- O último trimestre de anos com eleições presidenciais nos EUA costuma registrar fortes ganhos no mercado de ações.
- Políticas fiscais e resultados corporativos são fatores centrais que costumam favorecer esse desempenho no final do ano.
- No entanto, investidores devem monitorar eventos macroeconômicos que possam alterar essas tendências.
A sazonalidade do mercado de ações, especialmente no último trimestre de um ano eleitoral, tem sido foco de atenção dos investidores por décadas.
Com mais de cem anos de dados históricos revelando padrões repetidos, as altas de fim de ano são familiares para investidores experientes, especialmente no quarto ano de um mandato presidencial.
Historicamente, o desempenho do último trimestre desses anos tem superado os outros, graças a uma combinação de fatores econômicos e otimismo dos investidores.
Neste texto, vamos analisar as razões dessas altas de fim de ano e a probabilidade de isso se repetir em 2024.
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Por que o mercado sobe ao final de anos eleitorais?
Diversos fatores se unem para criar um ambiente favorável às ações. Presidentes ao final de seus mandatos frequentemente adotam políticas fiscais expansionistas, com o objetivo de reforçar um legado positivo.
Os investidores, movidos pelo otimismo pré-eleitoral, tendem a antecipar melhorias econômicas decorrentes da nova liderança. Além disso, as empresas buscam encerrar o ano fiscal com resultados fortes, o que ajuda a melhorar o desempenho do mercado.
Ao observar o Dow Jones Industrial Average (DJIA) desde 1900, os dados são reveladores:
- Desempenho médio no quarto trimestre: +3,8%
- Frequência de trimestres positivos: 72%
- Melhor desempenho: +21,3% em 1928
- Pior desempenho: -22,7% em 2008
Quase três quartos desses trimestres resultaram em ganhos, com alguns, como o atual, contrariando padrões históricos. A queda sazonal esperada para setembro não ocorreu, e o S&P 500 alcançou novos recordes históricos.
Isso pode elevar a chance de um quarto trimestre positivo para mais de 90%.
Principais fatores que animam o mercado no último trimestre anos de eleições
Três fatores principais têm historicamente favorecido o desempenho do mercado no último trimestre de anos com eleições presidenciais:
- Políticas fiscais expansionistas: Governos prestes a encerrar o mandato costumam adotar medidas voltadas ao crescimento econômico para consolidar um legado positivo.
- Otimismo pré-eleitoral: Investidores especulam sobre políticas favoráveis que possam vir da nova administração, o que fortalece a confiança no mercado.
- Resultados corporativos de fim de ano: Empresas se esforçam para fechar o ano fiscal com fortes resultados, o que contribui para a valorização das ações.
Embora o quarto trimestre de anos presidenciais geralmente seja positivo, a história traz alguns alertas.
Em 1932, durante a Grande Depressão, o mercado recuou 8,5%. Mais recentemente, a crise financeira global de 2008 provocou uma queda de 22,7%.
Esses exemplos mostram que fatores externos, como crises econômicas globais, podem alterar as tendências sazonais tradicionais.
Conclusão: 2024 seguirá o padrão?
Os dados históricos indicam que o último trimestre de anos presidenciais costuma ser favorável. Porém, é essencial que os investidores mantenham cautela. Embora essas tendências ofereçam informações valiosas, eventos macroeconômicos inesperados podem modificar rapidamente a trajetória do mercado.
Uma recuperação forte na China ou tensões geopolíticas imprevistas, por exemplo, poderiam influenciar de forma decisiva o comportamento do mercado.
Incorporar essas lições históricas em uma estratégia mais ampla pode proporcionar uma vantagem significativa aos investidores, mas o sucesso depende de estar atento às constantes mudanças no cenário econômico global.