As incertezas e o mundo em alerta
Não é nenhuma novidade dizer que, apesar da recente alta das bolsas globais (especialmente a nossa), muitas incertezas ainda nos assolam. Isso faz parte do jogo, não tenha dúvida!
Se por um lado temos atenções oficialmente voltadas para o recrudescimento da pandemia da Covid-19, por outro temos cada vez mais um otimismo acelerado com relação à evolução da vacina.
Com a possibilidade de imunização a poucos meses de distância, será que já estamos com tudo resolvido? Eu tenho minhas dúvidas...
Com relação às vacinas, é ótimo que elas estejam finalmente caminhando para uma aprovação, no entanto, vejo algumas dificuldades adicionais. Não se trata somente de aprovar. Tem que dar escala! Isso leva tempo e pode se traduzir em um grande obstáculo para a distribuição.
Enquanto enfrentamos esses desafios operacionais, a Covid-19 deve continuar como um problema relevante. Seguiremos sujeitos aos mesmos problemas vivenciados ao longo deste ano, com as mesmas medidas de restrição que são bastante maléficas para a atividade econômica.
É claro que os riscos não acabam aqui, ainda temos um abacaxi fiscal para descascar; nossa situação das contas públicas não é das mais confortáveis – não somente por aqui, mas ao redor do mundo também, visto o recente pacote de estímulos –, e as nossas preocupações com relação à austeridade e à preservação do teto de gastos persistem.
Dito tudo isso, acho que deu para entender que o momento atual exige cautela. Não é a hora de bancar o herói ou buscar a grande tacada da bolsa! Se você tem isso em mente, sugiro fortemente que repense o seu ponto. Do meu lado, gosto de privilegiar a resiliência.
Se você é como eu, tenho uma proposta a te fazer!
Em tempos complexos, o que você quer é previsibilidade
Que tal olhar para uma classe de Empresas listadas que passaram ilesas a tudo o que vivemos até aqui?
Companhias que devem sobreviver mesmo considerando um cenário mais difícil adiante?
Negócios que operacionalmente são bastante previsíveis, de setores competitivos e que apresentam uma ótima perspectiva de remuneração aos acionistas?
Em alguns casos, tenho a sensação de que 2020 foi um ano “normal” para algumas delas. Tivemos, inclusive, anúncios de proventos relevantes nos últimos tempos.
Acho que ficou meio óbvio, né? Estou falando de ações boas pagadoras de dividendos!
Faça chuva ou faça sol, essas companhias continuam gerando caixa de forma substancialmente maior que sua necessidade de reinvestimento e distribuindo-o aos acionistas.
É por isso que, particularmente, sigo tranquilo com a maioria das nossas teses em carteira.
As três favoritas para 2021
Se tudo isso te seduz, que tal descobrir as três melhores teses para colher gordos dividendos em 2021?
Venha comigo!
ITSA: com desconto é mais gostoso
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Nessa tese, estamos basicamente falando de Itaú Unibanco. Isso porque a maior parte dos lucros de Itaúsa advém do “bancão” que tanto aparece no nosso dia a dia. Itaúsa (ITSA4 (SA:)) é uma holding que apresenta investimentos em: Itaú Unibanco (ITUB4 (SA:)); Duratex (SA:); Alpargatas (SA:); e outros.
Mas então, por qual motivo Itaúsa e não Itaú Unibanco diretamente? Basicamente, comprar Itaúsa é comprar Itaú Unibanco com o desconto proporcionado pela holding.
É comprar a mesma coisa, mas pagando mais barato.
Com um ótimo histórico de rentabilidade ao acionista, mas também com plena capacidade de continuar entregando bons resultados daqui em diante, a Companhia vem facilmente entregando um ROE acima de +15 por cento a.a ao longo dos últimos anos – consistentemente mais lucrativa que o índice , que beira na casa de + 10 por cento a.a.
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Fonte: RI Itaúsa / Elaboração: Nord Research
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Uma empresa altamente rentável, confiável, barata e com um yield esperado de dividendos para 2021 na casa de 7,5 por cento a.a.
A recomendação é de COMPRAR Itaúsa (ITSA4).
Não paramos por aqui! A nossa próxima recomendação é uma tese bastante promissora do setor elétrico.
TIET: Diversificação é o nome do jogo
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Estamos falando de AES Brasil (SA:), antiga AES Tietê, que apresenta um dividend yield na ordem de 8,0 por cento para 2021.
A AES Brasil é uma das maiores empresas atuantes no segmento de geração de energia elétrica no Brasil, é focada em energia exclusivamente renovável, com capacidade instalada de 3,7 GW.
Seu portfólio é composto por fontes hidráulica, eólica e solar, com plantas localizadas nos estados de São Paulo, Bahia e Rio Grande do Norte, além de um pipeline em análise com capacidade para mais 3,0 GW.
Exposta ao risco hidrológico, a empresa vem buscando diversificar seu portfólio ao investir em energias renováveis, em prol de i) melhorar sua competitividade frente ao Mercado Livre de energia, procurando atingir maior número de clientes e oferecer preços mais atrativos e ii) reduzir a necessidade de recorrência ao mercado spot (mercado à vista), em que o preço de energia, em conjunturas desfavoráveis, é substancialmente superior.
Com contratos longos, perspectivas de crescimento e fortes atributos na geração de caixa, em montante superior ao volume de investimentos, acreditamos que a empresa tem fôlego para continuar honrando o payout atual na casa de 100 por cento – o que é ótimo para o seu bolso.
A recomendação é de COMPRAR AES Brasil (TIET11).
A nossa última recomendação se trata de um nome menos óbvio, que veio lá do Sul.
BRSR: Dividendos do sul
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O Banco do Estado do Rio Grande do Sul é um dos principais bancos múltiplos do país em termos de ativos totais. Ele atua principalmente com foco no Varejo e no Agronegócio.
É uma sociedade de economia mista, na qual a maioria das ações ordinárias (com direito a voto) se encontra nas mãos do Governo do Rio Grande do Sul.
O Banrisul (SA:) é um banco bem tradicional, com resultados majoritariamente oriundos de operações de crédito – pessoas físicas (com forte presença do funcionalismo público estadual), empresas de pequeno e médio porte e agronegócio.
Com elevados níveis de ROE, um valuation extremamente atrativo na ordem de 0,7x patrimônio e dividend yield esperado para 2021 na casa de 7 por cento a.a, não há motivos para não comprar Banrisul (BRSR6).
Forte abraço.
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