Publicado originalmente em inglês em 12/08/2021
- Ações da Coca-Cola (KO) estão entre as preferidas de quem busca renda passiva
- Robusto balanço no 2º tri mostra que Coca-Cola Classic continua sendo o refrigerante cafeinado mais vendido do mundo
- Expectativa é que as ações da KO consigam atingir US$60
Desde o início do ano, os investidores têm dado seu selo de aprovação às ações da Coca-Cola (NYSE:KO) (SA:COCA34). No fim de janeiro, a KO era negociada em torno de US$48. Atualmente, suas ações estão um pouco abaixo de US$57, não tão distantes da máxima de 52 semanas a US$57,56.
O atual preço da ação dessa gigante do setor de bebidas permite um retorno de quase 3% com seus dividendos. Com quase seis décadas de elevação de proventos, a Coca faz parte de um seleto grupo de ações conhecido como “Reis dos Dividendos”. Como tal, sempre chama a atenção de pessoas em busca de renda passiva no mercado.
Entre as outras ações do grupo “Rei dos Dividendos” valorizadas pelos investidores com foco em renda estão: Johnson & Johnson (NYSE:JNJ) (SA:JNJB34), Procter & Gamble (NYSE:PG) (SA:PGCO34), Colgate-Palmolive (NYSE:CL) (SA:COLG34), Sysco (NYSE:SYY) (SA:S1YY34), Altria (NYSE:MO) (SA:MOOO34) e Hormel Foods (NYSE:HRL) (SA:H1RL34).
Apesar da recente corrida de alta, o desempenho da KO está abaixo do S&P 500 no último ano. As ações da Coca-Cola valorizaram-se 17% nos últimos 12 meses, ao passo que o S&P 500, que tocou sua máxima recorde em 12 de agosto, registra alta de 33%.
Muitos investidores estão se perguntando o que esperar da KO durante o resto do ano. Acreditamos que o bom momento da empresa terá continuidade e suas ações podem testar a máxima histórica de fevereiro de 2020 a US$60,13 antes da pandemia.
Hoje, discutimos como os investidores podem considerar inserir suas ações em carteiras.
Como foram os últimos resultados
Coca-Cola Classic é o refrigerante cafeinado mais vendido do mundo.
As métricas confirmam:
“A Coca-Cola mantém o título de marca de refrigerantes mais forte e valiosa do mundo, com um valor de US$33,2 bilhões e classificação AAA+ nas agências de risco.”
Contudo, nos últimos anos, a Coca-Cola enfrentou dificuldades que a queda nas vendas de refrigerantes. Mas sua gerência começou a diversificar suas ofertas com chás, cafés, sucos, água e energéticos.
No fim de julho, a Coca-Cola divulgou robustas métricas para o 2º tri. Sua receita foi de US$10,1 bilhões, um salto de 42% ano a ano. O lucro operacional também subiu 52%.
O LPA não GAAP teve alta de 61% ano a ano e atingiu 68 centavos. Os investidores também gostaram de ver que o fluxo de caixa das operações foi de US$5,5 bilhões até agora no ano. No ano passado, essa métrica foi de US$2,7 bilhões. A empresa anunciou vendas significativas em geografias centrais, como América do Norte, China e Brasil.
Na divulgação dos resultados, o CO James Quincey afirmou o seguinte:
“Apesar da natureza assíncrona da recuperação, estamos elevando nossas projeções para o ano. Nossa execução segue nossos planos de crescimento, e nosso sistema está alinhado.”
Para todo o ano de 2021, a gerência agora espera gerar 12%-14% em crescimento de receita orgânica. A projeção anterior era de 9%.
Entretanto, a empresa também prevê problemas relacionados à pandemia e potenciais riscos para o resto do ano. A recente alta de casos da Covid-19, por exemplo, devido à variante Delta tem pressionado as vendas na Índia, bem como em outros países.
O que esperar das ações da KO
Entre os 26 analistas pesquisados pelo Investing.com, a classificação da KO era de outperform, ou acima da média. O preço-alvo médio para 12 meses de US$61,92 representa um possível retorno de mais de 8% desde os níveis atuais.
Gráfico: investing.com
De acordo com os gráficos técnicos, osciladores de curto prazo estão se aproximando de níveis sobrecomprados.
