Há um grande temor no mercado mundial. Algo que assombra economistas e economias: O comportamento dos juros futuros da maior economia mundial.
Alguns analistas falam sobre a bolha da história, outros sobre o colapso dos mercados. Gestores direcionam partes significativas dos seus recursos para criptomoedas, certos do final iminente da moeda de curso forçado, transformando novamente o BTC em algo realmente valorável.
Prenúncio do caos? Será que o mainstream da economia mundial irá colapsar?
Bom... Não tenho resposta pra isso. De verdade. Talvez a minha incapacidade analítica deva ser um sinal de que acredito na adaptação dos mercados à nova realidade que vivemos – e outras novas realidades que vivenciaremos.
Tendo assumido minhas limitações, prefiro falar sobre o que (acho que) sei: A diferença fundamental entre o aumento dos juros americanos e brasileiros.
Primeiro, faz-se necessário analisar as realidades dos dois países. Desde a crise dos subprimes em meados de 2008, os EUA vêm apresentando um crescimento inquestionável, comprovando seu DNA liberal, numa das definições mais essencias, que deixariam Misses orgulhoso. Nas últimas décadas, com a ascensão tecnológica, surgiram as FAANG (Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34), Google (NASDAQ:GOOGL) Alphabet Inc A BDR (SA:GOGL34)), levando a NASDAQ a patamares nunca antes vistos. Avante USA!!!
Já o Brasil acabou de sair da maior crise financeira da sua história, vítima de governos lamentavelmente populistas e que nunca se preocuparam com austeridade fiscal ou qualquer tipo de “teto de gastos”.
Vejam: Aqui não se faz nenhum proselitismo politico ou viés ideológico. As coisas foram como elas são. Qualquer família consciente do seu orçamento entende sua capacidade de contrair/pagar dívidas.
Mas mesmo em trajetórias semelhantes no tocante aos juros, as duas nações encontram-se em momentos diametralmente diferentes. A diferença entre ser Jerome Powell ou Campos Neto está no momentum.
Mesmo brutalmente impactados pela pandemia, os EUA estão em crescimento. Sua maior preocupação está no impacto do aumento dos juros no valuation dos ativos de risco, principalmente aqueles considerados como de grande crescimento, pois a sua taxa de desconto passa a impactar significativamente quando projetada uma alta nos juros futuros.
Já no Brasil, a preocupação não está no valuation. Ter uma taxa básica que saia de 2% para 6%, pouco importa para um país que está saindo do buraco. Muito provavelmente essa crescente estaria mais ligada a um aumento da inflação ocasionada pela demanda. Ou, num cenário muito mais preocupante, pela quebra da austeridade fiscal e/ou políticas governamentais que não o favoreça. Pensando em tese de investimento e levando-se em consideração a máxima “quanto maior o risco, maior o retorno”, somos colocados diante de um impasse.
Independente do momentum de cada país, diante do cenário de incerteza ao qual estamos expostos , ainda prefiro pensar como o bom velhinho - oráculo de Omaha - Warren Buffet: “Never Bet Agaisn America”. Já no mercado doméstico, só consigo lembrar do Malan: “No Brasil, até o passado é incerto”.
Boa sorte!