O que já não era mais surpresa se tornou realidade na última quarta-feira, quando as taxas de juros foram mantidas inalteradas nos Estados Unidos e houve um novo aumento nas taxas de juros locais em 0,75%, elevando a SELIC a 4,25% a.a e, já há quem diga que podemos ter uma SELIC acima de 7% ao final de 2021.
No entanto, a pergunta que os investidores mais se fazem hoje é: até quando o Banco Central dos EUA vai continuar sendo o principal player para os mercados acionários com injeções mensais bilionárias dando continuidade na liquidez dos mercados mundo afora?
A última semana foi de intensa volatilidade, que fez com que os mercados americanos dessem uma trégua das recentes e consecutivas altas e tanto o Dow Jones como o S&P e Nasdaq tivessem perdas expressivas no decorrer da semana, marcada também na sexta feira por vencimentos em opções, ações e índices lá fora.
Esse temor que assola os investidores quanto ao final de injeções bilionárias por parte do FED também deu uma pausa no ímpeto das commodities e isso impactou a bolsa brasileira, que viu ações e ligadas a commodities sofrerem ajustes, trazendo o IBOVESPA abaixo dos 130mil pontos ao final da semana, também marcada por vencimentos sobre ações.
Movimento esperado das altas de juros aqui, aumentando o prêmio de juros sobre os títulos brasileiros e atraindo capital estrangeiro, conteve mais uma vez o dólar frente ao real, que por mais uma semana amargou perdas perante a moeda nacional. Isso se deve também à aprovação da continuidade do programa de estímulos e à fala do presidente Jair Bolsonaro sobre um aumento de 50% no programa do bolsa família, que gerou uma nova guinada na curva de juros brasileira, levando à sensação de maiores dificuldades quanto ao cumprimento do orçamento fiscal cada vez mais apertado e sem perspectivas de melhoras.
A queda do dólar frente ao real também trouxe impactos para as ações exportadoras no mercado de ações, gerando realizações de lucros em empresas quem têm grande parte de suas receitas na moeda estrangeira.
Mas o que deu um alento e chamou a atenção do mercado de energia foi enfim a confirmação do processo de capitalização da Eletrobras pelo Senado Federal, mesmo com suas ponderações, o que leva perspectivas favoráveis a companhia, e isso ficou claro no movimento do mercado, em que os papéis da empresa chegaram a subir quase 10% no dia, fechando em alta de 5,98% as ON (SA:ELET3) e 5,94% as PN (SA:ELET6) na sexta-feira.
Para essa próxima semana de agenda bem esvazia,da seja na Ásia e nas Américas, as atenções se voltam a tentar desvendar pistas a serem expostas nas Atas dos Bancos Centrais a serem divulgadas tanto nos EUA como aqui no Brasil referente às decisões da última super quarta.
Quando os estímulos do FED irão ser reduzidos? 2022 ou 2023 o EUA vão subir seus juros? Essa é a pergunta do milhão!!
Boa semana e bons negócios!!