A volatilidade está em alta nos mercados financeiros ultimamente, levantando dúvidas sobre se a recuperação deste ano, após a forte queda de 2022, chegou ao fim. É cedo para descartar essa possibilidade, mas uma análise de vários pares de ETFs para os mercados ainda deixa espaço para debate, com base nos preços até o fechamento de ontem (5 de setembro).
Vamos começar com a relação entre os ETFs de alocação de ativos agressivos (AOA) e conservadores (AOK). Por enquanto, esse indicador global do apetite por risco sugere que a tendência de alta ainda está forte. A queda recente pode se aprofundar, mas, até o momento, a inclinação positiva persiste.
O apetite por risco nas ações dos EUA também parece sólido, com base na relação entre as ações dos EUA (SPY) e as ações de baixa volatilidade (USMV), sendo estas últimas um indicativo da demanda por uma estratégia de ações relativamente conservadora/defensiva.
A preferência pelo risco também é notável nas ações das empresas de semicondutores (SMH) em comparação com o mercado amplo de ações dos EUA (SPY). As ações de semicondutores são consideradas um indicador do apetite por risco e do ciclo econômico.
A força relativa das ações das construtoras sensíveis ao ciclo econômico (XHB) em relação ao mercado de ações dos EUA (SPY) também sinaliza uma forte demanda por risco.
O aumento recente nos rendimentos dos títulos sugere que o atrativo da renda fixa pode ameaçar as perspectivas das ações. Por que assumir o risco do mercado de ações quando se pode obter um rendimento seguro em títulos do governo?
Essa visão está começando a ganhar força, mas, até agora, a ação dos preços não revelou uma reversão clara no apetite por risco. Note que a força relativa das ações dos EUA (SPY) em relação aos títulos dos EUA (BND) continua a indicar uma forte inclinação positiva.
A ressalva aqui é que as tendências de mercado eventualmente chegam ao fim, mas identificar o ponto exato em que uma reversão genuína começa é impossível. Apenas com o tempo, os principais topos e fundos se tornarão óbvios.
Por enquanto, não está claro se a recuperação deste ano na demanda por risco chegou ao fim. Um ponto de virada se tornará evidente com o tempo, mas, por enquanto, os indicadores de tendência ainda apontam para uma inclinação positiva em relação ao risco.