 5G, programado para setembro de 2020. Esses aparelhos permitirão que os consumidores tenham maior velocidade de conexão, aumentando as entregas de iPhones pela primeira vez em dois anos.
O impulso gerado pela tecnologia 5G e o rápido crescimento das receitas provenientes das vendas de AirPods, smartwatches e serviços, como assinaturas de streaming de música e pagamentos móveis, também estão alimentando a crença de que a companhia está dependendo menos dos negócios de hardware mais cíclicos e se tornando uma empresa de serviços.
Mas essa poderosa combinação de serviços e hardware ainda pode ser ameaçada se a fraqueza da economia mantiver os consumidores receosos de gastar. A Apple pode ver o número de iPhones vendidos cair mais de um terço no segundo trimestre, de acordo com uma estimativa do Goldman Sachs.
As vendas unitárias de iPhones devem registrar uma queda de 36% na comparação ano a ano no segundo trimestre, antes de se recuperar para um declínio de apenas 2% no quarto trimestre deste ano, disseram em nota os analistas do banco de investimentos, incluindo Rod Hall.
Resumo
A Apple ficou em posição vulnerável por causa dos transtornos econômicos causados pelo coronavírus, e seus planos de crescimento são incertos. Durante a divulgação de resultados de hoje, a companhia precisa mostrar que tem um plano para superar esses desafios.