Wall Street tem estado em alto nível de alerta nos últimos meses, pois uma série de adversidades sacudiu os investidores - e os mercados. Para começar, após o aumentos das taxas de juros no dia 16 de março, o Federal Reserve deixou claro que não hesitará em aumentar os juros ainda mais, na tentativa do banco central dos EUA de contar os altíssimos níveis de inflação.
Ao mesmo tempo, os preços do petróleo Brent e WTI estão próximos de recordes históricos. Além disso, as preocupações geopolíticas e a crise das cadeias de fornecimento também não demonstram sinais de recuo.
Atualmente, o Índice de Volatilidade CBOE (VIX), também conhecido como "índice do medo", oscila em torno de 20,80, um aumento superior a 20% desde janeiro. Ele, contudo, apresentou queda em relação às recentes altas registradas no início de março.
Mesmo assim, a volatilidade tornou-se a nova palavra do momento nos mercados. Consequentemente, os investidores avessos ao risco estão em busca de ações e ETFs que possam ajudá-los a navegar por mares agitados.
Uma pesquisa do S&P SPGI sugere:
"A baixa volatilidade tornou-se um fator importante nos 10 anos desde a crise financeira de 2008... [A]ções de baixa volatilidade, por definição, apresentam um risco mais baixo, mas também superaram os seus valores de referência ao longo do tempo".
Desse modo, o artigo de hoje apresenta dois fundos que podem agradar aos leitores em busca de veículos de investimento menos arriscados.
1. Invesco S&P 500 High Dividend Low Volatility
- Preço atual: US$ 47,15
- Intervalo de 52 semanas: US$ 41,50 - US$ 47,17
- Dividend Yield: 3,30%
- Relação de Despesas: 0,30% por ano
Nosso primeiro fundo, o Invesco S&P 500® High Dividend Low Volatility ETF (NYSE:SPHD),proporciona exposição a alguns dos grandes pagadores de dividendos do S&P 500 que, ao mesmo tempo, são as ações menos voláteis do SPX. Desde a sua criação, em outubro de 2012, os ativos sob gestão do fundo alcançaram US$ 3,4 bilhões.
O SPHD, que acompanha o S&P 500 Low Volatility High Dividend Index, ponderado pelo dividend yield, possui atualmente 52 participações
Em termos de alocações setoriais, vemos serviços públicos (20,82%), itens de primeira necessidade (18,65%), imóveis (12,16%), saúde (11,34%), energia (9,56%) e materiais (7.73%). Ao mesmo tempo, mais de um quarto do portfólio está nos 10 nomes principais.
As ações de infraestrutura energética Williams Companies (NYSE:WMB) e Kinder Morgan (NYSE:KMI); a fabricante de produtos de fumo Altria Group (NYSE:MO); a grande petroleira Chevron (NYSE:CVX); a gigante de telecom AT&T (NYSE:T); e a peso-pesado de serviços públicos PPL Corporation (NYSE:PPL) compõem as principais participações.
O ETF apresenta alta de quase 4,1% no ano (YTD) e mais de 9% nos últimos 12 meses. As relações price-to-earnings (“preço x ganhos”, ou P/E) e price-to-book (“preço x razão’, ou P/B) estão a 13,90x e 2,25x, respectivamente.
O SPHD atingiu a máxima histórica no dia 25 de março. Encontrar um ETF para qualquer estação num ambiente volátil nem sempre é uma tarefa fácil. Apesar disso, gostamos da diversidade e do rendimento do fundo. Mesmo assim, dada a significante escalada dos preços, uma possível queda em direção a US$ 46,50 ou menos aumentaria a margem de segurança para investidores buy-and-hold.
2. iShares MSCI USA Min Vol Factor ETF
- Preço atual: US$ 76,78
- Intervalo de 52 semanas: US$ 67,65 - US$ 81,33
- Dividend Yield: 1,33%
- Relação de Despesas: 0,15% por ano
O próximo da é o iShares MSCI USA Min Vol Factor ETF (NYSE:USMV), que também oferece acesso a ações dos EUA com caraterísticas de volatilidade relativamente mais baixa em comparação com o mercado em geral.
Em outras palavras, o fundo investe em ações com baixo beta, que é uma medida estatística de volatilidade. A maioria de nossos leitores sabe que o beta do índice S&P 500 é considerado como 1,0.
Portanto, uma ação de baixo beta teria um beta abaixo de 1,0, além de oscilar menos que o S&P 500 ao longo do tempo. Vamos supor que uma ação tem um beta de 0,9. Se o mercado como um todo se mover 1,0%, então espera-se que esta ação oscile 0,9%.
Este popular ETF acumulou ativos líquidos no valor de US$ 27,9 bilhões desde a sua criação, em outubro de 2011. O USMV detém atualmente 172 ações, sendo que as 10 primeiras representam quase 16% da carteira.
Nomes da tecnologias da informação lideram o fundo, com 22,91%. Em seguida, vemos saúde (18,12%), itens de primeira necessidade (11,31%), comunicação (10,37%), industriais (8,75%), serviços públicos (7,98%) e financeiros (7,66%).
O prominente supermercado Kroger (NYSE:KR); a gigante de saúde Johnson & Johnson (NYSE:JNJ); a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett (NYSE:BRKb); a empresa de biotecnologia Regeneron Pharmaceuticals (NASDAQ:REGN); e a produtora de ouro Newmont Goldcorp (NYSE:NEM) lideram os nomes em nosso elenco.
O fundo registra baixa de cerca de 5% desde janeiro, mas retornou 10,5% nas últimas 52 semanas. Ele atingiu a máxima histórica em dezembro de 2021.
O USMV atualmente troca de mãos a US$ 23,73 vezes os lucros finais e a 4,58x seu valor contábil. Os leitores em busca de uma abordagem defensiva para o mercado de ações devem pesquisar o fundo em mais detalhes.