É grande a expectativa de que o Federal Reserve realize sua primeira alta de juros desde dezembro de 2018 após o encerramento da sua reunião de política monetária nesta quarta-feira, com um aumento de 25 pontos-base.
Os investidores ficarão atentos para saber o que o banco central dos EUA tem a dizer sobre a inflação e da economia, bem como suas projeções para futuras altas de juros. Alguns economistas preveem mais cinco ou seis altas neste ano, a fim de conter a disparada da inflação.
Levando isso em consideração, destacamos abaixo três ações do setor financeiro que podem se valorizar ainda mais com um aperto da política monetária do Fed.
1. Bank of America
- Índice P/L: 11,5
- Capitalização de Mercado US$334,7 bilhões
- Desempenho no acumulado do ano: -6,7%
O Bank of America (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) é uma das quatro maiores instituições financeiras dos EUA, ao lado do JPMorgan Chase (NYSE:JPM) (SA:JPMC34), Citigroup (NYSE:C) (SA:CTGP34) e Wells Fargo (NYSE:WFC) (SA:WFCO34).
A empresa de Charlotte, Carolina do Norte, oferece serviços de banco comercial, gestão de patrimônio e banco de investimento, além de responder por 11% de todos os depósitos bancários dos americanos.
O BAC, que registra queda de cerca de 7% no acumulado do ano, fechou a US$41,50 na terça-feira. Nos níveis atuais, o BofA tem capitalização de mercado de cerca de US$335 bilhões, o que o faz ser o segundo maior banco americano, atrás apenas do JPM.
O BofA deve se beneficiar do atual aumento de juros no mercado de treasuries, após a mudança de posicionamento do Fed para uma política monetária mais rígida. Na segunda-feira, o rendimento do título de 10 anos atingiu 2,16%, seu ponto mais alto desde maio de 2019.
Os juros maiores e o aumento do rendimento dos títulos americanos tendem a elevar as margens dos bancos nos produtos que oferecem.
Além disso, o gigante bancário, cujas ações estão com um índice P/L relativamente baixo de 11,5, oferece um dividendo anualizado de US$0,84 por ação, com um rendimento de 2,04%, acima do retorno implícito para o S&P 500, que é de 1,45%.
Levando isso em consideração, os modelos quantitativos do InvestingPro apontam para um ganho de 42,9% na ação do BAC em relação aos níveis atuais nos próximos 12 meses, fazendo as ações se aproximarem do valor justo de US$59,32.
Fonte: InvestingPro
Menções honrosas: Wells Fargo & Company, U.S. Bancorp (NYSE:USB) (SA:USBC34), PNC Financial Services (NYSE:PNC) (SA:PNCS34)
2. Charles Schwab
- Índice P/L: 29,4
- Capitalização de Mercado US$157,4 bilhões
- Desempenho no acumulado do ano: -1,1%
Como uma das maiores instituições financeiras dos EUA, o Charles Schwab (NYSE:SCHW) deve registrar bom desempenho no atual ambiente, com os investidores se posicionando para juros maiores do Fed nos próximos meses.
As ações do SCHW, que acumulam queda de aproximadamente 1% no ano, em comparação com o declínio de 10.6% do S&P 500 no mesmo período, fecharam o pregão de terça-feira a US$83,17. Nos níveis atuais, a empresa de Westlake, Texas, possui uma capitalização de mercado de US$157,4 bilhões, fazendo com que seja a sétima maior instituição bancária dos EUA.
Gráfico: Investing.com
A empresa de serviços financeiros sediada, que comprou a rival TD Ameritrade em 2020 por US$26 bilhões, presta serviços bancários de varejo e comercial, além de plataforma eletrônica de trading e serviços de assessoria de gestão de patrimônio para pessoas físicas e clientes institucionais. A empresa tinha 33,4 milhões de contas ativas na corretora, 2,2 milhões participantes de planos corporativos de previdência, 1,6 milhão de contas bancárias e US$7,69 trilhões em patrimônio total de clientes no fim de fevereiro.
O Schwab deve aumentar seu lucro líquido quando os juros subirem. Além disso, as corretoras tendem a se beneficiar dos juros maiores, em meio ao aumento da atividade de trading resultante da volatilidade induzida pelo Fed. De fato, de 16 analistas pesquisados pelo Investing.com, 10 estão otimistas com a ação do SCHW, prevendo um ganho de cerca de 25% nos próximos 12 meses para US$104,07/ação.
Gráfico: Investing.com
Menções honrosas: Morgan Stanley (NYSE:MS) (SA:MSBR34), Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34), Interactive Brokers (NASDAQ:IBKR)
3. Prudential Financial (LON:PRU)
- Índice P/L: 5,6
- Capitalização de Mercado US$41,3 bilhões
- Desempenho no acumulado do ano: +1,4%
A Prudential Financial (NYSE:PRU) fornece seguro, gestão de investimento e outros produtos e serviços financeiros tanto para clientes de varejo quanto institucionais nos EUA e em mais outros 40 países. É a maior seguradora dos EUA, com um patrimônio total de mais de US$1,7 trilhão.
As ações da Prudential tiveram melhor desempenho que o mercado mais amplo até agora no ano, com os investidores comprando nomes cíclicos com valuations baratos em meio ao atual ambiente inflacionário. A PRU se valorizou 1,4% até agora no ano e fechou o pregão de terça-feira a US$109,79, o que concede a essa empresa sediada em Newark, Nova Jersey, um valor de mercado de US$41,3 bilhões.
Com um índice P/L de apenas 5,6, a PRU parece ser uma sólida escolha para investidores que querem se proteger dos aumentos de juros nos próximos meses. Diante da alta do rendimento dos treasuries, a Prudential tem tudo para auferir um lucro líquido maior com seus investimentos de longo prazo em títulos do Tesouro americano no curto prazo.
Além disso, a gerência da Prudential continua empenhada em retornar mais capital aos acionistas na forma de dividendos maiores e recompras de ações. A seguradora aprovou uma elevação de 4% em sua distribuição trimestral de dividendos em novembro de 2021 para US$1,20 por ação. Isso representa um dividendo anualizado de US$4,80 e um rendimento de 4,37%, mais do que o triplo do rendimento implícito para o S&P 500.
Não é de surpreender que os modelos quantitativos do InvestingPro indiquem um potencial de alta de 19,2% nas ações da PRU em relação aos níveis atuais, nos próximos 12 meses, até o valor justo de US$130,88.
Fonte: InvestingPro
Menções honrosas: MetLife (NYSE:MET) (SA:METB34), Aflac (NYSE:AFL), American International Group (NYSE:AIG)