Enquanto o mundo permanecer refém da pandemia de coronavírus, será difícil prever até que ponto a economia mundial despencará até que tudo se resolva ou sua direção subsequente. Mas, mesmo em meio a toda essa incerteza, é possível ter clareza em relação a quais empresas devem sair ilesas ou até mesmo mais fortes dessa emergência sanitária internacional.
No setor de tecnologia, as maiores vencedoras serão as empresas que fornecem produtos e serviços que aceleram a transição para uma economia digital.
As regras cada vez mais rígidas de higiene, por exemplo, tornarão mais rápida a mudança para as compras online. No âmbito laboral, o teletrabalho se tornará muito mais predominante, e o trabalho de casa terá continuidade mesmo após o fim dessa crise de saúde.
Abaixo apresentamos duas ações de tecnologia de destaque que desafiaram a extrema pressão de venda e estão registrando novas máximas enquanto a demanda por seus produtos e serviços continua crescendo significativamente durante essa crise.
1. Amazon
A crise atual distanciou a Amazon (NASDAQ:AMZN) em relação ao resto das ações de tecnologia de alto risco, depois que ficou claro que o mundo não tem outra escolha a não ser abraçar o comércio eletrônico.
Mesmo com a economia entrando em uma profunda recessão e com a disparada nas taxas de desemprego, os consumidores estão recorrendo em massa à Amazon para comprar produtos domésticos e de saúde essenciais, ao mesmo tempo em que pedem a entrega de compras de supermercado através de serviços como o Amazon Fresh.
Nesta semana, a Amazon anunciou seus planos para contratar mais 75.000 colaboradores, a fim de atender à crescente demanda por seus produtos, depois de preencher os 100.000 postos de trabalho temporários e integrais que havia anunciado no último mês.
Além do aumento de demanda no comércio eletrônico, a unidade de computação na nuvem Amazon Web Services também está tendo um aumento de procura, no momento em que a pandemia está forçando mais pessoas a trabalharem de casa, o que está elevando a pressão sobre a infraestrutura de TI das empresas.
Essa nova realidade econômica provocada pelos atuais distúrbios de mercado está beneficiando os investidores da Amazon. Enquanto o S&P 500 está em território negativo no ano, a Amazon disparou quase 25% no mesmo período, posicionando-a como uma das 10 empresas que mais se valorizaram no S&P.
Esses ganhos também fizeram com que a Amazon voltasse ao patamar de capitalização de US$ 1 trilhão. Seus papéis dispararam na quarta-feira (15), atingindo a máxima intradiária de US$ 2.333,17, um recorde para a gigante do comércio eletrônico. Eles encerraram com uma alta de mais de 1%, a US$ 2307,68.
2. Netflix
A gigante do streaming Netflix (NASDAQ:NFLX) é outra potência da tecnologia que está saindo dessa crise como vencedora.
A teoria popular que explica o bom desempenho da Netflix nesse ambiente extremamente baixista e incerto é que, por ser uma das ações perfeitas "para ficar em casa", a Netflix se beneficiaria da Covid-19, já que os assinantes devem gastar mais assistindo conteúdos das plataformas de streaming em suas residências.
Antes do fechamento de ontem, as ações da Netflix estavam se valorizando 34% no ano, enquanto o S&P 500 havia despencado 12%. O rali desta quarta-feira fez com que a ação subisse mais de 4%, alcançando US$ 432,50 antes de fechar com uma alta de mais de 3%, a US$ 426,75.
Essa resiliência inesperada ocorre após o desempenho deplorável da Netflix em 2019, que viu suas ações ficarem para trás no rali que levou tantas outras mega-ações de tecnologia a atingir novas máximas.
A empresa de pesquisa Pivotal, ao elevar seu preço-alvo para a Netflix ontem, disse que a companhia está cimentando sua posição dominante no serviço de streaming durante a pandemia de coronavírus.
“Elevamos sensivelmente nossas previsões de assinantes mundiais da Netflix em razão do incentivo para ficar em casa por causa da Covid-19". A empresa elevou seu preço-alvo para US$ 490 por ação até o fim do ano."
“Acreditamos que a situação adversa gerada pela Covid-19 esteja cimentando a dominância mundial da NFLX na relação direta com o consumidor, em parte graças ao seu gasto adicional com conteúdos, viabilizado por sua enorme e crescente base de assinantes."
Resumo
O prejuízo econômico provocado pela pandemia de coronavírus fará com que muitas empresas enfrentem meses ou até anos difíceis daqui para frente. Mas a pandemia também criou novas oportunidades na economia para serviços mais virtuais e conectados. Os dois nomes acima se enquadram bem nessa perspectiva.