Por Martin Coulter
LISBOA (Reuters) - Lisboa sediará nesta semana a maior conferência anual de tecnologia da Europa, a Web Summit, onde líderes do setor e parlamentares avaliarão prós e contras do retorno de Donald Trump à Casa Branca.
Executivos sêniores de empresas como Apple (NASDAQ:AAPL), Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Meta se juntarão a autoridades de alto escalão da Europa para debates sobre o futuro da inteligência artificial, regulamentação da mídia social e o impacto que uma segunda presidência de Trump pode ter no continente.
Trump prometeu anteriormente que poderia acabar com a guerra entre Ucrânia e Rússia em 24 horas após assumir o cargo. Dias após a reeleição de Trump, duas autoridades de alto escalão do governo ucraniano, Alex Bornyakov e Mykhailo Fedorov, subirão ao palco para discutir como o país continuou inovando diante do conflito.
John Adam, diretor de receita da empresa de desenvolvimento de software Aimprosoft, está entre os participantes. Cerca de 70% da força de trabalho da empresa ainda está sediada na Ucrânia, e o restante se mudou para a Europa após o início da guerra em 2022.
"Há uma mistura de sentimentos porque a abordagem de Trump parece estar mais voltada para as linhas atuais de conflito, o que não é um cenário ideal para a Ucrânia, e há uma relutância em aceitar isso. Ao mesmo tempo, gostaríamos que isso tivesse um ponto final", disse ele.
Embora não esteja prevista sua presença, o bilionário e apoiador declarado de Trump, Elon Musk, será um tema recorrente, desde o seu papel na Ucrânia por meio do serviço de satélite Starlink até seu sucesso com a empresa de exploração espacial SpaceX e a administração controversa da plataforma de mídia social X.
Um painel debaterá como a Europa pode desenvolver um rival local para a SpaceX; outro painel discutirá se Musk "destruiu o Twitter". Joe Benarroch, que deixou seu cargo de porta-voz e chefe de operações comerciais do X em junho, participará de um painel intitulado "o que fazer com a mídia social".
Enquanto a UE tem tentado forçar redes sociais a reduzirem a exibição de conteúdo considerado prejudicial, a eleição de Trump pode levar a uma redução de esforços de moderação, segundo Mark Weinstein, fundador da plataforma MeWe.
"Historicamente, Trump tem sido muito crítico da moderação de conteúdo online", afirmou Weinstein. "Para evitar repercussões políticas, grandes redes sociais provavelmente vão continuar com a tendência de se tornarem mais permissivas sobre o conteúdo publicado em suas plataformas."