Investing.com – O andamento da Reforma Tributária pode levar a uma distribuição robusta de dividendos extraordinários pelas empresas, segundo o BTG. Em relatório em que analisa quanto as empresas poderiam pagar em dividendos antes da implementação dessas mudanças, o banco enxerga um potencial enorme para alguns setores. As 120 companhias abertas da cobertura do BTG teriam capacidade de distribuir R$ 508 bilhões em dividendos extraordinários, levando a um dividend yield de 18%.
Segundo o banco, entre os setores com potencial rendimentos de dividendos acima de 20% estão Papel e Celulose, Serviços Públicos, Propriedades, Habitação, Metais e Mineração e Petróleo e Gás.
No entanto, os analistas ponderam que ainda que os rendimentos de dividendos sejam significativos, a alavancagem é uma restrição em muitos casos, indicador que poderia chegar a níveis insustentáveis.
O BTG aponta que o rendimento médio de dividendos extraordinários dos 20 principais pagadores em potencial está acima de 50%.
Fonte: BTG
Entre as peculiaridades entre os setores, os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Guilherme Guttilla citam que as empresas de commodities tendem a ser mais conservadoras na alavancagem devido à maior volatilidade no EBITDA. “Por outro lado, setores como properties, que possuem receitas, podem lidar confortavelmente com uma maior alavancagem, permitindo-lhes aumentar o lucro líquido dívida para aumentar a remuneração dos acionistas”, detalham.
Potenciais de pagamentos de dividendos extraordinários
Para o BTG, a Vale (BVMF:VALE3) poderia pagar uma remuneração extraordinária aos acionistas de R$55,572 bilhões, enquanto a Petrobras (BVMF:PETR4) R$89,817 bilhões. A estimativa para Eletrobras (BVMF:ELET3) chegaria a R$32,258 bilhões, enquanto para a Ambev (BVMF:ABEV3) é de R$27,025 bilhões. Gerdau (BVMF:GGBR4) poderia pagar acima de R$20,099 bi, enquanto Suzano (BVMF:SUZB3) R$25,672 bi.