Na semana passada, apresentei o indicador de retorno de resultados (EYM) como uma ferramenta para calcular o prêmio de risco no mercado acionário dos EUA, isto é, o retorno esperado das ações em relação à taxa “livre de risco”. Para efeito de comparação, vamos incorporar o modelo de retorno com dividendos (DYM) nesta atualização.
A fórmula do DYM se baseia no Modelo de Crescimento de Gordon e no Modelo de Desconto de Dividendos, que consiste em considerar o retorno atual dos dividendos e somar uma estimativa de crescimento.
Existem diversas formas de estimar o crescimento — neste caso, utilizaremos a taxa de crescimento de 10 anos da economia dos EUA (com base no PIB real). A premissa subjacente é que os dividendos do mercado acionário crescerão em consonância com a atividade econômica no longo prazo.
O cenário básico envolve o uso da taxa dos títulos do Tesouro americano protegidos contra inflação para 10 anos como a taxa “livre de risco”.
Ao examinarmos os dados, notamos que o DYM e o EYM para o Índice S&P 500 se movem de forma semelhante na história recente, embora haja uma variação mais ampla ao longo de períodos temporais mais longos.
Outra observação relevante: ambos têm apresentado uma queda relativamente acentuada ao longo do último ano ou mais, à medida que o rendimento real dos títulos do Tesouro aumenta.
As estimativas do prêmio de risco de patrimônio para o DYM e o EYM para agosto de 2023 ficam um pouco acima de 2 pontos percentuais. Para o EYM, esse é o nível mais baixo desde a crise financeira; enquanto para o DYM, o prêmio atual de cerca de 2 pontos percentuais marca uma mínima de várias décadas.
Em atualizações futuras, pretendo incluir outros modelos para fins de comparação. Até lá, a mensagem transmitida pelo DYM e pelo EYM é clara: é hora de ajustar as expectativas para baixo quanto ao prêmio de risco do mercado acionário dos EUA. Veremos se outros modelos apresentam uma história semelhante.