Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O governo da Nicarágua decidiu efetivar a expulsão do embaixador brasileiro no país, Breno de Souza da Costa, nesta quinta-feira, depois de ameaças feitas há três semanas, disse à Reuters uma fonte que acompanha o caso.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, terá uma conversa com o presidente Luiz Inácio da Silva ainda nesta manhã para decidir a resposta brasileira, contou a fonte. Possivelmente a mesma medida deverá ser tomada em relação ao embaixador da Nicarágua no Brasil.
A relação entre os dois países está estremecida desde que, a pedido do papa Francisco, Lula tentou falar com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, para tentar intermediar a liberação do bispo católico Rolando José Álvarez, que estava preso no país centro-americano.
Como Lula contou em entrevista para agências internacionais na qual a Reuters estava presente, Ortega não aceitou a ligação. Desde então, contou o presidente, os dois nunca mais se falaram.
Ao mesmo tempo, a ordem foi manter a relação diplomática com Manágua no mínimo necessário, apenas para tratar das necessidades dos cidadãos brasileiros naquele país. Por isso, o embaixador Costa não compareceu a um evento de comemoração pelos 45 anos da Revolução Sandinista, o que irritou o regime de Ortega.
A ameaça de expulsão veio há três semanas. De acordo com a fonte, a resposta do governo foi perguntar se o governo de Daniel Ortega realmente pretendia seguir nesse caminho, que possivelmente levaria ao rompimento das relações.
Não houve novas informações no assunto até a tarde de quarta-feira, quando o site Divergentes, especializado em cobertura da América Latina, informou que a expulsão seria efetivada. O governo brasileiro, no entanto, não havia sido avisado.
Nesta manhã o embaixador foi informado que deveria de fato deixar o país.