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Asteroide que extinguiu os dinossauros teve origem além de Júpiter

Publicado 15.08.2024, 20:17
© Reuters. Ilustração artística de um grande impacto de asteróide em Chicxulub, na costa do México, que causou a extinção em massa do Cretáceo há 66 milhões de anos, com o planeta Marte e corpos de asteróides ao fundo nesta imagem obtida pela Reutersn14/0
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Por Will Dunham

WASHINGTON (Reuters) - Foi um momento decisivo da história da vida na Terra. Um asteroide com largura de 10 a 15 km caiu na península de Yucatán, no México, há 66 milhões de anos, causando um cataclisma global que erradicou cerca de três quartos das espécies do mundo e acabou com a era dos dinossauros.

O impacto pulverizou o asteroide e espalhou seus detritos por todo o planeta, ainda presentes em uma camada de argila depositada após aquele fatídico dia. Uma nova análise desse material encerrou um antigo debate sobre a natureza do asteroide, mostrando que ele se originou além de Júpiter, no sistema solar externo.

Com base na composição dos detritos, descobriu-se que se tratava de um asteroide carbonáceo, ou tipo C, chamado assim por causa de sua grande concentração de carbono. O estudo descartou a possibilidade de o objeto ser um cometa e ou que a camada de detritos tivesse sido formada a partir de atividades vulcânicas, como alguns sugeriam.

"Um projétil originado nos subúrbios do sistema solar selou o destino dos dinossauros", afirmou o geoquímico Mario Fischer-Gödde, da Universidade de Colônia, na Alemanha, principal autor do estudo publicado nesta quinta-feira na revista Science.    Ocorrido no fim do período Cretáceo, o impacto formou a cratera de Chicxulub, que tem 180 km de largura e 20 km de profundidade. A camada de argila é rica em metais como irídio, rutênio, ósmio, ródio, platina e paládio, raros na Terra, mas comuns nos asteroides.

© Reuters. Ilustração artística de um grande impacto de asteróide em Chicxulub, na costa do México, que causou a extinção em massa do Cretáceo há 66 milhões de anos, com o planeta Marte e corpos de asteróides ao fundo nesta imagem obtida pela Reuters
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Ilustração de Mark Garlick/Divulgação via REUTERS

"O rutênio é especialmente útil nesse contexto da assinatura isotópica, já que a camada de argila é quase que inteiramente feita de rutênio do material impactante e não do sedimento de fundo, e o rutênio mostra composições entre materiais externos e internos do sistema solar", afirmou o geocientista e co-autor do estudo, Steven Goderis, da Vrije Universiteit Brussel, localizada na Bélgica.

Os asteroides tipo C estão entre os mais antigos corpos do sistema solar e são o tipo de asteroide mais comum. A diferença de composição dos materiais rochosos ocorre por causa da distância entre eles e o sol.    Os dinossauros reinavam há muito tempo na Terra mas, exceto alguns voadores, foram dizimados pelo impacto, assim como os répteis voadores chamados pterossauros, grandes répteis marinhos e outras formas de vida, como espécies de plâncton.    Os mamíferos sobreviveram, permitindo que essas criaturas peludas dominassem o planeta, preparando assim o cenário para o surgimento da nossa espécie, há cerca de 300 mil anos.    "Creio que sem essa coincidência cósmica de um impacto do asteroide, a vida em nosso planeta provavelmente teria se desenvolvido de forma completamente diferente", afirmou Fischer-Gödde.

(Reportagem de Will Dunham)

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