O grupo financeiro XP comprou uma participação minoritária na Vista Capital, gestora de recursos fundada em 2014, sediada no Rio de Janeiro, com mais de R$ 4 bilhões sob gestão em fundos de investimento multimercado e de ações. Com essa aquisição, a plataforma digital de produtos financeiros totaliza fatias no capital de nove assets independentes, sendo sete adquiridas somente neste ano.
A governança corporativa e independência da Vista Capital permanecem inalteradas. Os principais sócios da gestora são João Landau (diretor macro), João Lopes (diretor de ações), Luiz Guilherme Gama (CEO), Alexandre Maia (economistachefe), Persio Arida (conselheiro), entre outros executivos.
“O negócio marca a parceria com uma das principais gestoras de fundos multimercado e ações da indústria brasileira. A Vista Capital é reconhecida pela entrega de performance diferenciada, e está alinhada com a missão da XP de não medir esforços para encantar seus clientes”, disse Leon Goldberg, sócio da XP responsável pela área de parcerias.
Fundos de ações, como o Vista FIC FIA, e multimercado, como o Vista Multiestratégia FIC FIM, são alguns produtos da gestora carioca com destaque no mercado. A Vista Capital espera ganhos de performance com a sociedade. “A XP e os seus sócios são grandes parceiros desde o início da Vista. Acompanharam de perto a nossa trajetória, contribuíram para a construção da empresa e conhecem profundamente a nossa cultura de investimento e os nossos produtos. Estamos muito felizes com a oportunidade de intensificar essa sólida e longa parceria”, afirmou Luiz Guilherme Gama, sócio fundador e CEO da Vista Capital.
Estratégia
Questionado no último dia 3 por Bloomberg Línea sobre a estratégia da XP em relação às participações nessas instituições financeiras, o CFO do grupo, Bruno Constantino, já sinalizava que uma nova aquisição estava a caminho. “A gente está sempre atento a oportunidades”, disse o executivo, em teleconferência com jornalistas para comentar o resultado financeiro do terceiro trimestre.
O CFO da XP disse que as aquisições de fatias em gestoras não visam ao controle dessas instituições no futuro. “A estratégia por trás é ajudar gestores independentes a crescerem. Eles crescem junto com a nossa capacidade de distribuições e esse poder do nosso ecossistema. Então, você acaba criando uma relação ganha-ganha muito interessante. E a consequência disso é o desenvolvimento do mercado de capitais, porque esses gestores crescendo, é mais negociação de ativos no mercado secundário. Isso traz liquidez, isso desenvolve o mercado primário e você continua criando esse ciclo virtuoso”, respondeu Constantino à Bloomberg Línea.
Ele acrescentou que as gestoras sócias são favorecidas pela posição majoritária da XP entre os independentes. “O que a gente faz é ajudar com nosso know-how. A gente é a maior plataformas de fundos da América Latina. A gente tem um conhecimento profundo dessa indústria, sobre quem é quem, navega nesse mercado há muito tempo”.
Constantino observou ainda que ainda há espaço para uma maior participação de gestoras independentes no mercado brasileiro. “As maioras gestoras do Brasil ainda são as gestoras que pertencem aos bancos. Então, esse processo de disrupção ainda vai continuar, de novas gestoras ou gestoras independentes existentes forem crescendo no seu AUM [Assets Under Management, ativos sob gestão] em termos relativos aos bancos. A gente está aqui para ser um catalisador desse processo”, concluiu.