Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - As ações da Vale despontavam no pregão desta quinta-feira (21), com alta de 1,43%, após a conclusão da compra da participação da japonesa Mitsui na mina de carvão de Moatize, em Moçambique, o primeiro passo para o desinvestimento da mineradora brasileira no ativo.
Os analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) se disseram “contentes” com a iniciativa em se livrar do investimento em carvão, cuja compra já havia sido taxada como um “grande erro”.
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Para os analistas, as perdas da mineradora devem ser enxugadas com a venda futura e a aproximar do objetivo de se tornar uma companhia referência em ESG, sigla em inglês para Governança Ambiental, Social e Corporativa.
O banco de investimentos reiterou a recomendação de Compra, sinalizando que a atual administração da empresa deve ter mais sucesso em eliminar ativos queima-caixa como a mina de Moatize.
Perto das 13h25, os papéis eram negociados a R$ 93,68.
Entenda o caso
A Vale (SA:VALE3) assinou acordo com a Mistui para comprar a totalidade da fatia da empresa japonesa (15%) na deficitária mina de carvão de Moatize, em Moçambique, mas disse que pretende desinvestir dos negócios com o combustível fóssil na sequência.
O acerto não vinculante ("heads of agreement") ainda envolve a aquisição dos 50% de participação e créditos minoritários que a Mitsui detém no Corredor Logístico de Nacala (CLN), segundo comunicado da Vale na noite de quarta-feira.
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"Com o acordo para a aquisição das participações da Mitsui e, consequentemente, a simplificação da governança e da gestão dos ativos, a Vale iniciará o processo de desinvestimento da sua participação no negócio de carvão", afirmou a mineradora.
A Vale acrescentou que esse movimento "será pautado na preservação da continuidade operacional de Moatize e do CLN, com a busca de um terceiro interessado nestes ativos".
Pelo acordo, a Vale comprará por 1 dólar a fatia da Mitsui nos ativos de mina e logística. Após o fechamento da transação, a mineradora brasileira consolidará todos os ativos e passivos da CLN, incluindo o project finance do Corredor de Nacala, que tem cerca de 2,5 bilhões de dólares de saldo remanescente, explicou a companhia.
A intenção de sair do negócio de carvão "está em linha com o foco da companhia em priorizar seus negócios core e sua agenda ESG", disse a Vale.
--Com informações da Reuters