Nova operação de proteção de R. Dalio
Fontes anônimas de Wall Street Journal informaram que o fundo Bridgewater, o famoso fundo hedge com o bilionário Ray Dalio a frente da gestão, teria movimentado bilhões “apostando” em uma queda das bolsas mundiais, especificamente dos EUA e da Europa.
Nós da Upside, vamos tentar explicar de forma clara, a estratégia bilionária deste gestor americano.
Quem é Ray Dalio e o que é a Bridgewater Associates?
Ray Dalio é um bilionário investidor norte-americano que possui um patrimônio líquido de mais de 18 bilhões de dólares, presidente e cofundador da Bridgewater Associates, que é a maior fundo hedge do mundo, com mais de 160 bilhões de dólares em ativos sob gestão.
Além da importância monetária que o fundo possui, as teses de Dalio são consideradas de grande relevância para o mercado internacional, influenciando inclusive na movimentação de investidores e de outros gestores.
Recente movimentação lucrativa feita pelo fundo
Antes da análise da última operação, é importante lembrar que recentemente Dalio lucrou em outro movimento mais pessimista. Em meses finais de 2017 e iniciais de 2018, o fundo entrou em posição short, ou seja, operando vendido (esperando ganhar com a queda do mercado), contra empresas e principais índices europeus, totalizando uma posição de cerca de 16 bilhões de euros.
Essa visão mais negativa para os mercados europeus gerou resultados interessantes, com boas partes dos índices europeus apresentando queda neste período, como o italiano que caiu em torno de 10%.
A grande aposta da vez: os Estados Unidos
A gestora Bridgewater Associates teria feito operações com ‘opções de put’ no valor de 1,5 bilhão de dólares nos índices S&P500 (dos EUA) e o EuroSTOXX50 (europeu) com vencimento para março de 2020.
Explicando a estratégia de de uma maneira simplificada, realizar uma operação put no caso significa que ele adquiriu o direito de vender o índices de referências supracitados na data e no preço previsto neste tipo de “contrato” feito. Tal medida garante uma proteção em caso de queda de mercado, como um seguro.
Desta forma, a Bridgewater poderia lucrar através de boa valorização que estes “contratos” teriam em caso de uma queda relevante de mercado, ou mesmo garantir uma venda em preços mais vantajosos, pois seriam aqueles contratados no momento da compra, quando os mercados ainda não exprimem tal temor.
Foi informado que o valor de referência dos índices seria próximo a 100 bilhões de dólares e caso ocorra uma queda interessante, próximo aos 10%, o fundo hedge poderia auferir lucro de pelo menos 10 bilhões de dólares sobre os 1,5 bilhões investidos.
Quais as possíveis justificativas para tal posição de Ray Dalio?
Jornais internacionais associaram rapidamente o período com as eleições dos EUA, pois entre março do ano que vem, o partido Democrata deverá escolher quem concorrerá à presidência contra o Republicano D. Trump.
A frente na disputa pela vaga do candidato dos democratas, dois nomes tem maior evidência: Elizabeth Warren e Bernie Sanders, não sendo nenhum dos dois pessoas queridas pelos mercados.
Na Upside temos a visão de que além dos candidatos democratas em si, existe a visão de que possivelmente seria um momento em que Trump poderia perder força, visto que já teria um candidato do outro lado. Juntamente a isso, o foco na campanha eleitoral começará a influenciar as decisões políticas e econômicas de Trump, podendo esticar ainda mais o já complicado orçamento dos EUA e trazer maior insegurança para os investidores mundiais.
Da parte econômica, Dalio há algum tempo vem defendendo que acredita que os governos e os bancos centrais estariam estimulando muito as economias globais, o que entre outras coisas, acaba inflando os ativos financeiros (como as bolsas de valores) e ainda deixando estes entes “protetores” sem armamentos para agir em nova crise.
O que você, um investidor brasileiro pode fazer?
Mesmo com melhora interna dos fatores econômicos esperados para o futuro, algo que a bolsa e outros ativos já vêm precificando a algum tempo, uma crise mundial acabaria por quebrar o bull market (mercado em alta) que se iniciou no Brasil praticamente em março de 2016.
A bolsa brasileira já deu indicativos claros de fragilidade aos impactos externos, basta verificar o ocorrido na crise de 2008 e as quedas recentes por conta das problemáticas que estão ocorrendo em países latinos.
Desta forma, caso o investidor busque a seguir a movimentação do gigantesco hedge fund, seria interessante considerar aumentar a participação de ativos considerados seguros, ou mesmo que ganham com a tensão, como o ouro e dólar, ou ainda através de operações mais sofisticadas, como operar vendido e/ou adquirir puts.
Será que novamente o famoso gestor estaria correto com suas interpretações?
O que você espera de andamento dos mercado financeiros mundiais para o próximo ano?
Nós da Upside estamos pensando no que investir em 2020, exatamente agora!