Deixando de lado o final decepcionante das negociações comerciais entre EUA e China, a ameaça de aumentos adicionais das taxas de juros, e a mais recente incerteza política em torno do governo do presidente Trump, investidores levaram o S&P 500 a uma nova máxima recorde no encerramento da semana, terminando uma seca de seis meses durante o qual as ações caíram em uma correção.
Os resultados sólidos do segundo trimestre e a força sustentada da economia dos EUA foram os principais catalisadores para a continuação desta corrida de uma década, que é a mais longa da história por algumas medidas. Enquanto a temporada de resultados do segundo trimestre quase no fim, ainda há alguns relatórios de balanços corporativos de alto perfil de setores importantes da economia nesta semana, o que poderia manter esse ímpeto de mercado e ajudar a moldar as visões dos investidores sobre o futuro.
Abaixo estão duas ações que poderiam avançar devido a seus relatórios de resultados na próxima semana e uma terceira ação que continua a angariar interesse de analistas e investidores por várias razões:
1. Best Buy
Data da divulgação do balanço do 2º tri: terça-feira, 28 de agosto, antes do mercado abrir | Expectativas de consenso - Lucros por Ação: US$ 0,83; Receita: US$ 9,25 bilhões
A Best Buy (NYSE:BBY) é o último nome de varejo dos EUA que ainda não divulgou os resultados do segundo trimestre. A julgar pelo forte desempenho de outros varejistas, bem como dos principais fornecedores da Best Buy, durante essa temporada de resultados há boas chances de que esse fornecedor de produtos eletrônicos com sede em Minnesota supere as expectativas dos analistas nas vendas e no lucro líquido.
De fato, no início deste mês, o Walmart (NYSE:WMT) informou que seu segundo trimestre de "vendas de componentes eletrônicos foi o mais forte em 4 anos", enquanto o fornecedor de computadores pessoais Lenovo Group (OTC:LNVGY) divulgou um salto de 19% em sua receita no primeiro trimestre, ambos superando as estimativas por margens amplas.
O consenso de Wall Street para a divulgação de terça-feira é de lucro de US$ 0,82 por ação e receita de US$ 9,27 bilhões. Essas estimativas representam um crescimento ano a ano de 19% e 37%, respectivamente. Encorajadas por essas expectativas otimistas, as ações da Best Buy subiram 8% desde 15 de agosto, aumentando o salto de 33% no preço das ações durante o último ano.
Mas a história nos diz que um lucro por si só provavelmente não será suficiente para satisfazer os interessados na Best Buy. As ações deste varejista despencaram mais de 8% após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre da empresa em maio, quando a companhia disse que estava mantendo a orientação para o ano inteiro.
2. Salesforce.com
Data da divulgação do balanço: 29 de agosto, após o mercado fechar | Expectativas de consenso - Lucros por Ação: US$ 0,47; Receita: US$ 3,23 bilhões
A Salesforce.com (NYSE:CRM), que vende software e serviços baseados em nuvem para clientes corporativos, está entre as ações de alta tecnologia que têm se beneficiado de um aumento global nos gastos com TI. Não há sinais de que essa tendência esteja mudando tão cedo. A empresa sediada em São Francisco tem superado de forma consistente as estimativas de analistas quanto a lucros e vendas e os investidores também têm grandes esperanças para o relatório do segundo trimestre da empresa.
Em sua mais recente orientação, a empresa disse que espera que as vendas aumentem para US$ 3,23 bilhões, acima das projeções de analistas de US$ 3,1 bilhões, já que a empresa vê os benefícios da aquisição da MuleSoft, sua maior aquisição já feita, fornecedora de plataformas para construção de redes de aplicativos. O acordo, concluído em maio, está ajudando a Salesforce a se tornar um sério concorrente na computação baseada em nuvem.
Indo para o seu relatório de lucros do segundo trimestre, as ações da Salesforce tiveram uma performance impressionante - subindo 49% este ano e aproximando-se do preço estimado pelo consenso de 12 meses de US$ 156 por ação. Outro relatório apresentando superação das estimativas de lucros e uma previsão otimista provavelmente impulsionarão ganhos adicionais.
3. Tesla
Além dos lucros, a Tesla (NASDAQ:TSLA) manteve os investidores interessados durante todo o ano - sobre o futuro de suas ações e da própria empresa. Esta semana pode acabar sendo mais do mesmo.
Em uma postagem em seu blog publicada na sexta-feira, o presidente do conselho, diretor-geral, fundador e maior acionista, Elon Musk, anunciou que está descartando seu plano de tornar o capital da Tesla privado após mais de duas semanas após tuitar que ele tinha fundos para remover sua empresa de fabricação de carros elétricos dos mercados públicos.
“Acredito que o melhor caminho é que a Tesla permaneça com o capital aberto. O Conselho indicou que eles concordam”, disse Musk no post de sexta-feira. As ações da Tesla despencaram 17% desde 8 de agosto em meio a especulações sobre como a empresa arrecadaria dinheiro para fechar o capital.
Agora que esse ponto específico de especulação foi retirado, os investidores provavelmente voltarão a concentrar seu foco em questões relacionadas à liquidez da empresa e às metas de produção do veículo Model 3. Prepare-se para outra jornada atribulada nesta semana.