Gráfico: investing.com
No entanto, podem permanecer assim por bastante tempo. O mais provável é que a KO ande de lado nas próximas semanas, principalmente entre US$55-57, até acumular força nesses níveis.
Analisando gráficos e linhas de tendência de longo prazo, a expectativa é que o movimento de alta continue, possivelmente até o nível de US$60, atingindo a máxima recorde de cerca de um ano e meio atrás.
Como parte da análise do sentimento no curto prazo, seria importante dar uma olhada nos níveis de volatilidade implícita das opções de Coca-Cola, que geralmente mostra a opinião do mercado quanto a possíveis movimentos em um ativo. Entretanto, não faz uma previsão da direção dos preços.
A volatilidade implícita (VI) atual da KO é de 12,6, ou seja, está abaixo da média móvel de 20 dias de 14,1. Em outras palavras, sua volatilidade implícita está em tendência de baixa. Embora o nível atual de VI possa mudar, por enquanto, seria seguro assumir que o mercado não espera grandes oscilações de preço nas ações da Coca-Cola.
3 possíveis operações
De posse dessas informações, apresentamos três possíveis operações para investidores que esperam que o momento positivo das ações da KO continue nas próximas semanas.
1. Comprar KO nos níveis atuais
Os investidores que não estão preocupados com os níveis atuais de preço podem considerar um investimento nas ações da KO agora mesmo.
Em 11 de agosto, a KO fechou a US$56,73.
A expectativa é que esses investidores mantenham suas posições por diversos meses, enquanto as ações tentam realizar outro teste da máxima de US$60,13.
Com foco no longo prazo, a maioria dos investidores comuns pode superar os ruídos de curto prazo dos mercados, mantendo em carteira ações robustas capazes de resistir a eventos potencialmente adversos.
Considerando que a entrada seja feita no preço atual e realize a saída a US$60, o retorno da operação seria de um pouco mais de 5%. Enquanto isso, teriam direito de receber distribuições de dividendos.
Também recomendamos que os investidores posicionem suas ordens de stop a cerca de 3–5% abaixo do ponto de entrada.
2. Vender uma put com margem de garantia
Nossa terceira opção de operação envolve uma estratégia com opções de venda com margem de garantia. Cobrimos recentemente essa opção em diversos artigos.
O investidor de KO pode vender uma put com strike de 55 para 19 de setembro, que atualmente é oferecida a US$1,35.
Considerando que o investidor entre nessa estratégia de venda de put aos preços atuais, o potencial de alta mantém esse prêmio a US$135, desde que as ações da KO fechem acima de US$55, quando a opção expirar. O valor de US$135 seria o retorno máximo dessa operação.
O lado negativo é se as ações da Coca-Cola ficarem abaixo de US$55,00 antes da expiração. Se isso acontecer, o investidor receberia 100 ações para cada put vendida ao custo de US$55 por ação.
Na expiração, essa operação teria um break even ao preço de US$53,65.
3. Comprar um ETF que tenha Coca-Cola como uma das principais participações
Muitos leitores desta coluna sabem que costumamos cobrir fundos com cotas negociadas em bolsa (ETFs) ideais para uma estratégia de longo prazo. Assim, os leitores que não desejam comprometer capital com a KO, mas gostariam de ter uma exposição considerável a ela, podem considerar a compra de um fundo que invista na empresa como um de seus principais nomes.
Entre os exemplos de ETF temos:
- iShares Evolved U.S. Consumer Staples ETF (NYSE:IECS): alta de 16,2% no acumulado do ano (YTD), e a KO tem peso de 11,7% no ETF;
- Consumer Staples Select Sector SPDR® Fund (NYSE:XLP): alta de 13,4% YTD, e a KO tem peso de 10,1% no ETF;
- Vanguard Consumer Staples Index Fund ETF Shares (NYSE:VDC): alta de 15,3% YTD, e a KO tem peso de 8,8% no ETF;
Conclusão
A Coca-Cola é uma importante empresa no portfólio de muitos investidores de dividendos. A empresa já superou inúmeros desafios de mercado, além de recessões, nas últimas seis décadas, sem deixar de elevar seus dividendos a cada ano. Nossa expectativa é que suas ações registrem nova máxima nos próximos meses e, por isso, incentivamos os investidores a pesquisar melhor sobre a empresa.