Mercado na expectativa da inflação americana (CPI) num momento em que se aguarda a reunião do FOMC da semana que vem (dia 22), assim como do Copom. Por aqui, estejamos atentos aos dados de atividade de Serviços, do IBGE de julho. Aguardemos também o discurso de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, em evento do BTG Pactual (SA:BPAC11), e Silva e Luna, presidente da Petrobras (SA:PETR4), em audiência da Comissão de Energia (9h00), debatendo sobre a escalada do preço dos combustíveis.
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Nos mercados, segunda-feira (dia 13) teve Ibovespa nas máximas e dólar nas mínimas, com juro longo em queda, refletindo um ambiente político “menos tóxico”, depois da “Carta à Nação” do presidente Bolsonaro, se comprometendo com mais “moderação e harmonia entre os poderes” (até quando?). Soma-se a isso, o fracasso das manifestações do dia 12, o que praticamente enterrou as chances de impeachment, pelo menos, por enquanto.
Agora, a expectativa é que Paulo Guedes volte a ter espaço de manobra para poder tocar sua agenda, com a resolução do imbróglio dos precatórios, retirando do teto dos gastos, o anúncio oficial do início do “Auxílio Brasil”, talvez em novembro, e o andamento das reformas tributária e administrativa. A primeira está no Senado, com Rodrigo Pacheco, que deve alterá-la; a segunda saindo de Comissão temática, indo para o debate do plenário da Câmara.
Falando da pandemia, a variante Delta parece estar se comportando de forma diferente no Brasil, na comparação com outros países. Por aqui, meses depois de ser identificada, não parece ter causado grandes estragos. Os números, aliás, são declinantes. Dia 13 eram 6,645 novos casos, com 215 óbitos, 587 mil desde o início.
Já os EUA revisaram seu controle de entrada para países como Portugal, mas continuando no rigor contra o Brasil. Para nós, a entrada direta segue proibida, dependendo de uma quarentena em algum país, como o México. Nosso grau de risco passou de “muito alto” para “alto”, mas continuamos restritos. Já em Portugal acabou a restrição de circulação das pessoas no uso obrigatório de mascara em locais abertos.
Na CPI da Covid, o relatório final, de Renan Calheiros, deve ser divulgado no dia 29 de setembro. Hoje, terça-feira, será dia das oitivas do empresário a advogado Marcos Tolentino, no esforço dos membros de destrinchar a investigação sobre as fraudes no Ministério da Saúde.
No mercado, a corretora norte-americana JPMorgan Chase & Co (NYSE:JPM) (SA:JPMC34) está revendo suas projeções para a economia brasileira. Sobre o crescimento do PIB neste ano, prevê 5,1% e não mais 5,2%, em 2022 recuando a 0,9% e não mais 1,5%. Na taxa Selic, neste ano a 9,0%, em três altas de 1 ponto, diante do descontrole inflacionário. Atualmente, a taxa Selic está em 5,25% e, como dito, na próxima reunião do Copom, que acontece no dia 22, devendo ser elevada entre 1,0 e 1,25 ponto, a 6,25% a 6,50%. Ou seja, o BACEN deve ser mais hawkish agora para trazer a inflação ao centro da meta em 2022. Este ano, como já dito aqui, já parece perdido (IPCA a 8,0%).
A pesquisa Focus mostra alta na projeção para o câmbio em 2021, passando de R$ 5,17 a R$ 5,20, com o IPCA, de 7,58% para 8,00%, daí o ajuste da Selic. Nesta pesquisa da Focus passou de 7,63% a 8,0%.
Nos EUA, os congressistas seguem tentando levar adiante uma proposta de um pacote de mais gastos na Saúde, Educação e Clima, no total de US$ 3,5 trilhões. O problema por lá é o risco de shutdown, já o terceiro no radar, pela sanha gastadora do setor público.
Mercados
O clima melhorou nesta segunda-feira, com os investidores ajustando suas carteiras, depois de quedas na semana passada. As bolsas de NY interromperam cinco dias de queda e fecharam o dia em alta, beneficiadas pela redução nos casos de Covid 19 nos EUA e alta do petróleo. A Dow Jones avançou 0,76% e a S&P +0,23%, impulsionados pelos setores de energia e financeiro. No Brasil, uma trégua política se estabeleceu, com o Ibovespa voltando aos 116 mil pontos.
A maioria dos mercados asiáticos fecharam estáveis, alguns em alta, enquanto que nos EUA e na Europa oscilavam aguardando os dados de inflação, abrindo as janelas para o Fed na semana que vem. O setor de energia teve o melhor desempenho no índice Asia Pacífico da MSCI Inc (NYSE:MSCI). em meio à alta do barril de petróleo. Nikkei operou em alta, no maior fechamento desde 1990, enquanto que Hong Kong e China fecharam no vermelho, diante dos surtos do vírus e dos problemas regulatórios. Por lá, os chineses bloquearam uma cidade de 4,5 milhões de habitantes na província de Fujian, no sudeste do País.
Na segunda, o Ibovespa fechou em alta de 1,85%, a 116.403 pontos, com volume de R$ 25,84 bilhões. Já o dólar fechou em queda ante o real de 0,83%, a R$ 5,224.
Nesta madrugada (05h05), dia 14/09, na Ásia os mercados operaram na maioria em ALTA (menos China). Nikkei 225 avançando 0,73%, a 30.670 pontos; KOSPI, na Coréia do Sul, +0,67%, a 3.148 pontos; Shanghai Composite, -1,42%, a 3.662 pontos, e Hang Seng, -1,36%, a 25.464 pontos.
Nesta madrugada do dia 13/09, na Europa (04h05), nos futuros os mercados operavam MISTOS. DAX (Alemanha) avançando 0,05%, a 15.708 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), -0,29%, a 7.047 pontos; CAC 40 (França), -0,28%, a 6.658 pontos, e Euro Stoxx 50, -0,09%, a 4.185 pontos.
Nos EUA, as bolsas de NY no mercado futuro, operavam às 05h05, dia 14/09, da seguinte forma: Dow Jones recuando 0,02%, a 34.864 pontos, S&P 500, -0,03%, a 4.467 pontos, e Nasdaq -0,07%, a 15.423 pontos. No mercado de Treasuries, US 2Y avançando 0,93%, a 0,2170, US 10Y +1,55%, a 1,344 e US 30Y, +0,91%, a 1,921. No DXY, o dólar recuava -0,16%, a 92,505. Petróleo WTI, a US$ 71,05 (+0,85%) e Petróleo Brent US$ 74,16 (+0,88%).
Na agenda de terça-feira, saem alguns dados sobre movimentações econômicas. No Brasil, destaque para a Pesquisa Mensal de Serviços de julho, segundo o IBGE. Diante da perda de dinamismo da indústria, fenômeno decorrente da falta de peças para muitas empresas, os serviços se mostram essenciais para evitar uma desaceleração ainda maior do PIB. Em adição, a CNI divulga a confiança do empresário industrial de setembro. Nos EUA, atenção para a inflação, CPI, e na China, a produção industrial, ambos de agosto.